Judô
Baku 2018
Estreantes animados para o Campeonato Mundial de Judô de Baku
O Brasil disputa, de 20 e 27 deste mês, em Baku, capital do Azerbaijão, o Campeonato Mundial Sênior, competição mais importante do calendário internacional do judô em 2018. Dos 22 atletas da Seleção Brasileira, sete já subiram ao pódio no torneio. Mas contrastando com a experiência dos medalhistas Rafaela Silva (57kg), Mayra Aguiar (78kg), Érika Miranda (52kg), Maria Suelen Altheman (+78kg), Rafael "Baby" Silva (+100kg), David Moura (+100kg) e Victor Penalber (81kg), oito atletas vivem a expectativa da estreia no Mundial da categoria adulta.
O gaúcho de Canoas Daniel Cargnin, 20 anos e atleta da categoria 66kg, é um deles. Na mesma condição estão Rafael Macedo (90kg), Gabriela Chibana (48kg), Jéssica Pereira (52kg) e Beatriz Souza (+78kg), que farão suas estreias na categoria adulta, além de Tamires Crude (57kg), Ellen Santana (70kg) e David Lima (73kg), convocados apenas para o torneio por equipe. No ano passado, Beatriz Souza participou da disputa por equipe e, neste ano, faz sua estreia na chave individual.
"Minha expectativa é boa", diz Cargnin, campeão mundial júnior em 2017 e que, nesta temporada, conquistou a prata no Grand Prix de Tbilisi, na Geórgia, e a prata no Pan-Americano de São José, na Costa Rica.
"Este ano, eu conquistei medalhas no circuito internacional sênior, inclusive em um dos Grand Prixs que é mais difícil, o da Geórgia. Eu lutei com bastante gente forte, que provavelmente vai estar em Baku. Saí da categoria júnior e consegui sair bem. Acho que, mesmo sendo novo, já é hora de pensar em uma medalha (no Mundial)", continua o judoca, atleta da Sogipa.
"Venho treinando bastante desde o ano passado. Tive uma experiência do Mundial Sênior ano passado por equipe e, este ano, estou indo em busca da medalha no individual"
Beatriz Souza
A confiança do atual campeão mundial júnior encontra eco na paulista Beatriz Souza, do Pinheiros. Caçula da equipe feminina do Brasil em Baku, a judoca, de 20 anos, nascida em Peruíbe, conquistou a medalha de bronze no Mundial Júnior no ano passado, mesmo resultado que obteve, em 2015, no Mundial Juvenil (Sub-18).
Em 2018, Beatriz, que ainda compete na categoria júnior, obteve ótimos resultados na categoria sênior e, assim, chega com moral a Baku. Bia, como é chamada na equipe, começou o ano com a prata no Grand Prix de Túnis, em janeiro. Em março, foi bronze no Grand Slam de Ecaterimburgo, na Rússia, e, em abril, faturou a prata no Pan-Americano de San José.
Credenciada pelos ótimos desempenhos na temporada, Beatriz sonha agora com um pódio no Azerbaijão. "Venho treinando bastante desde o ano passado. Tive uma experiência do Mundial Sênior ano passado por equipe e, este ano, estou indo em busca da medalha no individual", diz a judoca. Para ela, ter se preparado ao lado de feras como a campeã olímpica e mundial Rafaela Silva e a bicampeã mundial Mayra Aguiar só aumenta sua fé em um bom resultado em Baku.
» Galeria de fotos: treino da seleção brasileira de judô em Pindamonhangaba
» Rafaela Silva muda estilo de luta para o Campeonato Mundial de judô no Azerbaijão
» Mayra Aguiar e a chance de fazer história no Mundial de Judô do Azerbaijão
» O batismo de fogo de Yuko Fujii no Mundial de Judô do Azerbaijão
» David Moura e Rafael Silva: Eles só pensam no ouro
» Rosicleia Campos: técnica e testemunha da história no judô
» Chefe da equipe francesa de judô no Mundial de Baku elogia Mayra Aguiar e Rafaela Silva
"Treinar com elas só ajuda. É muita inspiração dentro de um tatame e em um treino só. É muita história junta. Elas sempre me ajudam. Me acolheram muito bem por eu ser a mais nova da equipe. Para mim é um orgulho estar ao lado delas", continua Beatriz.
Objetivo é o ouro
Campeão mundial Júnior em 2014, Rafael Macedo, 23 anos, nascido em São José dos Campos (SP), só pensa em um resultado: a medalha dourada.
"Se a gente ficar pensando muito acaba ficando nervoso e nem tem porque ficar nervoso agora ou no dia também. É mais uma competição"
Rafael Macedo
O judoca começou a temporada com um quinto lugar no Grand Prix de Túnis e, dois meses depois, conquistou o resultado mais expressivo de sua carreira ao faturar o ouro no Grand Prix de Tbilisi. Na sua última competição neste ano, no Grand Prix de Antalya, na Turquia, no fim de março, ficou em quinto lugar.
