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Vela

22/08/2015 21h51

Aquece Rio

Após oito dias de regatas, dirigentes e atletas avaliam evento-teste da vela

Chuva e ventos foram desafios para a área de competição. Organização em terra e na água recebeu elogios e cobranças. Area médica considerou baixo o número de atendimentos. Qualidade da água foi citada como satisfatória, mas ainda a ser aprimorada
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Evento-teste da vela, no Rio de Janeiro, teve as últimas regatas neste sábado (22.08). Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Evento-teste da vela, no Rio de Janeiro, teve as últimas regatas neste sábado (22.08). Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
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A vela passou pelo segundo grande teste antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A Regata Internacional teve oito dias de competições e envolveu mais de 300 atletas de 50 países. Em terra, a Marina da Glória, ainda em obras, passou por um desafio. Na água, foram usadas seis raias, três dentro da Baía de Guanabara e três fora dela, e as condições complicadas de vento contribuíram para o teste. A chuva na noite da quarta-feira (19.08) trouxe um elemento a mais de dificuldade. No radar da imprensa nacional e internacional, a condição da água foi tema abordado diariamente com atletas, dirigentes e organizadores. E eles aprovaram o que viram e vivenciaram.

“A organização na água foi muito boa. A Isaf (Federação Internacional de Vela), junto com a Rio 2016, encontrou uma forma interessante de colocar um juiz brasileiro que conhece a raia trabalhando com um juiz internacional que está acostumado com Mundiais e Copas do Mundo. Em terra, foi melhor do que eu esperava: a Marina da Glória está em obras, mas não comprometeu. A qualidade da água foi muito boa. A gente teve um pouco de sorte, as correntes foram sempre vindo de fora da Baía para dentro e, pela primeira vez, eu vi uma efetividade e uma melhora pelo trabalho dos ecobarcos. Vi pouco lixo flutuante em relação ao que a gente via há alguns meses”, avaliou Jorge Zarif, único brasileiro competindo neste sábado (22.08), último dia do evento. Ele ficou em nono lugar na classe Finn.

Atletas estrangeiros também avaliaram positivamente a organização. “O evento foi um sucesso. Em termos da água, foi tudo bem, tivemos problemas com o vento, mas faz parte. Em terra, apenas precisa terminar o que está faltando”, disse o britânico Giles Scott, ouro na classe Finn.

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Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

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Ensaio de luxo

Em coletiva de imprensa realizada neste sábado (22.08), após o fim das regatas, integrantes do Comitê Rio 2016 e da Isaf disseram que os testes foram fundamentais para que a competição no ano que vem seja a melhor possível. “Pudemos testar o trabalho com a federação internacional e com os oficiais de regatas nacionais. Eles puderam interagir e aprender mais o formato olímpico e o modo olímpico de fazer regata. Também a questão dos voluntários: pudemos ensinar, estar juntos e preparar para o próximo ano. O sistema de resultados passou por um teste essencial”, disse Walter Boddener, diretor de competições de vela do Comitê Rio 2016.

“Tivemos condições desafiadoras de vento e de correntes para aprender sobre as seis raias. Os velejadores puderam ver bastante sobre o que vão encontrar na água no próximo ano. Pudemos trabalhar com o Comitê Rio 2016 de uma forma próxima e desenvolvemos muita coisa que pode ser usada em 2016. Pelo que vimos, a competição no ano que vem pode ser um imenso sucesso”, disse Alastair Fox, chefe de Competições da Isaf. Ele acrescentou que o planejamento sobre quais raias e como serão usadas nos Jogos vai ser anunciado nas próximas semanas, mas pode sofrer alterações até a Olimpíada.

Fator casa desmistificado

Medalhista olímpico e atualmente presidente da Comissão Nacional de Atletas do Ministério do Esporte, Lars Grael acompanhou todo o evento e também considera que foi bem organizado, com poucas ressalvas.

“A Marina da Glória não está pronta, e o improviso atendeu bem a esse evento. Para os Jogos vai estar tudo pronto. Em relação à água, essa época de seca ajudou. A água ainda está aquém do que julgamos ideal, mas não foi aquela imundice que chega a atrapalhar. Houve alguns incidentes com saco de lixo, mas o problema foi bem menor do que a expectativa. De modo geral, os comentários são positivos. E desmistificou-se aquilo de que a Baía de Guanabara só ajudaria os brasileiros. É um local difícil e mostrou que a equipes já estão se entrosando com as raias de competição, basta ver os resultados”. Ao todo, 19 países conquistaram medalhas no evento-teste. 

