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Judô

30/07/2021 05h23

Judô

Sem medalhas entre os pesados, judô fecha campanha individual com dois bronzes

Seleção ainda disputa, neste sábado, a competição por equipes mistas. Nos dois últimos mundiais, o time do Brasil conquistou o bronze
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Rafael Silva sofreu ippon do francês Teddy Riner. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
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Suelen começou bem o torneio, com vitória sobre eslovena, mas depois se lesionou. Foto: Wander Roberto/COB
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Rafael Silva sofreu ippon do francês Teddy Riner. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
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Rafael Silva sofreu ippon do francês Teddy Riner. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
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Rafael Silva sofreu ippon do francês Teddy Riner. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
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Rafael Silva sofreu ippon do francês Teddy Riner. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
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Rafael Silva sofreu ippon do francês Teddy Riner. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
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Rafael Silva sofreu ippon do francês Teddy Riner. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
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O judô brasileiro encerrou nesta sexta, 30.07, a participação individual nos Jogos Olímpicos de Tóquio sem medalhas na disputa dos pesados. Embora seja a categoria em que o Brasil tenha figurado com mais frequência nos pódios internacionais no ciclo entre o Rio e a capital japonesa, desta vez Rafael Silva e Maria Suelen Altheman não conseguiram avançar na chave no Nippon Budokan.

No feminino, Suelen teve início promissor e projetou por ippon e eslovena Anamari Velensek após 3min34s nas oitavas de final. Já na fase de quartas, teve um confronto duro com a francesa Romane Dicko, sexta colocada no ranking mundial e com retrospecto recente consistente: Dicko venceu o Doha Masters e os Grand Slams de de Tel Aviv e de Kazan entre janeiro e maio de 2021.

Além de ser superada por ippon, Maria Suelen perdeu a chance de disputar a repescagem em busca de uma medalha olímpica inédita para ela. Isso porque, durante a queda, ela sofreu uma lesão no joelho esquerdo. Segundo nota divulgada pela Confederação Brasileira de Judô, a atleta paulista de 32 anos "passará por exames de imagem ainda nesta sexta-feira, 30.07, em Tóquio". Com isso, a atleta que também representou o Brasil nos Jogos de Londres (2012) e do Rio de Janeiro (2016), termina novamente fora do pódio.

Caminho difícil

No masculino, Rafael Silva, o Baby, também iniciou o dia com vitória. O número sete do ranking mundial superou na fase de oitavas de final Ushangi Kokauri, do Azerbaijão, décimo oitavo no ranking mundial. A luta durou um total de 5min43s e foi definida por uma projeção do atleta sul-matogrossense de 34 anos conquistada no Golden Score.

Na sequência, nas quartas de final, Baby teve pela frente Guram Tushishvili, da Geórgia, número seis do ranking mundial, vencedor do Grand Slam de Dusseldorf em 2020 e terceiro colocado no Campeonato Europeu de 2021. Após luta equilibrada no tempo normal, o advesrário projetou Baby com 41 segundos de Golden Score e empurrou Baby para a repescagem.

"Foi uma competição difícil. No meu quadrante, eu sabia que teria dificuldade com o georgiano. Eu vinha de um histórico complicado contra ele. Na luta, senti bastante a questão do volume de pegada. Ele se desvencilhando o tempo todo, não tive a chance de colocar muitos golpes", afirmou Baby.

Para azar do brasileiro, o adversário na luta pelo direito de brigar pelo bronze foi o francês Teddy Riner. O bicampeão olímpico, nove vezes campeão mundial e praticamente imbatível durante anos na categoria foi superado nas quartas de final em Tóquio por Tamerlan Bashaev, da Rússia, e também precisou disputar a repescagem. No duelo entre o brasileiro e o francês, Riner precisou de 40 segundos para projetar e aplicar uma chave de braço no brasileiro e finalizar a luta.

"Eu tracei com a comissão técnica uma estratégia de ir com uma pegada cruzada e evitar que ele pegasse a minha manga, porque quando ele mata ali, entra um golpe que ele está fazendo a competição toda. Você fica vendido, é difícil conseguir reverter", comentou Baby. "Já lutei com o Riner umas dez vezes, o histórico não é muito bom, mas saio feliz de ter participado da Olimpíada e de ter dado o meu máximo. É um momento de gratidão por esse ciclo todo, por uma carreira toda construída no judô", completou o atleta, que terminou na sétima posição.

Suelen começou bem o torneio, com vitória sobre eslovena, mas depois se lesionou. Foto: Wander Roberto/COB

Bronze duplo

Com o resultado dos pesados, o Brasil encerra a participação individual nos Jogos Olímpicos de Tóquio com duas medalhas de bronze. A primeira conquistada por Daniel Cargnin, na categoria -66kg. A segundo, pela bicampeã mundial Mayra Aguiar (-78kg), que se tornou a primeira judoca nacional com três pódios olímpicos no currículo. Ela acumula três bronzes, obtidos nas edições de Londres (2012), Rio (2016) e Tóquio (2021). Mayra ainda representou o Brasil nos Jogos de Pequim, em 2008.

Mina de pódios

O judô é o esporte individual que mais rendeu medalhas ao Brasil na história dos Jogos Olímpicos. São 24, com quatro de ouro, três de prata e 17 de bronze, já levando em conta o de Cargnin e o de Mayra Aguiar.

A delegação nacional teve 13 atletas na capital japonesa, seis no feminino e sete no masculino. Onze deles integram o Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. Dos 11 bolsistas, nove fazem parte da categoria Pódio, a principal do programa, voltada para atletas que se posicionam entre os 20 melhores do mundo em sua modalidade.

No ciclo Rio–Tóquio, o judô brasileiro recebeu investimento direto, via Bolsa Atleta, de R$ 16,2 milhões. Os recursos representaram a concessão de 1.056 bolsas para praticantes do esporte. Daniel Cargnin também é atleta do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, na Marinha do Brasil.

Disputa por equipes

A seleção brasileira ainda volta ao tatame neste sábado (31.07) para a disputa da competição por equipes mistas, categoria em que o Brasil esteve no pódio nos mundiais de 2019 e de 2021. Como terceira colocada no ranking, a seleção já estreia na fase de quartas de final. Espera o adversário que sairá do confronto entre Holanda e Uzbequistão. 

Com a lesão de Maria Suelen Altheman, a equipe técnica do Brasil pode optar por ficar sem uma atleta para a disputa, e perder um ponto automaticamente nos confrontos, ou usar uma atleta de categoria mais leve na disputa com os pesados. No caso, a opção direta seria Mayra Aguiar, da -78kg. "Se essa substituição acontecer, a Mayra vai ter de usar a velocidade, as dinâmicas de trocas de pegada, para entrar na frente dos adversários. É isso que coloca alguém mais pesado em dificuldade, mas não sei ao certo como vai ser a escalação", comentou Baby.

Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br