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Ginastica artística

16/04/2016 21h45

EVENTO-TESTE

Campeão mundial nas argolas, Petrounias avança em primeiro e espera Zanetti na final

Brasileiro fez 15.800 na classificatória deste sábado, na Arena Olímpica do Rio, contra 15.900 do adversário grego, que será o primeiro condutor da tocha olímpica

Durante o Mundial de Glasgow, em outubro do ano passado, o campeão olímpico Arthur Zanetti avisou que sua prioridade seria ajudar o Brasil a conquistar a vaga para a equipe completa nos Jogos do Rio. O objetivo foi alcançado, mas o atleta, ouro no Mundial de 2013 e prata em 2011 e 2014, acabou com o nono lugar, com 15.433 pontos, e precisou assistir, das arquibancadas, a conquista do grego Eleftherios Petrounias, que somou 15.800.

Neste sábado (16.4), durante o evento-teste da ginástica artística, na Arena Olímpica do Rio, Petrounias mais uma vez mostrou porque é o atual campeão mundial. O grego, assim como o brasileiro, competiu apenas nas argolas e atingiu 15.900 pontos – 0.100 a mais que Zanetti – e avançou em primeiro lugar para a final por aparelhos, que será disputada na segunda-feira (18). Os dois tiveram o mesmo desconto de um ponto aplicado pelos árbitros pela execução das séries.

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Atual campeão mundial Petrounias criou afeição pelas argolas desde quando começou na modalidade, aos seis anos. Foto: Getty Images

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Após deixar a área de competição, Petrounias demonstrou bastante animação pela final ao lado do brasileiro. “Para mim é sempre uma honra competir com um campeão olímpico e ser um bom adversário para ele. Estou feliz por estar aqui, por competir com ele, e espero que o melhor vença”, avalia o atleta, que fez questão de disputar o evento-teste mesmo já tendo a vaga nos Jogos Olímpicos assegurada pela conquista do Mundial.

“Eu quis fazer algumas competições neste ano com bons adversários. Uma dessas é o evento-teste, outra será o Campeonato Europeu. Eu quis sentir a diferença de fuso horário, o pódio, o verde de dentro (nos carpetes), e ver se estava tudo bem para competir aqui”, explica o atleta, que no ano passado também foi campeão dos Jogos Europeus e do Campeonato Europeu, sempre nas argolas.

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Arthur Zanetti em ação no evento teste. Brasileiro é o atual campeão olímpico. Foto: Ricardo Bufolin/CBG

A visita ao Brasil é inédita e foi aprovada. “Estou gostando muito. Ainda não fui em Ipanema e Copacabana, mas está nos meus planos”, diverte-se o ginasta de 25 anos. Mesmo sabendo que o público local estará a favor de Zanetti em agosto, Petrounias espera conquistar, também, um certo incentivo para seu lado.

“A torcida vai estar realmente barulhenta com os brasileiros, é normal. Se fosse na Grécia, seria para mim. Eu me lembro que nos Jogos de 2004 a torcida estava gritando muito alto pelo Dimosthenis Tampakos (grego campeão olímpico nas argolas naquele ano), mas também gritavam muito para qualquer um que fizesse algo legal. Então acho que vai ser ‘ok’ para mim também. Vou tentar fazer com que sejam barulhentos para mim também”, avisa.

Tocha olímpica

Independentemente de conquistar o público brasileiro ou até mesmo de subir ao pódio olímpico no Rio, Petrounias já tem motivos para comemorar. O atleta foi escolhido para ser o primeiro carregador da tocha olímpica no próximo dia 21, em Olímpia, na Grécia. “Eu chego do Brasil e no mesmo dia preciso dirigir por 200km para, então, carregar a tocha”, conta.

“Ainda não sei o sentimento, será a primeira vez na vida, mas acho que será emocionante. É uma honra enorme ser o primeiro carregador da tocha dos Jogos em todo o mundo. Para mim é maravilhoso. E ouvi que o segundo será um brasileiro campeão olímpico do vôlei”, comenta o ginasta, em referência a Giovane Gávio, ouro nos Jogos de 1992 e 2004.

Fama em casa

Depois da conquista do ouro na Escócia, Petrounias acabou se tornando uma espécie de celebridade em seu país. “As pessoas começaram a me reconhecer e a pedir fotos, a mídia começou a me seguir aonde eu vou. Isso é estranho porque a ginástica nunca foi assim na Grécia, mas é legal porque, depois de Glasgow, senti um grande amor por parte das pessoas lá. É isso que te dá um grande poder para continuar e repetir isso”, acredita o atleta.

Se a fama é recente, o amor pelas argolas, contudo, data do primeiro contato de Petrounias com a ginástica, ainda na infância – o grego começou a competir aos seis anos de idade. “Eu ficava subindo em todos os lugares quando era pequeno. Quando entrei na ginástica, a primeira coisa que olhei, que chamou minha atenção, foram as argolas. Lembro como se fosse ontem”, relata.

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br