Volei de praia
Vôlei de praia
Sete duplas brasileiras femininas e cinco no masculino avançam às oitavas do Rio Open
O Brasil terá sete duplas femininas entre as 16 melhores do Rio Open, etapa do Circuito Mundial 2015 de vôlei de praia e evento-teste da modalidade. No masculino, outras cinco equipes da casa seguem na disputa. Os últimos jogos da fase de grupos foram realizadas nesta sexta-feira (04.09): quase 50 partidas em um só dia, em seis quadras montadas para competições.
Já classificadas para os Jogos Olímpicos Rio 2016, Larissa e Talita ficaram em primeiro no Grupo A e passaram para a próxima fase, assim como Ângela e Rachel, que garantiram o segundo lugar no mesmo grupo. Líderes do ranking da temporada, Ágatha e Bárbara se classificaram em primeiro no Grupo B. Juliana/Maria Elisa e Taiana/Fernanda Berti lideraram seus grupos, C e D respectivamente, e também estão nas oitavas de final.
Além dos dois primeiros lugares de cada grupo, os dois melhores terceiros colocados se garantiram na próxima fase, caso de Duda/Elize, no Grupo C, e de Maria Clara e Carol, que enfrentaram a forte dupla norte-americana Kerri Walsh/April Ross no Grupo D, perderam por 2 sets a 0, mas aprenderam muito.
“A Kerri e a April formam um time muito forte, mesmo com a Kerri atacando com a mão esquerda. Elas têm visão de jogo e domínio de bola muito bons, além da pressão que elas colocam o tempo inteiro. Mas eu e a Carol perdemos muitas oportunidades no primeiro set e saímos do jogo ali, tivemos a chance de passar à frente umas três vezes. O que eu levo (do jogo) é a importância de não perder a cabeça, ter mais paciência e aproveitar as chances”, disse Maria Clara.
April Ross, medalha de prata em Londres 2012, fez uma boa avaliação do evento-teste até agora. “Tecnicamente é um Open, mas parece ser um Grand Slam e dá para ter uma noção como será nos Jogos. A instalação está muito boa, adoro estar em hotel do outro lado da rua que é cinco estrelas, está tudo incrível”, disse.
Masculino
Alison e Bruno, que já têm a vaga olímpica, confirmaram a boa fase e passaram para as oitavas em primeiro no Grupo A. Dois times brasileiros se classificaram pelo Grupo B: Pedro Solberg/Evandro, em primeiro, e Pedro Cunha/Allison Francioni, em segundo. Campeões olímpicos em Atenas 2004, Ricardo e Emanuel garantiram vaga com a liderança no Grupo E, após vencer os primos chinelos Grimalt em uma partida sob chuva na quadra central.
“Pra mim está sendo um evento especial, o começo de um sonho para todos e a gente participa desse sonho também. A gente quer que tudo dê certo. Jogando ou não (nos Jogos de 2016), a gente quer o Brasil possa ser representado da melhor forma possível. Quem vivenciou outras edições de Jogos Olímpicos sabe a importância, a dedicação que tem que dar para que o evento seja espetacular. E aqui eu vejo a dedicação de todos que estão lutando para que seja um evento bacana, que seja o começo de um grande evento futuro”, disse Ricardo. Ele e Emanuel são uma das duplas que concorrem à segunda vaga olímpica. Caberá à Confederação Brasileira de Vôlei a indicação do time. A decisão deve ser anunciada em janeiro de 2016.
A última dupla brasileira a garantir vaga nas oitavas do Rio Open foi Saymon/Guto, ao passar pela repescagem na noite desta sexta.
» Jogos noturnos testam protocolo olímpico na quadra principal do Rio Open de vôlei de praia
Animação e autoestima
Perdendo ou ganhando, algo não falta aos brasileiros que jogam na quadra central: incentivo. Há quatro anos atuando com entretenimento no esporte, Daniel Cardoso consegue levantar o ânimo de torcida e atletas em qualquer situação: chuva, sol, derrota ou vitória.
“O maior segredo é trabalhar a autoestima. A gente faz um trabalho além da animação. A gente está aqui pra levantar a autoestima do atleta, do público, do árbitro, dos boleiros, de todo mundo. E aí fica fácil de fazer o entretenimento”, revelou.
Daniel conhece a história de cada jogador, lembra os títulos, sabe o nome dos pais, dos filhos, usa e abusa dos apelidos. Os atletas adoram.
“O Daniel e a equipe dele são ótimos. Eles endeusam a gente e faz a gente virar pop star dentro da arena. Não que eu queira ser uma pop star, mas se um monte de gente veio aqui pra ver a gente, e ele ainda dá essa ênfase, é muito bacana. Ele sabe tudo de cada pessoa, coloca apelido e o apelido pega. Acho que está de parabéns”, elogiou a brasileira Maria Elisa.
No evento-teste, Daniel diz que não está mudando o modo de trabalhar, mesmo sob os olhares atentos do Comitê Organizador Rio 2016. Um dos principais testes para o ano que vem é a apresentação esportiva.
“Até no protocolo olímpico, a gente fez tudo que a gente queria fazer, eu acho que quando você faz um trabalho bem feito, com carinho, funciona. Eles viram como a gente faz, principalmente a introdução dos atletas na quadra, que a gente faz uma coisa bem calorosa. A turma do Rio 2016 está nos ajudando muito, estou aprendendo muito com eles, e eles também estão aprendendo com a gente, entendendo mais a nossa cultura. Está tudo muito integrado entre nós que atendemos a Confederação Brasileira de Vôlei e o Rio 2016. Confesso que estou bem satisfeito”, disse.
Mas satisfação mesmo virá se ele for escolhido pelo Comitê Organizador para repetir o trabalho na mesma arena, só que no ano que vem.
“É claro que a gente quer estar nos Jogos Olímpicos, a gente tem a nossa parcela de ajuda na evolução do esporte, na fidelização do público. Hoje as arenas no circuito nacional são uma festa, sempre lotadas, como nos velhos tempos do início dos anos 90. Com certeza é um sonho poder fazer algo similar nas Olimpíadas”, disse. “Que me levem para 2016, se não eu arrombo esse portão e entro sozinho”, brincou.
Próximos jogos
As oitavas de final, quartas e semifinais serão realizadas neste sábado (05.09), a partir de 8h. As disputas de medalha estão agendadas para o domingo (06.09).
» Resultados e programação dos jogos masculinos
» Resultados e programação dos jogos femininos
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br