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Triatlo

31/07/2015 17h57

Rio de Janeiro

Copacabana recebe os eventos-teste de triatlo e paratrialto no fim de semana

Comitê Rio 2016 testará aspectos da área de competição, o trabalho dos locutores e o sistema de resultados. Atletas estão animados para um percurso considerado desafiador

Copacabana receberá os eventos-teste de paratriatlo e triatlo, no sábado (01.08) e no domingo (02.08) respectivamente, e alguns aspectos serão avaliadas com atenção pelo Comitê Organizador Rio 2016, como a área de competição  - equipe de técnica, montagem das estruturas, ação dos voluntários, entre outros -  o sistema de resultados e o trabalho de locutores e DJ. Estarão envolvidas 69 pessoas da equipe do Comitê, 527 voluntários e 23 árbitros.

“Estamos aqui para cometer erros e aprender com eles. É o momento para isso. Claro que são erros que não vão atrapalhar a competição e nem a saúde dos atletas. A integração é fundamental e estamos trabalhando em conjunto com a Federação Internacional de Triatlo (ITU, na sigla em inglês), com os entes governamentais, com o Comitê Olímpico. Vamos testar, junto a ITU, os resultados, a área de competição, as transições, que são muito específicas”, explicou o diretor de Esportes do Comitê Rio 2016, Rodrigo Garcia, em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (31.07).

Ainda segundo o Comitê, algumas operações fora das áreas de competição também serão observadas, como a logística de transporte dos atletas, os serviços médicos oferecidos e o esquema de trânsito da cidade.

Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Para a ITU, é essencial que o evento seja realizado na mesma época do ano em que serão realizados os Jogos, de forma que é possível ter condições climáticas semelhantes. “Estamos felizes por estar aqui a um ano dos jogos, é importante  fazer um teste nesta época, reproduzindo as mesmas s condições do que podemos esperar nos Jogos. Estamos muito comprometidos, trabalhando em conjunto com o Comitê Organizador. Nossas equipes estão aqui já faz algumas semanas. Queremos colaborar, passar para o Comitê o que pode ser melhorado”, explicou Gergely Markus, diretor de Esportes da ITU.

Expectativa em alta

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Campeão olímpico Alistair Brownlee. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

A expectativa está alta entre os cerca de 200 atletas que vão competir no sábado e no domingo. No caso da etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial de Paratriatlo, a prova vale preciosos pontos para o ranking da ITU, principal ferramenta de classificação para os Jogos Rio 2016. Já para os triatletas, o evento é qualificatório e dará três vagas em cada gênero para as Olimpíadas. Para o atual campeão olímpico, o britânico Alistair Brownlee, o percurso de Copacabana é bastante desafiador.

“É maravilhoso estar aqui. Já são três anos desde Londres, passou rápido. É um desafio diferente, não vai ser uma disputa em casa. É um percurso muito interessante”, disse.

Já a triatleta brasileira Pâmella Oliveira está animada por fazer parte de uma grande competição no próprio país. Para ela, a peculiaridade do percurso acarretará a divisão dos competidores em vários grupos.

“É o mais completo percurso de todos os Jogos. Desde a natação, vai haver separação. É muito diferente nadar no mar, não é tão fácil. E isso vai se agravar na primeira subida e nas outras sete voltas. Vai ser uma prova picada”, explicou.

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Ansiedade para a estreia

Se os triatletas já estão acostumados com o clima olímpico, o paratriatlo é modalidade estreante nos Jogos. Para os competidores paralímpicos, a ansiedade é grande pela primeira participação no megaevento, e o evento-teste é uma prévia igualmente esperada.

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Melissa Stockwell está ansiosa pela estreia do paratriatlo nas Paralimpíadas. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

“Estava esperando muito tempo por isso. Ter a oportunidade de estar em um dos principais palcos do esporte, contra os melhores atletas, vai ser ótimo estar aqui neste evento-teste no Rio. Quero conhecer o percurso, mostrar o que podemos fazer e voltar no ano que vem”, disse Melissa Stockwell, dos Estados Unidos, tricampeã mundial na classe PT2.

“Tenho um sentimento parecido com o da Melissa. Já competi muito em casa, agora é hora de competir no mundo. É muito excitante. É um teste para a organização, mas também um teste para nós, para conhecer o percurso, ainda mais em Copacabana, um lugar conhecido internacionalmente”, acrescentou o australiano Bill Chaffey, tetracampeão mundial na classe PT 1.

Qualidade da água

Questionado sobre a qualidade da água na praia de Copacabana, o  representante do Comitê Rio 2016 reafirmou que a condição é adequada para as competições.

“Foram feitos vários testes de qualidade, coordenados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Nos quatro pontos analisados, um apresentou condição imprópria na segunda-feira. Mas novos testes foram feitos ontem (30.07) e anteontem  (29.07) e esse ponto não apresenta mais qualidade imprópria. É do nosso interesse que tenhamos uma  área de competição justa, limpa. Não queremos colocar os atletas em risco. Aqui em Copacabana, a questão é apenas a chuva, não tem esgoto. A  agua está de acordo com os parâmetros internacionais”, disse Rodrigo Garcia.

