Vela
Avaliação
Belo cenário e água sem lixo: atletas fazem avaliação positiva no primeiro dia do evento-teste de vela
No primeiro dia do Aquece Rio Regata Internacional de Vela, evento-teste da modalidade para os Jogos Olímpicos Rio 2016, quatro classes iniciaram as disputas: RS:X feminina, RS:X masculina, Laser Radial e Laser Standard. Ao sair das águas da Baía de Guanabara, neste sábado (15.08), atletas brasileiros e estrangeiros elogiaram a organização do evento, a beleza do cenário olímpico e não relataram problemas com lixo na água. Apenas a reforma da Marina da Glória incomodou um pouco, mas nada que diminua a avaliação positiva dos competidores.
“Não tive problema com lixo e não vi nenhum atleta reclamando da sujeira. Não sei se é sorte porque não choveu, mas hoje tudo positivo. A comissão de regata fez um trabalho bom. O pessoal da Rio 2016 está de parabéns, não há nada a reclamar, começamos com o pé direito”, disse Ricardo Winicki, o Bimba, que, ao final das três regatas da classe RS:X masculina, ficou em oitavo lugar na classificação geral.
“Foi um dia bem difícil. Na primeira fiquei em nono. Na segunda regata, eu arrisquei uma coisa que deu totalmente certo e passei de décimo para quarto lugar. Na terceira, estava bem, depois confiei muito em uma estratégia e foi um tiro no pé. Não foi um dia excelente, mas está longe de ser um dia ruim. O objetivo é sempre ficar entre os dez”, disse, acrescentando que, até para um brasileiro, a paisagem impressiona: “Eu fico maluco com a beleza, imagina os estrangeiros!”.
Na mesma prova que Bimba, estava o francês Pierre Le Coq, que terminou o dia em terceiro lugar. “O vento muda muito de direção, havia muita corrente, então tem que prestar atenção em muita coisa e isso é uma parte interessante da competição. É muito importante estar aqui na mesma época em que os Jogos serão realizados no ano que vem”, destacou.
Ele contou que já veio várias vezes ao Rio e que percebe a melhora da condição da água. “Tem sido feito muito barulho em torno disso. Estamos em uma parte pequena da baía, a água está em movimento, tem muita corrente. Faz três anos que eu venho e dá pra ver que a água melhorou. No início, tinha saco plástico que parava na prancha, havia lixo, e no ano passado e neste ano não vi mais”, contou.
Chance única
Para a polonesa Gosia Bialecka, o início das regatas da classe RS:X feminina foi excelente. Ela terminou o dia sem segundo lugar e considera o evento-teste uma chance única de velejar nas raias olímpicas.
“São correntes fortes, o vendo muda muito. Por mais que eu possa vir ao Rio em outras épocas, não é mesma coisa. Não tem outra possibilidade de treinar nas mesmas condições dos Jogos”, disse. Quanto à condição da água, Bialecka disse que estava “ok”, e que não está tão ruim como imaginava.
A brasileira na disputa da RS:X feminina, Patrícia Freitas, terminou o dia em nono.
Ganhando confiança
Robert Scheidt chegou à Marina da Glória sorridente após as regatas da classe Laser Standard. O segundo lugar na classificação geral trouxe mais tranquilidade ao bicampeão olímpico. “Foi um dia com ventos fracos e muita correnteza. Fiz uma primeira regata de recuperação e terminei com bom resultado. Na segunda, velejei melhor desde o início. Estou muito contente e me dá motivação para os próximos dias. Tive um mês de julho que não foi bom e poder me recuperar e me sentir bem em uma raia olímpica é muito importante”, disse
Scheidt foi outro atleta a reforçar que água não está no ponto ideal, mas não houve problemas. “Não teve lixo flutuante. Ainda tem que melhorar, não está azul como a gente quer, mas o mais importante é não ter detritos. Velejar aqui é sempre um prazer, o cenário é maravilhoso”.
Ele avaliou que a estrutura da Marina da Glória está melhor do que no ano passado, com a presença de mais píeres para guardar equipamentos. Por outro lado, a reforma no local é novidade em relação a 2014 e isso chamou a atenção das equipes.
“No ano passado, tivemos a impressão que tudo já estava pronto para os Jogos. Este ano a gente está vendo obras, fica um pouco menos agradável, mas eu sei que no ano que vem estará tudo pronto”, disse o diretor da equipe francesa, Guillaume Chiellino.
A brasileira Fernanda Decnop, que compete na classe Laser Radial, também comentou que a obra dificulta um pouco a movimentação dos atletas. “As coisas ficam meio longe. A área de onde saímos com o barco, o quadro de avisos, onde guarda os barcos. Mas quando terminar a obra, vai ficar mais perto”, explicou. Ela elogiou a organização e também disse que não viu lixo flutuante.
Fernanda ficou em sexto lugar na classificação geral . Já garantida nos Jogos Rio 2016 – assim como os outros três brasileiros que velejaram neste sábado – ela gostou do resultado do primeiro dia e ressaltou o alto nível do evento-teste. “Foi positivo, é sempre bom estar entre os dez primeiros. Aqui estão as top 30 do mundo, várias medalhistas olímpicas, é um ótimo parâmetro”.
As regatas continuam neste domingo (16.08). Barcos das dez classes olímpicas estarão nas águas das três raias da Baía de Guanabara e nas três fora dela. O evento-teste será realizado até o próximo sábado (22.08).
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br