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03/03/2020 11h36

Tóquio 2020

Dos 44 nomes já garantidos nos Jogos Olímpicos, 90% são bolsistas federais

Ao todo, o país soma 171 vagas em Tóquio. Nos Jogos Paralímpicos, a delegação nacional já assegurou 119 postos, e 26 têm nomes confirmados: 100% deles integram o Bolsa Atleta

A luta pela classificação para os Jogos de Tóquio 2020 segue intensa no calendário das modalidades. Se a expectativa do Brasil é levar aproximadamente 300 nomes para o evento que terá início no dia 24 de julho, até o momento 171 vagas estão garantidas. Delas, 44 têm nome e sobrenome – as demais são do país –, sendo que 40 (90,9%) pertencem a contemplados pelo programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O investimento anual nesse grupo é de R$ 5 milhões.

Entre os atletas que já garantiram o passaporte para o Japão, seja por índice ou por classificação direta, 34 integram a categoria Pódio, a mais alta do programa. Além disso, há três nomes na categoria Olímpica, dois na Internacional e um na Nacional. Já entre os Paralímpicos, o Brasil acumula 119 vagas até o momento, sendo que 26 pertencem, nominalmente, a atletas de seis modalidades: atletismo, hipismo, natação, taekwondo, tênis de mesa e tiro esportivo. Todos eles são bolsistas, com um investimento anual previsto  de R$ 3,98 milhões. São 24 atendidos pela categoria Pódio (92,3%) e dois pela Paralímpica.

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Flávia Saraiva está garantida na disputa do individual geral em Tóquio. Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

“Estar classificada para a Olimpíada de Tóquio é muito importante para mim. É o sonho de todo atleta”, comenta Flávia Saraiva, que em outubro do ano passado assegurou a vaga durante o Mundial de Ginástica Artística em Stuttgart, na Alemanha, ao terminar com a 10ª melhor nota no individual geral. “A Bolsa Pódio é fundamental para nós, porque nos ajuda a tornarmos os nossos sonhos realidade. Esse apoio ajuda com as despesas e a chegar muito melhor aos nossos objetivos”, completa a ginasta de 20 anos, beneficiada pelo Bolsa Atleta desde 2013.

No último mês de fevereiro, o Brasil ampliou o quadro de vagas garantidas. A seleção masculina de futebol, comandada por André Jardine, terminou em segundo lugar no Torneio Pré-Olímpico, na Colômbia, e vai defender o título inédito alcançado nos Jogos Rio 2016. Na vela, Robert Scheidt garantiu a vaga durante o Mundial de Laser, em Melbourne (Austrália), para sua sétima edição olímpica, enquanto Gabriel Borges/Marco Grael (49er) e Kahena Kunze/Martine Grael (49er FX) confirmaram os nomes durante os Mundiais das classes em Geelong, também na Austrália.

“A Bolsa Pódio é fundamental para nós, atletas, porque ela nos ajuda a tornarmos os nossos sonhos em realidade. Esse apoio ajuda com as despesas e a chegar muito melhor nos nossos objetivos”
Flávia Saraiva

Paulo Roberto de Almeida Paula conseguiu o índice olímpico da maratona em Sevilha, na Espanha, ao terminar a prova em 2h10min08 (a marca exigida é de 2h11min30). “Foi uma prova tática. Tinha em mente correr a 3min06, 3min07 por quilômetro e foi o que aconteceu. Estou feliz pelo índice e por estar quebrando as barreiras da idade”, disse na ocasião o atleta, que completará 41 anos em 8 de julho.

Top 10

A menos de seis meses para a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já está garantido no evento com 119 vagas em 14 modalidades: atletismo, bocha, canoagem, ciclismo, futebol de 5, goalball, hipismo, natação, taekwondo, remo, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo e vôlei sentado. Entre os 26 que têm os postos nominais, 17 são homens (65,4%) e nove, mulheres (34,6%). A região com o maior número de representantes é a Sudeste, com 15 (57,7%), enquanto seis são da Nordeste (23%), três da Centro-Oeste (11,5%), um da Norte (3,8%) e 1 da região Sul (3,8%). A média de idade é de 30,8 anos. O mais jovem é o nadador Wendell Belarmino, com 21 anos, e a mais velha, Beth Gomes, do atletismo, tem 55.

O levantamento é do Projeto Inteligência Esportiva (IE), uma ação conjunta entre o Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR), da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

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Bronze no Rio 2016, Danielle Rauen vai para sua segunda participação em Jogos Paralímpicos. Foto: Roberto Castro/ rededoesporte.gov.br

A expectativa do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é que a delegação nacional tenha cerca de 230 atletas e que mantenha o país entre os dez primeiros no quadro geral de medalhas. No Rio 2016, o Brasil terminou em oitavo lugar, com 72 medalhas: 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze.

