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Ginastica artística

17/04/2016 00h20

EVENTO-TESTE

Alemanha brilha, garante vaga nos Jogos e é ouro na competição por equipes masculina

Os outros três países que conseguiram a classificação olímpica para o grupo completo foram Ucrânia, Holanda e França. No individual, Zanetti avançou às finais das argolas

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Seleção alemã conquistou o título por equipes e a vaga nos Jogos Olímpicos. Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Alemanha, Ucrânia, Holanda e França. Esses são os países que conquistaram as últimas vagas por equipes para os Jogos Olímpicos do Rio na ginástica artística masculina. Após a competição deste sábado (16.4) no evento-teste da modalidade, na Arena Olímpica do Rio, os quatro países se juntam aos oito já garantidos durante o Mundial de Glasgow em outubro do ano passado: Japão, China, Grã-Bretanha, Rússia, Estados Unidos, Suíça, Brasil e Coreia do Sul.

Logo na primeira subdivisão que se apresentou na arena, a Alemanha marcou o território e complicou a vida dos países que competiriam na sequência. Com um total de 350.609 pontos, os alemães precisaram apenas esperar pela competição dos demais grupos para confirmar a medalha de ouro e o favoritismo de quem por muito pouco (0.449) não classificou com uma vaga direta pela Mundial, quando o elenco ficou em nono lugar. 

“Foi uma competição maravilhosa para o time alemão. Tivemos alguns erros, mas no geral foi forte. Estou orgulhoso de fazer parte disso”, comemora Marcel Nguyen, dono de duas medalhas de prata nos Jogos de Londres (individual geral e barras paralelas). “Hoje fizemos cinco pontos a mais do que em Glasgow. Nos preparamos bem, estou muito feliz”, acrescenta, já pensando em resultados maiores para agosto.

“Quero me sair bem principalmente nas barras paralelas. Não sei se vou fazer o individual geral porque tive lesões e ainda não estou na forma que tinha há quatro anos, mas temos um time forte. Se estivermos num dia bom, talvez possamos brigar por um bronze por equipes”, acredita. Nas paralelas, Nguyen somou 15.500 pontos no evento-teste, avançando em sexto lugar para a final por aparelho, na próxima segunda-feira (18).


Ucrânia (350.160 pontos), Holanda (347.444) e França (346.583) completaram a lista dos países classificados por equipes, deixando Romênia (344.148), Espanha (342.725), Bélgica (342.534) e Canadá (330.626) de fora. O resultado para os holandeses foi motivo de uma comemoração especial para o atual campeão olímpico na barra fixa, Epke Zonderland, que neste sábado fez aniversário e completou 30 anos. “Foi o melhor presente de todos”, festeja o “holandês voador”, que marcou 15.233 em seu aparelho favorito e avançou às finais atrás apenas do britânico Nile Wilson (15.333).

“Para todo mundo é um sonho que está se tornando realidade. É difícil acreditar que iremos para as Olimpíadas com a equipe, é muito especial”, afirma, aliviado. “Oito anos atrás eu fui para as Olimpíadas pela primeira vez e senti falta do meu time, para compartilhar os grandes momentos com eles, e agora isso vai acontecer”, aponta o atleta. “Eu e o Jeffrey Wammes somos os mais experientes, os outros são bem novos. Fiquei impressionado com o que eles fizeram. Acho que para todos foi a melhor competição da vida”, define.

Ao deixar a cerimônia de premiação, Epke recebeu da mãe, Sophie, uma miniatura do Cristo Redentor como presente de aniversário. “Ele é o quarto filho e os outros três também fizeram ginástica. Ele é o mais novo, mas o melhor dos quatro”, conta, orgulhosa.

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Arthur Zanetti conquistou a vaga na final das argolas com a segunda melhor nota.Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Zanetti na final

Após as classificatórias deste sábado, o Brasil terá seu maior nome da ginástica masculina nas finais por aparelhos. Com uma apresentação consistente e que lhe rendeu a nota de 15.800, Arthur Zanetti disputa a decisão nas argolas na próxima segunda-feira. O brasileiro classificou-se em segundo lugar, atrás apenas do grego Eleftherios Petrounias (15.900), campeão mundial em Glasgow. Em terceiro lugar, avançou o francês Samir Ait Said (15.600), também finalista na Escócia no ano passado.