Um dos casos de lixo a que Lars se refere ocorreu com a dupla brasileira Samuel Albrecht e Isabel Swan, da classe Nacra 17. Na primeira regata da última quinta-feira (20.08), segundo ela, no momento em que estavam em sexto lugar, o barco bateu em um saco de lixo, o leme subiu e eles perderam o controle do barco. “Ainda conseguimos desvirar e passar a equipe inglesa na última perna da regata. Completamos, mas nosso resultado foi diretamente comprometido”, disse. Eles terminaram em 13º naquela regata.

De acordo com o chefe de Competições da Isaf, é impossível garantir uma competição de vela 100% livre de objetos na água. “Num esporte como a vela, podem aparecer coisas na água em qualquer lugar que você estiver. Em 2011, no Mundial, alguns velejadores tiveram problemas com algas e um barco bateu em um tubarão. Há varias coisas na água que podem afetar uma regata. Acho que ninguém espera um oceano completamente limpo. Faz parte do nosso esporte às vezes. O que temos de fazer é tentar limpar o máximo que pudermos”, disse.

O Comitê Rio 2016 também vai prosseguir com o trabalho para garantir a melhor área de competição para os atletas. “Essa é uma causa que a gente vai continuar monitorando. A gente trabalhou com nove ecobarcos neste ano e, no ano que vem, o planejamento é para 17, sendo que dez têm inteligência monitorada por helicóptero. A gente continua com um trabalho conjunto com os governos para evitar essas coisas que podem comprometer as áreas de competição. Acima de tudo, tem a segurança da competição e dos atletas”, explicou Gustavo Nascimento, diretor de Instalações do Rio 2016.

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Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

 Casos médicos

 Membro da comissão médica da Isaf, o croata Nebojsa Nikolic informou que, até as 18h deste sábado, 16 casos de doenças foram registrados.

“Estavam envolvidas 688 pessoas, sendo 311 atletas, além de equipes técnicas, juízes, voluntários. Não recebemos os dados finais, mas até este momento, tivemos 16 casos de doenças durante o evento, o que é muito baixo, totalmente inesperado para mim. Te dou um exemplo de uma estatística médica: se você tiver um avião com cem noruegueses ou britânicos vindo para cá a turismo, trinta deles teriam problemas. É um novo ambiente e você está exposto a novas bactérias”, disse.

Dos 16 casos, segundo ele, pelo menos seis estão relacionados a uma questão externa e, em relação aos outros, não é possível afirmar que há relação com a água. “Um grupo de seis foi ao Maracanã, comeu sanduíches e todos ficaram doentes. Do restante, dois são juízes e técnicos, e em um time tivemos um que pegou uma doença e passou para os outros, porque não tinham suporte médico. Duas amostras foram encaminhadas para análise e estamos esperando a resposta. Você pega doença em qualquer lugar, pode ser na água ou porque alguém infectado estava do seu lado”, disse.

Margem para melhorar

Os brasileiros estiveram em cinco das MedalRaces – ou regatas da medalha – disputadas no evento-teste. Martine Grael e Kahena Kunze, na 49er FX, conseguiram a única medalha, que foi de ouro. De acordo com o coordenador técnico da Confederação Brasileira de Vela, Torben Grael, a proximidade entre os Jogos Pan-Americanos e o evento-teste pesou, mas a opção, de fato, foi privilegiar Toronto.

“Nossa equipe teve um desgaste natural pela participação no Pan, nós prestigiamos os Jogos, foi importante para a imagem do Brasil e da vela, e super importante para os atletas que nunca haviam participado de eventos multidesportivos. Foi válido, mas essa opção trouxe impacto em um evento forte como este aqui duas semanas depois”, disse.

Ainda assim, o desempenho, segundo Torben, esteve dentro do previsto. “Nós mantivemos um nível similar ao do ano passado, com uma medalha de ouro, mas se a gente for verificar o restante das equipes, essa medalha de ouro é um resultado representativo. Apenas um país repetiu o ouro entre os dez em disputa. Tivemos um quarto lugar do Robert (Scheidt), a dois pontos da zona de medalha e a poucos da liderança. A gente tem margem para melhorar e estamos trabalhando nesse sentido”, disse Torben Grael.

Confira os resultados dos brasileiros, por classe, ao fim do evento:

» 470 masculino: Henrique Haddad e Bruno Bethlem – 17º
» 470 feminino: Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan - 12º
» 49er, Marco Grael e Gabriel Borges – 13º
» 49er FX: Martine Grael e Kahena Kunze – 1º
» Finn: Jorge Zarif – 9º
» Laser: Robert Scheidt – 4º
» Laser radial: Fernanda Decnop – 9º
» Nacra 17: Samuel Albrecht e Isabel Swan – 15º
» RS: X masculino: Ricardo Winicki – 7º
» RS: X feminino: Patrícia Freitas 11º 

Carol Delmazo - brasil2016.gov.br