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Ginastica artística

11/03/2020 12h01

Ginástica

Classificada para Tóquio, Flávia Saraiva treina por séries limpas e uma “foto no ginásio”

Atleta garantiu a vaga durante o Mundial do ano passado, quando terminou em décimo lugar no individual geral

*Atualizado às 18h01

Quando chega ao Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, Flávia Saraiva olha ao redor e vê, nas paredes do ginásio, fotos enormes de atletas que foram ou são referência na ginástica artística. A atleta de 1,45m e 20 anos, principal nome da ginástica feminina da atualidade e garantida nos Jogos Olímpicos de Tóquio, quer uma imagem sua ali também.

“Eu tenho muita motivação porque aqui no ginásio tem muitas fotos de medalhistas mundiais e olímpicos, e eu também quero ter uma foto minha aqui. Sempre quando venho treinar, e vou começar a fazer a série de solo, vejo as fotos da Jade, da Daiane, do Zanetti, do Nory, do Diego, da Dani, e isso me motiva muito. Então também quero ter uma foto aqui”, conta, animada.

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Foto: Ana Cláudia Felizola/ rededoesporte.gov.br

Currículo para isso é o que não falta. Ainda em 2014, com apenas 14 anos, Flavinha conquistou um ouro e duas pratas nos Jogos Olímpicos da Juventude. De lá para cá, soma 12 medalhas em etapas da Copa do Mundo, quatro em Pan-Americanos, e cinco em Jogos Pan-Americanos. No Mundial de Stuttgart, na Alemanha, no ano passado, teve a décima melhor nota do individual-geral e garantiu mais uma participação olímpica.

“Agora não tem muito o que melhorar porque falta muito pouco para a Olimpíada. Quatro ou cinco meses passam muito rápido. Então a gente tem que tentar fazer o que já faz o mais limpo possível, e tentar ter menos desconto para que a gente consiga subir um pouco mais a nota final”, explica. “Estou muito feliz em estar classificada. Estou treinando bastante, assim como as meninas que estão buscando as vagas individuais delas. Estou torcendo por todas elas porque, quanto mais pessoas estiverem classificadas, melhor para o Brasil”, aponta.

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No CT, os treinamentos são acompanhados por fotos dos principais ginastas do Brasil. Foto: Rafael Bello/COB
“Vou tentar pegar o máximo de finais que eu conseguir, mas primeiro a gente tem que pensar na classificatória, que é o mais importante de todos os dias. Estou focada nisso para que tudo possa dar certo”
Flávia Saraiva

A seleção feminina não conseguiu a classificação por equipes para o Japão. Até o momento, Flávia é a única brasileira garantida, além da seleção masculina, com quatro integrantes a serem definidos pela comissão técnica. Segundo o técnico Marcos Goto, Arthur Zanetti e Arthur Nory estão confirmados no time. O Brasil ainda tenta faturar mais vagas por meio de etapas da Copa do Mundo e do Pan-Americano, em maio, nos Estados Unidos.

"Eu queria muito que a minha equipe tivesse se classificado porque é uma ajuda a mais com todas as meninas, mas sei que elas também vão estar torcendo muito por mim. Elas vêm me apoiando todos os dias nos treinamentos, e também me apoiaram muito no Mundial. Quero representar todas elas porque eu sei o quanto todas trabalharam", comenta Flávia.

Em sua estreia olímpica, no Rio 2016, a atleta foi um dos maiores destaques da equipe. Classificada para a final da trave com a terceira melhor nota, acabou se desequilibrando e terminou em quinto lugar. Agora, quer pensar em um passo de cada vez. “Vou tentar pegar o máximo de finais que eu conseguir, mas primeiro a gente tem que pensar na classificatória, que é o mais importante de todos os dias. Estou focada nisso para que tudo possa dar certo”, avisa.

Até Tóquio, Flavinha ainda tem outros compromissos. A partir desta quinta-feira (12.03), ela disputaria a Copa do Mundo de Baku, no Azerbaijão, ao lado de Rebeca Andrade, Thaís Fidélis, Arthur Zanetti e Francisco Barretto Júnior. Depois de sentir um incômodo na parte posterior da coxa, contudo, foi poupada pela comissão técnica. Dali os ginastas seguiriam para Doha, no Catar, mas a etapa foi adiada para junho pela federação internacional em virtude do coronavírus.

Investimentos

Em toda a sua preparação, Flávia Saraiva conta com o auxílio da Bolsa Pódio, categoria mais alta do programa Bolsa Atleta do Ministério da Cidadania. “A Bolsa Pódio é fundamental para nós porque nos ajuda a tornarmos os nossos sonhos em realidade. Esse apoio ajuda com as despesas e a chegar muito melhor aos nossos objetivos”, afirma a ginasta, contemplada pelo programa federal desde 2013.

A Bolsa Atleta beneficia hoje 58 nomes da ginástica artística, sendo 36 homens e 22 mulheres, em um investimento anual previsto de R$ 1.689.600. Desse total, sete integram a categoria Pódio, sendo quatro homens e três mulheres. O investimento anual previsto no grupo é de R$ 912 mil.

Ana Cláudia Felizola – rededoesporte.gov.br