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Triatlo

17/07/2015 14h49

Eventos-teste

“Fator casa”: Seleção Brasileira de triatlo treina em Copacabana no percurso olímpico

Equipe se prepara para o evento-teste, em 2 de agosto, e já começa a se acostumar com os detalhes do trajeto, considerado um dos mais difíceis desde a entrada da modalidade no programa dos Jogos

A Seleção Brasileira de triatlo está aproveitando ao máximo o fato de disputar os Jogos Olímpicos em casa. A 13 meses da disputa em 2016, a equipe treinou nesta semana em Copacabana para começar a "reconhecer o terreno" do percurso, considerado um dos mais desafiadores desde a entrada da modalidade no programa olímpico, em Sydney-2000.

"O percurso vai surpreender todo mundo como surpreendeu a gente. A prova no mar deixa a natação mais pesada, a gente já sai mais cansado. O ciclismo é muito difícil, vai dar emoção na prova. Tem uma subida bem íngreme, com uma descida técnica que vai deixar a corrida muito mais cansativa. Quem conseguir correr nesse calor, depois de tanto desgaste, vai se dar bem" disse Pâmella Oliveira, triatleta que com conta com o apoio da Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.


O trajeto exato no mar ainda não está delimitado, mas os atletas deverão cumprir os 1.500 metros da natação em uma volta, entre o Forte de Copacabana e o Posto 5. Na sequência, serão oito voltas de ciclismo em percurso que inclui a subida do morro do Cantagalo. Por fim, quatro voltas de corrida, também em Copacabana.

"Estamos medindo a temperatura da água diariamente nesta época e tem ficado entre 22 e 23 graus, o que dispensa a roupa de borracha na natação. Eu acho mais justo. No ciclismo, é o tipo de percurso que eu idealizo: uma parte de subida onde quem quiser atacar, arrisca e vai embora, uma descida que favorece quem é mais técnico e uma parte plana que passa junto ao público. A corrida é toda plana, que espero que seja muito rápida e com muito sol e calor. É o mais completo, o mais bonito e o mais desafiante percurso até hoje nos Jogos Olímpicos da modalidade", explicou o técnico da seleção, o português Sérgio Santos, medalha de prata em Pequim-2008 e conhecedor de todos os percursos desde Sydney.

Mais difícil que os Jogos

O planejamento da seleção ainda inclui ao menos outros dois treinos oficiais no percurso olímpico até os Jogos, sem contar o evento-teste da modalidade, marcado para 2 de agosto e com a participação prevista de 125 atletas de 25 países. Os três primeiros colocados no masculino e no feminino garantem vaga nos Jogos de 2016.

"A prova do evento-teste é mais difícil do que a dos Jogos Olímpicos. O limite no ano que vem são três atletas por país e no evento-teste são seis. As grandes potências do triatlo – Austrália, Inglaterra, Nova Zelândia, Estados Unidos – vão trazer seis atletas muito fortes. Quem for bem aqui projeta um bom resultado nos Jogos", explicou o Diretor Técnico da Confederação Brasileira de Triatlo (CBTri), Marco La Porta.

O dirigente acrescentou que a classificação principal para os Jogos se dará pelo ranking olímpico: os 45 mais bem colocados de cada gênero vão carimbar o passaporte. Também garantem vaga os campeões das disputas continentais e os três melhores do campeonato mundial.

"Só oito países podem levar três atletas. O resto pode levar dois de cada gênero. Estamos tentando levar quatro: dois no feminino e dois no masculino. Pâmella, Reinaldo Colucci e Diogo Sclebin devem se classificar pelo ranking. E vamos tentar classificar ao menos mais uma atleta", disse.

Nesta sexta (17.07), após os treinos em Copacabana, a maior parte da seleção foi para Rezende, no interior do Rio de Janeiro, onde fará a preparação final para o evento-teste. Para os atletas, os resultados abaixo do esperado em Toronto serviram de aprendizado e estímulo para que o desempenho seja melhor no dia 2 de agosto e também no ano que vem.

"A gente está treinando, reconhecendo os erros de Toronto e a expectativa é estar em breve no top 20 (do ranking), encaminhando a classificação. Ao treinar no percurso olímpico, a gente sente a ansiedade, está ficando perto. Nadamos hoje na mesma direção dos 1.500 da prova, já fico querendo que a estrutura esteja logo armada", disse o triatleta Diogo Sclebin, 15º colocado na prova do Pan de Toronto.

"Minha temporada está começando agora, fiquei muito tempo parado por causa de uma cirurgia. Toronto foi uma oportunidade de avaliação do que pode ser trabalhado nas próximas semanas para chegar da melhor forma possível no evento-teste e nas provas no segundo semestre. É hora de trabalhar cada vez mais. É hora de não tirar o pé", acrescentou Reinaldo Colucci, 21º no Pan.

Foco, para o medalhista olímpico e técnico da equipe, não falta. "Temos aqui atletas que já têm experiência grande, têm sido criadas para nós condições de preparação em que nada nos tem faltado. Estamos tentando aproveitar isso da melhor forma possível e temos consciência da responsabilidade que é competir em casa. Esses 13 meses serão de muito trabalho. Tudo que temos feito é pensando nos dias 18 de agosto de 2016 – para os homens – e no dia 20 para as mulheres", disse Sérgio Santos.

Carol Delmazo - brasil2016.gov.br