Os atletas presentes na entrevista coletiva também comentaram o tema. “Não me preocupa de maneira alguma. Não acredito que colocariam essa prova aqui sem as condições adequadas. São centenas de turistas, já vim aqui milhares de vezes. Nunca tive problemas”, disse Pâmella Oliveira.

“Estou me preparando para competir como me preparo para qualquer competição. A Federação está monitorando a qualidade da água e nos disseram que está tudo bem”, acrescentou Melissa.

“Como atleta, você sempre tem que fazer o que for possível para evitar problemas,  ter medidas de prevenção. Para ser sincero, já nadei em águas muito piores”, disse Alistair Brownlee.

Percurso

O percurso paralímpico é composto por 750 metros de natação na Praia de Copacabana, 20 quilômetros de ciclismo (3 voltas) e outros cinco de corrida (2 voltas), também em Copacabana. Já  na rota do triatlo, a natação tem 1,5 km,  são 40 km de ciclismo (8 voltas) e mais 10 km de corrida (4 voltas). Em ambos, o tempo gasto nas transições conta no tempo total de prova, e vence quem terminar mais rápido.  

Classes de paratriatlo

No paratriatlo, há quatro classes diferentes do esporte para atletas com deficiência física, numeradas de 1 a 4. Um número menor indica uma limitação de movimento mais grave. Há uma quinta classe esportiva para atletas com deficiência visual, chamada PT5.

Atletas com diferentes deficiências competem uns contra os outros, porque as classes esportivas são alocadas com base no impacto da deficiência no triatlo, em vez da própria deficiência. Para avaliar o impacto, os classificadores avaliam todas as estruturas funcionais do corpo por meio de uma avaliação física e técnica, usando um sistema de pontuação.

O evento deste sábado terá competição das cinco classes nos dois gêneros, mas apenas três classes no masculino e três no feminino estarão nas Paralimpíadas: PT1, PT2, PT4 para os homens e PT2, PT4 e PT5 para as mulheres.

Classificação olímpica e paraolímpica

A etapa do Circuito Mundial de Paratriatlo deste sábado conta pontos para o ranking ITU que determinará, em junho de 2016, a maior parte das 60 vagas paralímpicas.

As vagas para as Olimpíadas vão ser concedidas para os Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) aos três primeiros colocados do evento-teste qualificatório deste domingo, tanto no feminino quanto no masculino. Se algum dos três primeiros colocados já tiver conquistado a vaga olímpica em um dos Eventos Continentais de Qualificação Olímpica, ou se o CON já tiver conquistado três vagas, então o atleta mais bem colocado no evento-teste conquista a vaga para seu CON. Esse processo vai seguir até que três vagas olímpicas sejam distribuídas, contanto que os atletas estejam dentro da faixa de 10% do tempo de restrição de controle de qualidade.

Pelas regras da ITU, os atletas conquistam vagas para seus CONs que, junto as Federações Nacionais, são responsáveis pela seleção de suas equipes para as Olímpiadas.

Praia de Copacabana com as estruturas montadas para o evento-teste. Foto: Carol Delmazo/brasil2016.gov.br

Horários

01.08  - Etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial de Paratriatlo

Largadas:
9h30 – Classes PT4 e PT 2 masculino e feminino
12h45 – PT1 masculino e feminino
14h15 – PT3 e PT5 B1 masculino e feminino
14h18s18 – PT5 B2 e B3 masculino
14h18s48:  PT5 B2 e B3 feminino
Cerimônia de premiação: 16h30

02.08  - Qualificatório Olímpico de Triatlo

Largadas:
9h – Feminino
12h30 - Masculino
Cerimônia de premiação: 14h45

Esquema especial no metrô do Rio

Uma série de intervenções foi realizada em Copacabana pela prefeitura para o evento-teste. O MetrôRio também montou um esquema especial para o final de semana. Para a competição de triatlo, neste domingo, a operação terá início uma hora mais cedo, às 6h. O acesso Miguel Lemos, da estação Cantagalo, não será aberto, atendendo a um pedido da organização do evento. O encerramento da operação será às 23h. No sábado, 01.08, o funcionamento do sistema será normal, das 5h às 24h.

Além disso, funcionários bilíngues estarão à disposição dos usuários para esclarecer dúvidas. Os passageiros também serão orientados por avisos sonoros nas estações e nos trens. Haverá, ainda, aumento do número de bilheterias e de agentes de segurança nas estações Siqueira Campos e Cantagalo. O MetrôRio recomenda que o público dê preferência ao embarque e desembarque na estação Siqueira Campos.

Curiosidades

 - A Austrália é a federação nacional mais bem-sucedida em eventos-teste, com cinco medalhas até o momento, seguida por Grã-Bretanha  (quatro) e Suíça (três).

- O triatleta Alistair Brownlee, da Grâ-Bretanha,  foi a única pessoa a vencer o evento-teste e a prova nas Olimpíadas.

- Quatro dos seis medalhistas olímpicos de 2012 estarão nos Jogos Olímpicos do Rio - o medalhista de ouro Alistair Brownlee, o medalhista de prata Javier Gomez e as medalhistas de prata e bronze Lisa Norden e Erin Densham.

- Ainda que as atletas americanas e os atletas espanhóis ocupem o top 3 do ranking mundial, nenhuma das duas Federações Nacionais venceu o evento-teste ou os Jogos Olímpicos. 


Carol Delmazo - brasil2016.gov.br