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Vela

19/08/2015 23h28

Aquece Rio

Evento-teste da vela ajuda a aprimorar coleta de dados meteorológicos

Trabalho é coordenado pela Autoridade Pública Olímpica. Scheidt sobe para terceiro e Bimba se classifica para a final na Regata Internacional de Vela

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Todos os dias são feitos briefings para as equipes participantes e para a organização do Aquece Rio Regata Internacional de Vela, evento-teste da modalidade que está sendo realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Na ocasião, são divulgadas informações sobre temperatura, maré, umidade, ventos e correntes. Os dados são gerados por cinco instituições e são organizados em uma plataforma única.

Os órgãos que fornecem as informações meteorológicas são o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do Ministério da Agricultura, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a  Marinha, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea-RJ), e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smac). Cabe à Autoridade Pública Olímpica (APO) o papel de coordenar esse trabalho para esportes como vela, remo, canoagem e golfe.

“Estamos juntando as bases de informação dos três níveis de governo. Nossa função é integrar as agências, elaborando um planejamento conjunto, garantir aquilo que é necessário de estrutura e de pessoal e atuar na articulação dessas agências”, explicou Marcelo Pedroso, presidente em exercício da APO.

Para esta competição, os profissionais estão trabalhando em um container (foto abaixo) montado na Marina da Glória, mas o formato da estação de trabalho durante os Jogos vai depender da necessidade de cada modalidade. Segundo Pedroso, o modelo sofrerá ajustes de forma a garantir a entrega dos dados meteorológicos da melhor forma possível nas Olimpíadas.

Foto: Carol Delmazo/brasil2016.gov.br

O evento-teste de vela de 2014 já contou com esse trabalho. Neste ano, a novidade são as duas boias cedidas pelo projeto Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande.

“Foram instaladas duas boias meteoceanográficas na região da Baía de Guanabara que estão aumentando a precisão dos dados na própria área de competição. No fim de semana, as boias vão coletar dados também para o evento-teste de maratona aquática, na Praia de Copacabana”, disse Pedroso.

Para o velejador brasileiro Robert Scheidt, os dados são importantes para se ter uma ideia geral das condições meteorológicas, mas a percepção do velejador na raia  é determinante.

“É importante para você ter uma noção da tendência para o dia, mas não se pode levar aquela informação a ferro e fogo. A meteorologia te dá uma noção macro, mas você está velejando em uma raia de 0,6 milha e pode acontecer uma virada de vento que não vai dar pra prever. Só na hora você vendo mesmo. O importante é ter a noção do que vai acontecer com o vento e com a corrente, mas, ao mesmo tempo, tem que ficar de pé e olhar na hora”, explicou.

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Foto: APO

Competição

Scheidt fez uma regata de recuperação, terminou em quarto na prova desta quarta-feira (19.08), quinto dia de competições, e subiu de sexto para terceiro na classificação geral da classe Laser no Aquece Rio Regata Internacional de Vela.

“Tive um início não muito bom, estava mais ou menos em 15º na primeira passagem de boia, mas conseguir fazer uma boa recuperação e cheguei em quarto. Foi a regata em que eu velejei melhor até agora. Estava muito focado, muito concentrado no vento, dando meu máximo e tomando decisões certas. Cheguei na frente dos principais adversários, fora o italiano, que está fazendo uma grande competição”, disse o bicampeão olímpico, em referência ao líder até o momento,  Francesco Marrai.

Ricardo Winicki, o Bimba, terminou em 20º na regata desta quarta, mas esse resultado (o pior dele no campeonato) foi o descartado e ele e garantiu o 8º lugar geral, com 66 pontos perdidos, após as nove regatas classificatórias da classe RS:X masculina. Ele disputa a Regata da Medalha nesta quinta-feira (20.08).

Na RS:X feminina, Patrícia Freitas ficou em oitavo na disputa do dia e subiu de 13º para 11º na classificação geral. A previsão era de quatro regatas, mas, devido às condições de vento, a organização decidiu realizar apenas uma e encerrar as regatas classificatórias - o mínimo são seis por classe e já haviam sido realizadas oito provas. Dessa forma, Patrícia Freitas ficará de fora da Regata da Medalha,  já que participam somente os dez mais bem colocados.

“Já se sabia que as condições de vento iam ser assim, não entendo porque não começaram mais cedo (a regata estava marcada para 13h). Considero uma falha da organização”, disse a atleta.

O chefe de competições de vela do Comitê Rio 2016, Walter Boddener, explicou que a “janela” para a disputa das regatas começa após o fechamento do porto, quando as embarcações ficam proibidas de circular na área de competição. Mas não é de forma imediata. 

“Para o evento-teste, 11h é horário que foi acordado para o fechamento do porto. Após isso, existem algumas regras para liberar os velejadores em terra, e o tempo necessário para começar a regata depende de cada raia. Por exemplo: para a raia do Pão de Açúcar, você precisa de pelo menos meia hora, então daria pra largar 11h30. A preocupação da Marinha é a segurança dos velejadores”, explicou.

A Federação Internacional de Vela (Isaf, na sigla em inglês) decidiu antecipar as provas desta quinta-feira. A primeira é a Regata da Medalha da RS:X masculina, a partir de 12h, na raia Pão de Açúcar. No mesmo local, às 12h45, será realizada a Regata da Medalha da RS:X feminina. As outras 27 provas previstas para as outras classes ainda são classificatórias.

Martine Grael e Kahena Kunze, da 49er FX, haviam ficado em 16º na regata desta quarta, mas um protesto fez a dupla subir para 14º. No resultado total, as brasileiras ocupam a segunda colocação.

Na classe 470 masculina, Henrique Haddad e Bruno Bethlem queimaram largada, receberam bandeira preta, foram desclassificados na quinta regata e agora estão em 13º geral. Na 470 feminina, Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan terminaram em décimo na única prova do dia e caíram para 12º geral.

Jorge Zarif, na Finn, participou de duas regatas nesta quarta e agora está em 14º. Na Laser Radial, Fernanda Decnop ocupa a oitava posição geral após mais uma regata. Samuel Albrecht e Isabel Swan fizeram a pior (16º)  e a melhor regata (8º ) do campeonato e passaram para 15º na classificação final.

As regatas do Aquece Rio Regata Internacional de Vela prosseguem até o próximo sábado (22.08).

Confira os resultados dos brasileiros, por classe, às 22h de quarta (19.08)*

» 470 masculino, após cinco regatas: Henrique Haddad e Bruno Bethlem – 13º
» 470 feminino, após cinco regatas: Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan – 12º
» 49er, após seis regatas: Marco Grael e Gabriel Borges – 11º
» 49er FX, após sete regatas: Martine Grael e Kahena Kunze – 2º
» Finn, após cinco regatas: Jorge Zarif – 14º
» Laser, após sete regatas: Robert Scheidt – 3º
» Laser radial, após sete regatas: Fernanda Decnop – 8º
» Nacra 17, após oito regatas: Samuel Albrecht e Isabel Swan – 15º
» RS: X masculino, após as nove regatas classificatórias: Ricardo Winicki – 8º - dentro da Regata da Medalha  
» RS: X feminino, após as oito regatas classificatórias: Patrícia Freitas – 11º - fora da Regada da Medalha

*Protestos de atletas podem mudar a classificação geral à medida que forem divulgadas as decisões da Comissão de Protestos

Carol Delmazo - brasil2016.gov.br