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Taekwondo

29/07/2019 22h43

Lima 2019

Taekwondo brilha, mostra evolução conjunta e bate recorde de pódios no Pan

Seleção volta com sete medalhas em oito categorias: dois ouros, duas pratas e três bronzes

Jogos Pan-Americanos Lima 2019

Todos os integrantes da delegação brasileira que estavam no ginásio esportivo de Callao resumiram em uma palavra a participação do taekwondo nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019: histórica. O Brasil subiu sete vezes ao pódio em oito categorias e mostrou uma evolução não de um atleta, mas um crescimento em conjunto. Nesta segunda-feira (29.07) foram quatro pódios, com direito à primeira medalha de ouro feminina nacional da história da modalidade – Milena Titoneli na categoria -67kg. Ícaro Martins levou a prata, Maicon Andrade e Raiany Fidelis levaram o bronze.

"Nós falamos que era a primeira vez que a gente viria com um grupo realmente forte. Os atletas mostraram que a gente está no caminho. Quando as coisas se encaixam, desde a gestão, a parte técnica, o administrativo, os clubes, os treinadores e os patrocinadores, os resultados aparecem. Todo mundo faz parte dessa conquista. Estamos caminhando para o destino que a gente sonhou, que é se tornar uma referência", disse a gerente técnica da confederação, a ex-atleta Natália Falavigna.

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Milena Titoneli conquista primeira medalha de ouro feminina na história do takwondo brasileiro. Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

O Hino Nacional foi ouvido no pódio por Milena Titoneli. O ouro foi garantido após três lutas. Ela superou a colombiana Katherine Dumar, por 9 x 8, nas quartas de final. Na sequência, passou pela cubana Arlettys Acosta, por 10 x 5. Na final, garantiu o ouro em luta apertada contra a americana Paige Pherson: 9 x 8.

"Foram anos de trabalho até conquistar essa medalha de ouro. Não vai parar por aqui, se Deus quiser estarei nas Olimpíadas de Tóquio em busca de um ouro. Se a minha categoria foi escolhida, darei o meu máximo para levar o ouro para o Brasil também", disse Titoneli, que treina em São Caetano (SP).

Superlativos

O Brasil chegou em Lima com 14 medalhas conquistadas na história dos Jogos Pan-Americanos. A melhor participação até então havia sido em 2007, nos Jogos do Rio de Janeiro. Na oportunidade, foram quatro medalhas: ouro com Diogo Silva, prata com Natália Falavigna e Márcio Wanceslau e bronze com Leonardo Santos.

Em três dias de competições nos Jogos Pan-Americanos, o Brasil também subiu ao pódio com Edival Marques, o Netinho, com o ouro na categoria -68kg. Talisca Reis levou a prata na categoria -49kg. O jovem Paulo Ricardo, 22 anos, conquistou o bronze na categoria -58 kg.

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Ícaro conquistou a medalha de prata. Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br
"É gratificante participar de uma equipe que fez história. Fico feliz pela evolução que o taekwondo brasileiro tem tido no cenário internacional, não só por uma pessoa ou duas, mas como um todo. Penso que a gente ainda pode mais, que o taekwondo brasileiro tem condições de feitos ainda mais relevantes", ressaltou Ícaro Angel, medalhista de prata.

No caminho até a prata, Ícaro Martins disputou três combates nesta segunda. Venceu o portorriquenho Elvis Barbosa, por 21 x 17, e Moises Hernandez, por 8 x 7. Na briga pelo ouro, o brasileiro foi superado pelo colombiano Miguel Angel, por 19x17, e ficou com a prata.

A primeira medalha do dia no taekwondo veio dos pés do medalhista olímpico e, agora, pan-americano Maicon Andrade. Ele venceu o equatoriano Jesus Perea e garantiu o bronze, por 15 x 4. Com o resultado em Lima, Maicon conquistou a tríplice coroa na carreira, com medalhas nos Jogos Pan-Americanos, no Mundial e nos Jogos Olímpicos.

"Era uma medalha inédita, por ter ficado de fora da última edição. Graças a Deus consegui trazer essas medalhas importantes na minha carreira e para o Brasil. Estou 100% focado e o Brasil está vindo bem, estamos tendo resultados de expressão. Estou mais experiente, minha cabeça mais centrada e focada e descobri que não existe bicho-de-sete-cabeças no cenário mundial. A medalha olímpica abriu uma porta para o país despontar", analisou o Maicon.

O lutador falou sobre a importância dos apoios federais na sua carreira. "Tenho três patrocinadores no momento. A Bolsa Atleta, o Programa Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR) e a Petrobras. Sem esses patrocínios não tem como representar o país fora, eles são fundamentais, além de todos os profissionais que auxiliam na minha carreira, uma equipe multidisciplinar que se dedica muito", disse.

O segundo pódio do dia foi conquistado por Raiany Fidelis. A brasileira lutou quatro vezes até conquistar a medalha de bronze. Ela venceu os dois primeiros combates e perdeu a semifinal contra a colombiana Glória Mosquera, por 23 x 10. Raiany teve que se recuperar da derrota e minutos depois subiu ao tablado para brigar pelo bronze. Na luta, venceu a venezuelana Carolina Fernandez por 7 x 0. A atleta somou pontos importantes na corrida para os Jogos de Tóquio 2020.

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Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Investimento 

O taekwondo brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Lima conta com oito atletas, dos quais sete são apoiados pelo programa Bolsa Atleta, com investimento cerca de R$ 300 mil reais ao ano da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Diferentemente de outros esportes, o taekwondo conta com a força máxima nos Jogos Pan-Americanos, com a presença de medalhistas mundiais e olímpicos. A ex-atleta e chefe da delegação da modalidade no Pan, Natália Falavigna, ressalta que os pódios em Lima ganham significado ainda maior para os atletas.

"Você tem uma gama de atletas do calibre Nível A de todos os países. É um passo importante para a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Uma medalha em Lima tem que ser muito comemorada, porque lutam os melhores do mundo", explicou Natália.

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Breno Barros, de Lima, no Peru – rededoesporte.gov.br