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Martine e Kahena conquistam o bi do evento-teste de vela na 49er FX
“Elas estão indo para o outro lado, tomara que estejam fazendo o certo”, afirmou Claudio Kunze, percebendo, à distância, a decisão arriscada tomada pela filha Kahena Kunze e por Martine Grael, na final da classe 49er FX na Regata Internacional de Vela, evento-teste da modalidade que é realizado na Marina de Glória, no Rio de Janeiro.
Claudio perseguia com olhos não só o barco brasileiro, mas também o italiano. Martine e Kahena precisavam ficar pelo menos cinco posições à frente de Francesca e Giulia na regata da medalha para conseguirem o ouro. Deu certo. As brasileiras ficaram em segundo, as italianas chegaram em último. Assim, a dupla da casa foi bicampeã do evento-teste.
“A gente decidiu arriscar um pouco. Abandonamos a flotilha e fomos para o outro lado. Aí a gente conseguiu um ventinho a mais e cruzou na frente, justamente com os pontos que a gente precisava. Estou muito feliz”, explicou Kahena.
Em terra, esperando a filha, a mãe Audrey abria o sorriso. “Elas têm estrela, não tem jeito”. Cláudio completou: “Isso aqui foi um treino para a ansiedade. Elas não precisam mais mostrar que sabem velejar. E tem que ter sorte na vida também. E estar no lugar certo na hora certa”, disse.
Pais e filha querem que a cena desta sexta-feira se repita no ano que vem, mas Kahena considera que o caminho ainda é longo. “A gente te quem treinar muito até lá. A medalha não está garantida. As equipes que estão aqui mostraram que estão vindo forte. Temos um ano para treinar bastante e óbvio que o foco vai ser aqui na raia olímpica”, disse.
A prata ficou com as italianas Giulia Conti e Francesca Clapcich. O bronze foi para a Suécia, com Lisa Ericson e Hanna Klinga.
21 de agosto: o dia do casal Scheidt
Robert Scheidt ficou em segundo na MedalRace, resultado que o deixou em quarto lugar geral na classe Laser. “Essa semana foi um pouco inconstante da minha parte. Não é que velejei mal, mas no segundo dia, principalmente, tive duas regatas ruins e ontem larguei escapado. Isso custou muito na pontuação”.
O vencedor foi o italiano Francesco Marrai, que tem como referência no esporte exatamente o brasileiro bicampeão olímpico. “Robert é meu ídolo. Quando comecei a competir, pendurei o pôster dele na parede do quarto e disse que um dia seria como ele. Agora consegui pela primeira vez”, disse Marrai.
Scheidt ficou feliz com o ouro do italiano, já que se conhecem e treinam juntos algumas vezes na Europa. Mas a maior alegria veio mesmo com a vitória da esposa, a lituana Gintare Scheidt, na classe Laser Radial.
“Estava torcendo muito por ela, eu sabia que ainda tinha uma chance pequena de medalha, por pouco não saiu o bronze pra mim, mas ela ter vencido foi uma alegria grande, então a gente tem pelo menos uma medalha pra levar pra casa”, disse o velejador.
Gintare vibrou muito com o resultado, e um detalhe fez o dia ficar ainda mais especial: a conquista veio em um 21 de agosto. “Exatamente oito anos atrás eu conheci o Robert, nesse dia a gente ganhou medalhas de prata juntos no evento-teste para Pequim. Depois de um ano, no mesmo dia, nasceu nosso primeiro filho, Eric”, contou.
O casal fez uma avaliação positiva do evento-teste. “A parte de água foi excelente. Tivemos boas regatas, conseguimos completar todas as provas, então acho que todos os velejadores estão bem contentes. Aqui (na Marina da Glória) ainda tem algumas coisas para fazer, mas vai evoluir bastante até o próximo ano, as obras vão ficar prontas e vamos ter uma grande Olimpíada”, disse Scheidt.
“Foi muito bem organizado. A água não estava suja, não vi lixo boiando, ninguém pode falar nada sobre isso. A regata foi longa, mas tem que ser assim mesmo na vela, para ver quem é o melhor”, acrescentou Gintare.
Na mesma classe de Gintare, a brasileira Fernanda Decnop terminou em nono. “Foi meu melhor resultado da carreira nesse nível, e já estar entre as dez primeiras do mundo faltando um ano para a Olimpíada me faz acreditar em medalha em 2016”, disse.
Brasileiros nas outra classes
Na classe Finn, Jorge Zarif se classificou para a regata da medalha – ou MedalRace – em nono lugar, após duas boas provas nesta sexta. O velejador, entretanto, devido à pontuação já obtida, não tem chance de pódio.
Após a nona e última regata classificatória da classe 470, os brasileiros não conseguiram ficar entre os dez primeiros para disputar a MedalRace: Henrique Haddad e Bruno Bethlem, no masculino, ficaram em 17º, enquanto Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan, no feminino, terminaram em 12º.
A Regata Internacional de Vela termina neste sábado (22.08) com as MedalRaces das classes Finn, Nacra 17, 470 masculino e 470 feminino.
Confira os resultados dos brasileiros, por classe, às 18h de sexta (21.08)*
» 470 masculino, após nove regatas: Henrique Haddad e Bruno Bethlem – 17º - fora da regata da medalha
» 470 feminino, após nove regatas: Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan – 12º - fora da regata da medalha
» 49er, resultado final – 13º
» 49er FX, resultado final: Martine Grael e KahenaKunze – 1º
» Finn, após dez regatas: Jorge Zarif – 9º - dentro da regata da medalha
» Laser, resultado final: Robert Scheidt – 4º
» Laser radial, resultado final: Fernanda Decnop – 9º
» Nacra 17, após onze regatas: Samuel Albrecht e Isabel Swan – 15º - fora da regata da medalha
» RS: X masculino, resultado final: Ricardo Winicki – 7º
» RS: X feminino, resultado final: Patrícia Freitas 11º
*Protestos de atletas podem mudar a classificação geral à medida que forem divulgadas as decisões da Comissão de Protestos
Carol Delmazo – brasil2016.gov.br