"Estou bem motivado e com uma expectativa boa para essa competição. Estou treinando bem, estou mais forte do que quando eu era sub-21. Eles (a comissão técnica) estão fazendo um trabalho bem legal com a gente e então não tem porque não ter um bom desempenho lá", prossegue."Meu objetivo é sempre ser campeão. Quero sair de lá com a medalha de ouro. Mas não quero ficar pensando só na medalha. Vou pensar em uma luta de cada vez. Serão lutas fortes. Eu já conheço o pessoal da categoria, de treinar, de lutar, então é chegar lá e fazer uma luta de cada vez. É ganhar a primeira, ganhar a segunda, e ir assim até chegar à medalha de ouro", afirma Macedo. Ele ressalta que todo o treinamento visando ao Mundial de Baku só fortaleceu sua confiança.
Para os estreantes, um dos principais desafios é controlar o nervosismo gerado pela primeira participação em um Mundial sênior. Por isso mesmo, Macedo, companheiro de Daniel Cargnin na Sogipa, já sabe a receita para não se deixar afetar pela ansiedade.
"Eu não fico pensando muito. Estou bem tranquilo e tratando isso como mais uma competição. Se a gente ficar pensando muito acaba ficando nervoso e nem tem porque ficar nervoso agora ou no dia também. É mais uma competição. É o nosso trabalho. É o que eu amo fazer e não acho que isso deva ser um motivo de pressão ou de ansiedade. Para mim é algo mais prazeroso", ensina o paulista.
Retrospecto do Brasil no Campeonato Mundial Sênior
» 7 Ouros
» 12 Pratas
» 25 Bronzes
» Total: 44 medalhas
Retrospecto do Brasil no Campeonato Mundial por Equipes Mistas
» 1 Prata - 2017, em Budapeste - Hungria
Todos os medalhistas do Brasil no Mundial Sênior
1971 (Ludwigshafen/GER)
Chiaki Ishii (-93kg/bronze)
1979 (Paris/FRA)
Walter Carmona (-86kg/bronze)
1987 (Essen /GER)
Aurélio Miguel (-95kg/bronze)
1993 (Hamilton/CAN)
Aurélio Miguel (-95kg/prata)
Rogério Sampaio (leve/bronze)
1995 (Tóquio/JPN)
Danielle Zangrando (-56kg/bronze)
1997 (Paris/FRA)
Aurélio Miguel (-95kg/prata)
Edinanci Silva (-72kg/bronze)
Fúlvio Myata (-60kg/bronze)
1999 (Birmingham/GBR)
Sebastian Pereira (-73kg/bronze)
2003 (Osaka/JPN)
Mario Sabino (-100kg/bronze)
Edinanci Silva (-78kg/bronze)
Carlos Honorato (-90kg/bronze)
2005 (Cairo/EGY)
João Derly (-66kg/ouro)
Luciano Corrêa (-100kg/bronze)
2007 (Rio de Janeiro/BRA)
João Derly (-66kg/ouro)
Tiago Camilo (-81kg/ouro)
Luciano Correa (-100kg/ouro)
João Gabriel Schilittler (+100kg/bronze)
2010 (Tóquio/JPN)
Mayra Aguiar (-78kg/prata)
Leandro Guilheiro (-81kg/prata)
Leandro Cunha (-66kg/prata)
Sarah Menezes (-48kg/bronze)
2011 (Paris/FRA)
Leandro Cunha (-66kg/prata)
Rafaela Silva (57kg/prata)
Sarah Menezes (-48kg/bronze)
Leandro Guilheiro (-81kg/bronze)
Mayra Aguiar (-78kg/bronze)
2013 (Rio de Janeiro/BRA)
Rafaela Silva (-57kg/ouro)
Érika Miranda (-52kg/prata)
Maria Suelen Altheman (+78kg/prata)
Rafael Silva (+100kg/prata)
Sarah Menezes (-48kg/bronze)
Mayra Aguiar (-78kg/bronze)
2014 (Chelyabinsk/RUS)
Mayra Aguiar (-78kg/ouro)
Maria Suelen Altheman (+78kg/prata)
Erika Miranda (-52kg/bronze)
Rafael Silva (+100kg/bronze)
2015 (Astana/CAZ)
Érika Miranda (-52kg/bronze)
Victor Penalber (-81kg/bronze)
2017 (Budapeste/HUN)
Érika Miranda (-52kg/bronze)
Mayra Aguiar (-78kg/ouro)
David Moura (+100kg/prata)
Rafael Silva (+100kg/bronze)
Luiz Roberto Magalhães - rededoesporte.gov.br