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Vela

14/08/2015 21h20

Ensaio para os Jogos

Evento-teste de vela tem início neste sábado na Baía de Guanabara

Participam quase 350 atletas de 52 países em uma competição que termina no dia 22 de agosto. Federação internacional da modalidade requereu monitoramento diário da condição da água

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Foto: Matthew Stockman/ Getty Images

Tem início, neste sábado (15.08), o Aquece Rio Regata Internacional de Vela, evento-teste da modalidade que contará com a participação de quase 350 atletas de 52 países. A competição, que vai até o dia 22, é uma das últimas oportunidades para os velejadores disputarem um torneio na Baía de Guanabara, sede das regatas olímpicas nos Jogos Rio 2016. Os barcos partem da Marina da Glória.

Seis raias serão testadas, sendo três fora da Baía de Guanabara (“Pai”, “Copacabana” e “Niterói”) e três dentro dela (“Pão de Açúcar”, “Ponte” e “Escola Naval”). O evento-teste permitirá à Federação Internacional de Vela (Isaf, na sigla em inglês) avaliar  uma série de aspectos fundamentais visando aos Jogos Olímpicos.

“Queremos assegurar as melhores condições de competições no ano que vem. O evento-teste do ano passado foi ótimo, mas permitimos dois competidores, por classe, por país. Desta vez será apenas um, então é realmente um ensaio para os Jogos, no mesmo formato. Estamos com nossa equipe completa aqui. Queremos aprender o máximo possível para tomar as decisões certas. Serão vários desafios e queremos ter o máximo de informações para permitir aos velejadores brilharem no Rio 2016”, disse Alastair Fox, chefe de Competições da Isaf, em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (13.08).

O Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 testará diversos aspectos, como a área de competição, os serviços aos atletas, a ação dos voluntários, o sistema de resultados, alguns serviços de mídia, como a posição dos fotógrafos, e o antidoping.

No coração da cidade

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Foto: Carol Delmazo / Lobert veleja na Baía de Guanabara na véspera do evento-teste
A beleza do cenário olímpico foi destacada pelos atletas presentes na coletiva de imprensa. Medalhista de bronze da classe Finn nos Jogos de Londres-2012, Jonathan Lobert já treinou no Rio de Janeiro diversas vezes e considera a localização da Baía de Guanabara um diferencial.

“É ótimo estar aqui novamente. Acho esta a melhor instalação de Jogos Olímpicos, você está no coração da cidade, e não em locais distantes, como é comum nas competições de vela”, disse.

Para a brasileira Fernanda Decnop, que foi confirmada nesta semana como a representante do país na classe Laser Radial para os Jogos do ano que vem, o evento-teste é um passo importante rumo à realização do sonho olímpico, especialmente em uma área de competição desafiadora.

“Apesar de estar competindo em casa, as raias aqui são bem complicadas, com muita variação de corrente e vento. Alguma vantagem a equipe brasileira pode ter, mas os times estrangeiros têm equipamentos suficientes para conhecer bem as raias. Para todos, será bem difícil”, disse.

O histórico pode ser um estímulo para os competidores: 18 dos medalhistas do evento-teste de Londres-2012 subiram ao pódio na competição olímpica.

Qualidade da água

Tema permanente na discussão sobre a Baía de Guanabara, a qualidade da água foi abordada pelos atletas e pelo representante da Isaf nesta sexta. O francês Lobert disse que a condição está adequada para competições, mas considera importante manter o tema da limpeza em foco, e não só no Brasil.

“Já viemos aqui várias vezes. Nunca fiquei doente nem ninguém da minha equipe. Mas fico feliz porque os Jogos podem ajudar a limpar a Baía. Já velejei em vários lugares no mundo, enfrentamos problemas com plantas em Pequim, em Barcelona existe muito lixo na água. Agora o foco é na Baía de Guanabara, mas é uma questão que merece atenção no mundo todo”, disse.

Fernanda veleja no local há 20 e considera que a qualidade da água da Baía está na média mundial. Mas ela já reconhece avanços.

“Tenho visto grandes melhoras para os Jogos. Todos os atletas vão dizer o mesmo, porque temos visto até golfinho nas águas. Em épocas de chuva, a agua fica mais turva e tem lixo flutuante, mas isso não vai interferir no evento-teste nem as Olimpíadas. Medidas estão sendo tomadas e eu acho isso muito importante”, disse. Na tarde desta sexta, a reportagem do brasil2016.gov.br, a bordo de um barco de imprensa, presenciou vários botos nadando perto da raia da Ponte.

Também questionado sobre a preocupação com a qualidade da água, o chefe de Competições da Isaf informou que a federação está bastante atenta ao tema.

“Um membro da nossa comissão médica, um medico especialista em medicina tropical, estará aqui durante todo o evento-teste, trabalhando junto com o Comitê Rio 2016 e a equipe médica do Comitê Olímpico Internacional para ter certeza de que teremos as melhores orientações. Estamos preocupados com objetos flutuantes, porque queremos uma competição justa. Já indicamos um representante da Isaf para trabalhar com o Comitê e com as autoridades do estado saindo nos ecoboats para garantir que não haverá objetos na água. Há muita pressão sobre os governos e isso é bom para o trabalho de limpeza da Baía. Mas estamos felizes com o que estamos vendo agora em termos de comprometimento”, disse.

Testes diários

Alastair Fox acrescentou que, em encontro na manhã desta sexta com todos os  chefes de equipe, foi feita uma apresentação do Rio 2016 junto com as autoridades do estado sobre a Baía de Guanabara e ficou claro que todas as partes querem ser transparentes. Ele informou que a Isaf requereu recolhimento diário de amostras da água em várias partes da baía e que as informações serão repassadas às equipes.



Velejadores brasileiros

A equipe brasileira será representada  no evento-teste por 15 velejadores nas dez classes do programa  olímpico: Robert Scheidt na classe Laser Standard; Fernanda Decnop, na Laser Radial; Martine Grael e Kahena Kunze, na classe 49erFX; Jorge Zarif, na Finn; Patricia Freitas, na RS:X feminina; Ricardo Winicki Santos, o Bimba, na RS:X masculina; e Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan, na 470 feminina.  Esses já estão garantidos nos Jogos Rio 2016. Também estarão na disputa do evento-teste:  Henrique Haddad e Bruno Bethlem, na classe 470 masculina; Samuel Albrecht e Isabel Swan, na Nacra 17; e Marco Grael e Gabriel Borges, na 49er.

Neste sábado, terão início as regatas das classes RS:X feminina e masculina, na raia da Escola Naval, e das classes Laser Radial e Laser Standard, na raia da Ponte. As competições serão realizadas a partir das 13h. Este é o segundo evento-teste de vela para os Jogos Olímpicos Rio 2016 - o primeiro foi realizado em agosto de 2014.

Carol Delmazo - brasil2016.gov.br