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Volei de praia

06/09/2015 15h26

Ouro brasileiro

Larissa e Talita vencem evento-teste do vôlei de praia realizado com sucesso em Copacabana

No masculino, Guto e Saymon representaram o Brasil no pódio com o bronze. Rio Open usou pela primeira vez o desafio de vídeo na modalidade, já testando para os Jogos de 2016

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Larissa e Talita deram ao público de Copacabana a oportunidade de cantar o hino nacional no evento-teste do vôlei de praia neste domingo (06.09). Em uma final emocionante, elas venceram as compatriotas Ágatha e Bárbara por 2 sets a 1 e ficaram com o ouro no Rio Open, etapa brasileira do Circuito Mundial 2015. 

“É um evento-teste, a gente queria muito sair daqui com a vitória, com as melhores lembranças possíveis para daqui a um ano, e a gente conseguiu. O primeiro objetivo era classificar (para os Jogos Rio 2016), o segundo era usar o evento-teste e agora falta o terceiro e mais importante deles”, disse Talita, referindo-se aos Jogos Olímpicos.

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Larissa (E) e Talita comemoram o ouro no pódio. Foto: Paulo Campos

O bronze ficou com as holandesas Meppelink e Van Iersel, que superaram as brasileiras Juliana e Maria Elisa. No masculino, o ouro foi para os letões Samoilovs e Smedins, que venceram os alemães Flüggen e Böckermann. Completando o pódio, a dupla Guto e Saymon venceu os atuais campeões mundiais Alisson e Bruno Schmidt e ficaram com o bronze.

“Eles (Alison e Bruno) são meus ídolos, é uma satisfação muito grande, ganhamos pela segunda vez", comemorou Saymon, referindo-se à primeira etapa do Circuito Brasileiro disputada em Brasília no mês passado. "Valeu como uma medalha de ouro dentro do Brasil”, continuou. 

Avaliação

O evento-teste deixou a certeza de que o Rio 2016 está no caminho certo, segundo Giovane Gávio, diretor de competições de vôlei do Comitê Organizador.

“A operação dos voluntários foi dez. Eram quase 250, tivemos uma atuação sensacional, já no protocolo olímpico. No sistema de resultados, foi importante para entender as demandas da Federação Internacional. Ainda era um híbrido da organização do evento com o nosso time, mas também pudemos testar os nossos locutores e o diretor de competição”, avaliou Giovane.

Os medalhistas da disputa masculina e feminina do evento-teste. Foto: Paulo Campos

Diante das reclamações de alguns atletas sobre o excesso de jogos em um mesmo dia, como no sábado (05.09), em que disputaram oitavas, quartas e semifinais, Giovane reforçou que cada equipe joga apenas uma partida por dia nos Jogos Olímpicos e, em alguns casos, haverá descanso de um dia entre as partidas.

Para Angelo Squeo, diretor de Eventos de Vôlei de Praia da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), o teste foi um sucesso. “Estamos muito satisfeitos. O sistema de resultados, a competição, a tecnologia, a apresentação esportiva, árbitros, foi tudo muito útil para nós no teste. Em geral, foi um evento muito positivo, com ótima combinação de força e esforços”, disse.

Inovação

Pela primeira vez na história, o desafio de vídeo foi permitido em um torneio de vôlei de praia. Os atletas puderam usar a fermenta a partir das semifinais no Rio Open. Assim como no vôlei indoor, cada time teve direito a pedir até dois desafios por set. Foram feitas seis demandas ao todo na competição.

“Queremos trazer essa inovação para o vôlei de quadra e praia (nos Jogos Olímpicos) e também para as pessoas que estão assistindo pela TV. Depois que o desafio for pedido, todos vão ver na TV o que aconteceu. É mais transparente, mais espetacular e mais justo para todos. Vamos testar em mais partidas até os Jogos. Precisamos de muita coordenação entre os árbitros, equipes de transmissão e jogadores”, disse Angelo Squeo.

