Geral
Lima 2019
No melhor Pan do Brasil na história, 81,7% das medalhas têm a 'digital' do Bolsa Atleta
A delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Lima resolveu "subir o sarrafo" da performance esportiva nacional. Os 485 atletas originalmente inscritos no megaevento continental chegam ao último dia de competições já com o segundo lugar assegurado no quadro de medalhas pela primeira vez em 56 anos e garantem o melhor resultado da história, seja em número de pódios ou em quantidade de ouros.
A campanha deixa para trás dois referenciais em campanhas "caseiras". Pela primeira vez desde os Jogos de 1963, em São Paulo, o Brasil termina a competição com a segunda colocação em número de ouros no quadro de medalhas. E, pela primeira vez desde o Pan de 2007, no Rio, a delegação supera a marca das 157 medalhas conquistadas e as 52 de ouro registradas na capital fluminense.
Mesmo antes de provas com grande potencial de títulos no último dia, como judô, caratê, vôlei feminino e tiro com arco, o Brasil já soma 164 medalhas, com 54 ouros, 42 pratas e 68 bronzes. Desse total, 134 (81,7%) foram conquistadas com a participação de integrantes do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Numa análise mais detalhada, são 110 medalhas obtidas por bolsistas, 24 em modalidades coletivas com a presença de bolsistas e apenas 30 sem a "digital" do patrocínio federal. Os contemplados pelo Bolsa Atleta deixaram a marca em 33 das 40 modalidades em que o país subiu ao pódio. Ao todo, 272 dos 485 atletas brasileiros inscritos no Pan trarão medalhas na bagagem, e 188 (69,1%) deles são bolsistas.
Relevância até como 'Nação'
A "Nação Bolsa Atleta", numa comparação hipotética, chega ao último dia de competições quase consolidada na terceira colocação do quadro de medalhas, atrás de Estados Unidos e do Brasil. Os bolsistas estão presentes em 42 ouros, 34 pratas e 58 bronzes, num total de 134 medalhas. Ao todo, 333 atletas brasileiros no Pan estão atualmente vinculados ao Bolsa Atleta. Eles representam um investimento anual de 14,6 milhões.
"O Brasil avançou muito neste Pan e está mostrando que nosso esporte tem força, tem pujança, e que mais de 80% dos atletas que participaram das medalhas têm atuação garantida pelo Bolsa Atleta, que nós resgatamos este ano. Sabemos da importância que ele tem para que os atletas possam se dedicar aos seus treinamento, ao seu aperfeiçoamento"
Osmar Terra, ministro da Cidadania
"O Brasil avançou muito nesse Pan e está mostrando que nosso esporte tem força, tem pujança, e que mais de 80% dos atletas que participaram das medalhas têm atuação garantida pelo Bolsa Atleta, que nós resgatamos este ano. O programa tinha sido cortado pela metade. Nós, sob orientação do presidente Bolsonaro, recuperamos esse valor e estamos ampliando o Bolsa Atleta. Sabemos da importância que ele tem para que os atletas possam se dedicar aos seus treinamento, ao seu aperfeiçoamento. Estamos muito, muito contentes com o resultado", disse o ministro da Cidadania, Osmar Terra.
"Nossos atletas superaram todas as expectativas, com garra, dedicação, suor e sangue, como pudemos acompanhar no dia a dia desses jogos", afirmou o Secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Décio Brasil. "Nós, da Secretaria Especial do Esporte, nos sentimos honrados em ajudar a cada um dos esportistas do Bolsa Atleta, que se beneficiam desse projeto, desse investimento que o governo faz para sua tranquilidade na fase de treinamento. Vocês são o orgulho do país e serão recebidos com todas as honras que merecem", completou.
Destaques esportivos
A grande atuação brasileira em Lima foi recheada de pontos altos. Na reta final da competição, contribuiu muito a nova geração da natação, que contabilizou dez ouros e um total de 30 pódios, recorde histórico da modalidade. A vela teve também uma campanha expressiva, com nove medalhas em 11 possíveis. Foram cinco ouros, duas pratas e dois bronzes.