“Eu já ganhei todas as categorias de bolsa, em todos os escalões. Hoje estou na Pódio e a importância que ela tem é gigantesca”
Danielle Rauen

Um dos bronzes de quatro anos atrás teve a participação de Danielle Rauen, na disputa por equipes do tênis de mesa. Bolsista desde 2014, e hoje aos 22 anos, a atleta da classe 9 é presença confirmada em mais uma edição dos Jogos Paralímpicos. “Acho muito importante ressaltar esse apoio que a gente tem da Bolsa Atleta, seja ela Nacional, Internacional, Olímpica e Paralímpica ou a Pódio. Eu já ganhei todas elas, em todos os escalões. Hoje estou na Pódio e a importância que ela tem é gigantesca”, destaca.

“Com ela subsidio minha moradia em São Paulo, compro os meus materiais esportivos, o que não é barato, e várias outras coisas que um atleta tem de despesa para a gente poder se preparar da melhor forma: ter a melhor equipe, os melhores profissionais trabalhando com a gente e poder chegar na competição se preocupando só em dar o nosso melhor na mesa, e não com questões financeiras”, explica Danielle. “Sou muito grata a isso e espero sempre dar o melhor retorno possível, com os melhores resultados e representando o país da melhor forma”, completa a mesatenista.

Critérios rigorosos

De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em algumas modalidades, como atletismo e natação, os critérios estabelecidos pela comissão técnica foram até mais rigorosos do que os do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), de maneira a assegurar que o Brasil leve a delegação mais forte a Tóquio. Um dos requisitos, no caso do atletismo, era consagrar-se campeão mundial em Dubai, em novembro do ano passado. Com dois ouros e a quebra de dois recordes, Petrúcio Ferreira é o único garantido em duas provas no Japão: 100m e 400m T47. O Brasil conquistou, ao todo, 39 medalhas na competição, sendo 14 de ouro, nove de prata e 16 de bronze.

Outro caso similar é o do atirador Alexandre Galgani. O atleta assegurou a vaga nominal ao levar a medalha de prata na Copa do Mundo de Tiro Esportivo, nos Emirados Árabes Unidos, em fevereiro do ano passado, cumprindo um dos critérios estabelecidos pelo CPB. Nessas modalidades, o país ainda deve classificar mais atletas pelas normas internacionais.

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Alexandre Galgani tem vaga na carabina de ar 10m deitado SH2. Foto: Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br

Os demais nomes que irão compor a delegação brasileira em Tóquio serão confirmados após o período de fechamento dos rankings. Segundo o CPB, a lista completa de todas as modalidades será divulgada em junho, mesma época da convocação oficial para os Jogos Paralímpicos.

Para ampliar o número de classificados, o Brasil ainda terá seis grandes competições nos próximos meses: o Open Internacional de Atletismo e Natação, entre 21 e 28 de março, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo; duas etapas do Grand Prix de judô, na Inglaterra (9 a 12 de abril) e no Azerbaijão (11 e 12 de maio); a Copa do Mundo de Halterofilismo, de 14 a 20 de abril, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos; o Qualificatório Mundial de Canoagem, de 21 a 24 de maio, em Duisburg, na Alemanha; a Copa do Mundo de Tiro Esportivo, entre os dias 25 e 30 de maio, em Lima, no Peru; e o Pan-Americano de Parataekwondo, em 11 de junho, em Heredia (San José), na Costa Rica.

Programa Bolsa Atleta

Maior programa de patrocínio direto ao atleta do mundo, o Bolsa Atleta foi criado em 2005 e, ao todo, já concedeu mais de 69,5 mil bolsas, para 27 mil atletas, superando a marca de R$ 1,2 bilhão de investimento. Na última publicação, em dezembro do ano passado, foram contemplados 6.248 atletas de todo o país. Já na lista da Bolsa Pódio, também de dezembro, foram contemplados 293 atletas.

Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros, apenas o ouro do futebol masculino não contava com bolsistas. Já nos Jogos Paralímpicos, todas as 72 medalhas foram alcançadas por beneficiados.