“Não era um teste nosso, mas foi bom ter pedidos de desafios porque impacta na nossa operação. Isso ainda vai passar por mais testes, mas demos nosso feedback de que é importante não se estender muito para sair o resultado, para não atrapalhar a sequência de partidas”, acrescentou Giovane Gávio.

Saiba com foram os jogos deste domingo:

A final 100% brasileira

Na decisão entre anfitriãs, as líderes do ranking da temporada, Ágatha e Bárbara, enfrentaram as campeãs da corrida olímpica brasileira, Larissa e Talita. Para a torcida, interessava o espetáculo. O primeiro set foi marcado pelo equilíbrio, com finalizações inteligentes por parte das duas duplas, explorando bloqueios e espaços vazios na quadra adversária.

As brasileiras Ágatha e Bárbara (Esquerda) e Larissa e Talita (ao centro), no pódio. Foto: Paulo Campos

A primeira diferença de três pontos ocorreu em 16/13, quando Talita atacou bem na paralela. Bela defesa de Bárbara levantou o público, mas Larissa atacou firme e deixou o placar em 19/15. O ataque preciso de canhota da Bárbara reduziu a vantagem para 19/18. Explorando o bloqueio, Talita chegou ao set point (20/19), mas a dupla adversária empatou.  O jogo seguiu emocionante, com set points dos dois lados até que um ataque de Bárbara para fora determinou o placar em incríveis 32/30 para  Larissa e Talita, em 32 minutos.

No segundo set, a dupla que perdia abriu 2/5 com belo bloqueio de Ágatha. Larissa, no saque, quebrou o passe, defendeu bem e soltou o braço para empatar em 5/5.  Ao pedir desafio, Larissa tentou reverter o ponto de bloqueio de Ágatha, mas o vídeo comprovou a validade do lance: 6/7. Ataque na paralela de Larissa deixou tudo igual novamente (10/10). E foi dela o ace que fez a dupla abrir a vantagem de 13/10. Bárbara, na paralela, deixou tudo igual de novo (17/17), e, depois, virou o jogo, com ataque na diagonal (17/18).  Também foi no ataque da canhota que veio o set point (18/20). Um erro de Talita levou o jogo para o tie break (18/21).

No set desempate, uma bela sequência de defesas de Ágatha e Bárbara marcou o empate em 4/4. Talita jogou no fundo da quadra e deixou o placar em 8/6. Foi dela o décimo ponto da dupla (10/6). Ágatha chamou Bárbara e a conversa foi seguida por belo ataque e por ace de Bárbara (10/8). Talita, primeiro no bloqueio e depois com um ataque no fundo de quadra, fez 14/11. Larissa atacou para fechar em 15/12 e levar o ouro para casa.

“É diferente, é especial demais. Agora eu tenho duas lembranças daqui, uma é o Pan de 2007, em que fui campeã, e agora este evento-teste, sendo campeãs de novo. Estou muito feliz. Este é um momento especial, ano que vem também será especial. Quem sabe a gente possa comemorar o título da Olimpíada”, disse Larissa.

“O evento-teste foi importante para quem está organizando, para quem está assistindo, e para os atletas, que tiveram um gostinho do que vai rolar, dessa coisa da torcida estar perto”, disse Ágatha.

Representando o mundo

Na disputa pelo bronze, as holandesas Meppelink e Van Iersel  abriram 6/2 sobre Juliana e Maria Elisa. As brasileiras encostaram (8/6), mas as holandesas, jogando com regularidade,  ampliaram a vantagem em 18/11. A dupla anfitriã fez uma boa sequência de ataques e levou a 19/14, mas as adversárias fecharam em 21/15.