“A gente tem alguns adversários, como o grego e o francês. Não tem todos os atletas, mas ao menos dá para ter um parâmetro da minha série. Os erros que a gente estava cometendo deu para consertar e mostrar isso hoje”, avalia Zanetti, aos 26 anos, mais um campeão olímpico que fez aniversário neste sábado. “Esta é a primeira competição dele no ano, então é mais para quebrar o gelo, ver como está a série, se está no caminho certo. Pela série que fez hoje, acho que estamos no caminho certo”, comenta o técnico Marcos Goto.

Outro brasileiro na competição, Sérgio Sasaki apresentou-se nos seis aparelhos, somando nota para o individual geral. O atleta teve um desempenho consistente na maior parte das séries: somou 14.400 no solo, 14.566 no cavalo com alças, 14.300 nas argolas e 14.866 no salto. Já nas barras paralelas, o ginasta falhou na saída e ficou com 13.366. A pior nota foi logo no primeiro aparelho em que se apresentou hoje, a barra fixa: 13.133 após uma queda. 

Com um total de 84.631 pontos, Sasaki fechou a competição em 28o lugar no individual geral e não conseguiu se classificar para nenhuma final por aparelho – avançam às finais os oito melhores de cada prova.

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Torcida nacional

Os ginastas brasileiros contaram com um apoio a mais nas arquibancadas durante as provas deste sábado. Além de amigos e familiares, Sasaki e Zanetti foram prestigiados pelos companheiros de seleção. Como o Brasil já tem vaga assegurada por equipes para os Jogos, os demais ginastas não foram convocados para o evento-teste, mas acompanharam de perto a estrutura do torneio.

“É uma competição legal e que simula as Olimpíadas. Eu cheguei aqui para ver os aparelhos, a organização toda e está bem legal”, opina Diego Hypolito. “Eu estava ansioso para ver a questão da cor e achei bonito, gostei. É diferente das outras competições, a cada edição dos Jogos Olímpicos tem uma surpresa nas cores”, ressalta, sobre o verde usado nos carpetes da Arena Olímpica do Rio.

Para Diego, o mais importante do evento-teste não serão os resultados pessoais, mas a classificação da equipe feminina e a experiência dos atletas com o ambiente olímpico. “Eu competi os Jogos Pan-Americanos de 2007 aqui e tive bons resultados, então o importante é tirar as energias positivas e levar para as Olimpíadas”, aponta o ginasta, ouro no solo e no salto durante o Pan do Rio, além de prata na disputa por equipes. 

Testes e avaliação

O evento-teste de ginástica é considerado pelo Comitê Organizador Rio 2016 como uma operação “robusta”. “Estamos testando 35 departamentos: parte de espectador, alimentos e bebidas, limpeza, transporte, segurança, área de competição, sistema de resultados”, enumera o diretor de instalações Gustavo Nascimento. “Na nossa equipe operacional, normalmente a gente trabalha com cerca de 120 pessoas, e aqui temos 400. A gente espera tirar daqui lições para as demais instalações nos Jogos”, completa.

Durante os treinos de pódio da última quinta-feira (14), a Arena Olímpica do Rio sofreu uma queda de energia que atrasou a programação em cerca de 15 minutos. Já na sexta-feira (15), uma falha no sistema de som obrigou algumas ginastas a treinarem a prova do solo sem música. Segundo Nascimento, os problemas foram corrigidos antes do início das competições.

“O problema de som foi relacionado a uma escavadeira que estava fazendo a obra na rampa e cortou a energia elétrica na mesa de áudio. Isso já foi resolvido, não vai acontecer de novo. Quando o evento começou, a gente interrompeu todas as atividades de obra”, explica. “Precisávamos ensaiar a iluminação técnica de show que a gente vai ter durante os Jogos e isso também foi resolvido, instalado, testado, e hoje funcionou bem”, afirma o diretor.

O evento-teste de ginástica é aberto ao público e ainda há ingressos à venda no site do Rio 2016. “A arquibancada tem capacidade para 12 mil pessoas, mas estamos vendendo em torno de cinco mil ingressos por sessão. Estamos, por enquanto, a 70% disso, com 3.500 pessoas por sessão aproximadamente”, contabiliza.

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br