CLASSIFICADOS (VAGA OU ÍNDICE) PARA OS JOGOS OLÍMPICOS TÓQUIO 2020:

Atletismo (17):
- Paulo André Camilo de Oliveira: 100m - Bolsa Internacional
- Aldemir Gomes Junior: 200m rasos - Bolsa Pódio
- Gabriel Constantino: 110m com barreiras - Bolsa Pódio
- Eduardo de Deus: 110m com barreiras - Bolsa Pódio
- Alison Brendom dos Santos: 400m com barreiras - Bolsa Pódio
- Marcio Teles: 400m com barreiras - Bolsa Olímpica
- Thiago Braz: salto com vara - Bolsa Pódio
- Augusto Dutra: salto com vara - Bolsa Pódio
- Alexsandro Melo: salto triplo - Bolsa Pódio
- Almir Cunha dos Santos: salto triplo - Bolsa Pódio
- Darlan Romani: arremesso do peso - Bolsa Pódio
- Daniel Chaves: maratona - Bolsa Nacional
- Paulo Roberto de Almeida: maratona - Bolsa Olímpica
- Caio Bonfim: 20km marcha atlética - Bolsa Pódio
- Vitória Rosa: 200m rasos - Bolsa Pódio
- Erica Rocha de Sena: 20km marcha atlética - Bolsa Pódio
- Andressa Oliveira de Moraes: lançamento do disco

Canoagem slalom (1):
- Ana Sátila (C1 e K1) - Bolsa Pódio

Ginástica Artística (1):
- Flavia Saraiva (individual) - Bolsa Pódio

Maratonas Aquáticas (1):
- Ana Marcela Cunha (10km) - Bolsa Pódio

Pentatlo Moderno (1):
- Iêda Guimarães (individual feminino)

Surfe (4):
- Gabriel Medina - Bolsa Pódio
- Italo Ferreira - Bolsa Pódio
- Silvana Lima - Bolsa Pódio
- Tatiana Weston-Webb - Bolsa Pódio

Tênis (1):
- João Menezes (Precisa estar entre os 300 do ranking mundial em 8/6/2020) - Bolsa Internacional

Tênis de Mesa (1):
- Hugo Calderano - Bolsa Pódio

Vela (9):
- Fernanda Oliveira/Ana Barbachan – 470 - Bolsa Pódio (ambas)
- Kahena Kunze/Martine Grael – 49er FX - Bolsa Pódio (ambas)
- Gabriel Borges/Marco Grael – 49er - Gabriel tem Bolsa Olímpica
- Gabriela Nicolino/Samuel Albrecht – Nacra 17 - Bolsa Pódio (ambos)
- Robert Scheidt - Laser

Vôlei de praia (8):
- Ágatha/Duda - Bolsa Pódio (ambas)
- Ana Patrícia/Rebecca - Bolsa Pódio (ambas)
- Alison/Álvaro Filho - Bolsa Pódio (ambos)
- Bruno Schmidt/Evandro - Bolsa Pódio (ambos)

CLASSIFICADOS PARA OS JOGOS PARALÍMPICOS DE TÓQUIO 2020:

Atletismo (13):
Rayane Soares – 400m (T13) - Bolsa Pódio
Júlio César Agripino – 1.500m (T11) - Bolsa Pódio
Thiago Paulino – arremesso de peso (F57) - Bolsa Pódio
Petrúcio Ferreira – 100m e 400m (T47) - Bolsa Pódio
Thalita Simplício - 400m (T11) - Bolsa Pódio
Daniel Martins - 400m (T20) - Bolsa Pódio
Claudiney Batista – lançamento de dardo (F56) - Bolsa Pódio
Jerusa Geber – 100m (T11) - Bolsa Pódio
Alessandro Rodrigo – lançamento de disco (F11) - Bolsa Pódio
João Victor Teixeira - lançamento de disco (F37) - Bolsa Pódio
Lucas Prado - 100m (T11) - Bolsa Pódio
Elizabeth Gomes - lançamento de disco (F52) - Bolsa Pódio
Cícero Valdiran - lançamento de dardo (F57) - Bolsa Pódio

Hipismo (2):
Sérgio Oliva (classe Grau I) - Bolsa Pódio
Rodolpho Riskalla (classe Grau IV) - Bolsa Pódio

Natação (4):
Daniel Dias - 50m livre (S5) - Bolsa Pódio
Edênia Garcia - 50m costas (S3) - Bolsa Pódio
Maria Carolina Santiago - 100m livre (S12) - Bolsa Pódio
Wendell Belarmino - 50m livre (S11) - Bolsa Pódio

Taekwondo (1)
Débora Menezes – categoria +58kg (K44) - Bolsa Pódio

Tênis de mesa (5):
- Carlos Carbinatti (classe 10) - Bolsa Paralímpica
- Danielle Rauen (classe 9) - Bolsa Pódio
- Luiz Manara (classe 8) - Bolsa Paralímpica
- Paulo Salmin (classe 7) - Bolsa Pódio
- Joyce de Oliveira (classe 4) - Bolsa Pódio

Tiro esportivo (1):
Alexandre Galgani (SH2) - Bolsa Pódio

Ana Cláudia Felizola e Gustavo Cunha – rededoesporte.gov.br