No segundo set, Juliana e Maria Elisa, vibrando a cada ponto,  não deixaram as holandesas abrirem vantagem. Juliana bloqueou (5/7) e convocou a torcida. O público empolgou, as brasileiras foram crescendo em quadra. Mas as holandesas continuaram concentradas e, com uma largada de Van Iersel, fizeram 15/13. O grito de “Eu acredito” ecoou. Juliana atacou bem na diagonal, só que um erro de saque de Maria Elisa levou o placar a 18/15. Um erro de recepção resultou no match point e as holandesas liquidaram o set em 21/17 e o jogo em 2 sets a 0.

Juliana defende, na disputa do bronze. Foto: Paulo Campos

“Estamos muito felizes com essa medalha. Vamos entrar em mais um pódio com as brasileiras, então representamos o resto do mundo nele”, disse Meppelink.

“A gente queria saber como era tudo aqui, jogando em Copacabana, com a torcida brasileira e agora a gente tem uma ideia. Esperamos jogar a final no ano que vem”, acrescentou Meppelink.

Letões superam alemães

Na final masculina do Rio Open, o primeiro set começou bastante disputado, mas os letões Samoilovs e Smedins conseguiram se distanciar no placar na segunda parte da parcial e venceram os alemães Flüggen e Böckermann por 15/21. O segundo set, novamente equilibrado, teve emoção até o fim. Empatados em 19/19, um belo ataque na diagonal curta de Smedins levou ao match point. Os alemães não se entregaram, defenderam bem e ainda conseguiram dois set points. Pesou a experiência dos bicampeões do Circuito Mundial (2013/2014), que fecharam o set em 25/23.

Os letões Samoilovs e Smedins, bicampeões do Circuito Mundial (2013-2014), com a medalha de ouro. Foto: Paulo Campos

“É muito especial esse ouro, a gente veio para ver a quadra, a atmosfera, a temperatura, então foi muito importante ter um bom resultado aqui. As pessoas aqui torcem, não apenas aplaudem, elas dançam. A gente troca energia e todo mundo curte”, disse Saimolovs.

Primeiro pódio no Circuito Mundial

Na disputa pelo bronze entre brasileiros, com o saque firme e aproveitando vários erros de Alison e Bruno Schmidt, a jovem dupla Guto e Saymon chegou a 12/4. Com uma bola largada de Guto e um bloqueio de Saymon em Alison, o time levou o placar a 18/11 e não demorou a fechar a parcial em 21/14. 

No segundo set, os líderes do ranking mundial começaram com outra postura, mais concentrados, defendendo muito bem e abriram 9/5. Guto e Saymon conseguiram se recuperar e passar à frente em belo bloqueio de Saymon em Alison (15/16). Mas os atuais campeões mundiais não queriam abrir mão do pódio fácil e ganharam o segundo set por 21/17.

No tie break, um ace de Saymon levou o placar a uma diferença de três pontos (8/5). Ele e Guto administraram a vantagem, fizeram belas defesas e garantiram o bronze com a vitória por 15/8 e 2 sets a 1. Esta é a terceira participação e o primeiro pódio em etapas do Circuito Mundial da dupla, que montou parceria visando aos Jogos Olímpicos de 2020.

Os brasileiros Guto e Saymon representam o país no pódio. Foto: Paulo Campos

“Eles acabaram de se classificar para a Olimpíada, a torcida estava favor deles mesmo a gente sendo do Brasil. Mas o nosso jogo fluiu, como tem sido. Acabamos de começar um trabalho, estamos há um mês e meio juntos, vai ter altos e baixos e sabemos que aos poucos vamos chegar lá”, afirmou Guto.

“O corpo não estava respondendo. Não é desculpa, os meninos têm todo o mérito, é um time que vem crescendo muito. Mas hoje nós brigamos contra o nosso próprio corpo, eu tentei fazer o meu melhor, o Bruno teve paciência comigo, mas não conseguimos responder dentro de quadra. É um cansaço somatório mesmo, jogamos cinco finais seguidas, nosso trabalho foi muito bem concluído. Conseguimos a classificação para a Olimpíada, jogamos com a pressão dentro de casa e isso é ótimo a um ano dos Jogos”, concluiu Alison.

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br