O atletismo, que ainda tem a prova da marcha atlética neste domingo, soma 16 medalhas até agora, com seis de ouro, seis de prata e quatro de bronze. Mais do que a quantidade, chama a atenção a diversidade, com atletas nacionais se destacando tanto em provas de velocidade, como 100m, 200m e revezamento 4 x 100m, quanto nas provas de fundo e meio fundo, com ouros nos 400m com barreiras e nos 3.000 com obstáculos. Os pódios vieram ainda em provas de campo, como o arremesso de peso e o lançamento de disco, e no salto com vara.
Nos primeiros dias de competição, chamou a atenção também a performance do taekwondo, com medalhas em sete das oito categorias, e da ginástica artística, com títulos por equipe, por aparelho e no individual geral. No tênis de mesa, Hugo Calderano confirmou a condição de número seis do mundo e sai de Lima com dois ouros (individual e dupla masculina, ao lado de Gustavo Tsuboi) e um bronze por equipe.
Outro ponto alto da campanha nacional veio com o basquete feminino, que não conquistava o título do Pan desde 1991, na geração de Hortência e Paula, que celebrou o ouro sobre as cubanas na casa delas. A geração atual teve uma campanha invicta e derrotou na final os Estados Unidos.
Mais de 26,5 mil atletas
O Bolsa Atleta é o maior programa de patrocínio individual e direto a atletas do mundo. Desde 2005, já foram concedidas mais de 63,3 mil bolsas para 26,5 mil esportistas de todo o país. O investimento supera a marca de R$ 1,1 bilhão no período.
Atualmente, estão contemplados 6.199 esportistas com bons resultados em competições nacionais e internacionais de suas modalidades, nas categorias Olímpica/Paralímpica, Internacional, Nacional, Atleta de Base e Estudantil. São 4.873 atletas de modalidades olímpicas e 1.326 de modalidades paralímpicas. O investimento soma R$ 84,5 milhões no ano, sendo R$ 18,3 milhões nos atletas paralímpicos.
A categoria Pódio é a mais alta do programa Bolsa Atleta. Nessa faixa, são apoiados atletas entre os 20 primeiros no ranking mundial da modalidade ou prova específica. O investimento supera R$ 35,5 milhões ao ano, sendo R$ 20,4 milhões nos atletas paralímpicos. Atualmente, há 277 contemplados, com 130 atletas de modalidades olímpicas e 147 atletas de modalidades paralímpicas. No dia 15 de julho, foi lançado o último edital do Bolsa Pódio para o ciclo dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O prazo de envio das indicações vai até 22 de outubro.
Recomposição de orçamento
O Bolsa Atleta é uma das prioridades da atual gestão do governo federal. Nos primeiros 100 dias, foram instituídas medidas para fortalecer o programa. Foram adicionados ao orçamento do Bolsa Atleta R$ 70 milhões. Com os recursos adicionais, a pasta dobrou o número de apoiados, passando de 3.058 para 6.199, nas categorias Olímpica/Paralímpica, Internacional, Nacional, Atleta de Base e Estudantil.
Modernização do programa
Paralelamente, foi enviado ao Congresso Nacional um Projeto de Lei com propostas para modernização. Entre as mudanças sugeridas está o reajuste de cerca de 10% nos valores das categorias e a adoção de um sistema de escalonamento, observando o nível da competição e o resultado esportivo, como já é feito no Bolsa Pódio.
Ciência e políticas públicas
O desempenho dos atletas brasileiros é acompanhado em tempo real por pesquisadores do Projeto Inteligência Esportiva (IE), com objetivo de avaliar a participação do Brasil na competição, bem como levantar dados que possam subsidiar o acompanhamento e a implementação de políticas públicas.
O projeto IE é uma ação conjunta entre o Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania. Criado em 2013, tem objetivo de produzir, aglutinar, sistematizar, analisar e difundir informações sobre o esporte de alto rendimento no Brasil e analisar as políticas públicas para o esporte de alto rendimento.
Rededoesporte.gov.br, com informações do Projeto Inteligência Esportiva (IE)