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Ginastica artística

15/04/2016 19h39

EVENTO-TESTE

Para defender títulos do passado, lendas da ginástica buscam vagas no Rio

Arena Olímpica recebe medalhistas olímpicos e mundiais, como Catalina Ponor, Marian Dragulescu, Epke Zonderland e Oksana Chusovitina

No passado, eles brilharam em competições olímpicas e mundiais, colocando seus países no topo da ginástica artística. Retornando de lesões ou até mesmo de períodos de aposentadoria, algumas lendas da modalidade estão presentes no evento-teste desta semana, na Arena Olímpica do Rio, em busca de vagas para os Jogos de agosto, em que tentarão repetir – ou superar – títulos conquistados anos atrás. 

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Aos 36 anos e um brilhante histórico, Marian Dragulescu quer ajudar a classificar a equipe romena para o Rio 2016. Foto: Getty Images

É o caso, por exemplo, do romeno Marian Dragulescu, de 36 anos. Em Atenas-2004, o ginasta conquistou a prata na prova de solo e dois bronzes, no salto e por equipes. Ao longo da carreira, já foram oito medalhas de ouro em mundiais, além de duas pratas, incluindo a faturada no salto em Glasgow, no ano passado, que o credenciou para os Jogos Olímpicos do Rio nessa prova.

Presente no evento-teste, Dragulescu espera, agora, contribuir com a classificação da equipe romena masculina. “Estou aqui para ajudar o time e competir em cinco aparelhos. Vou tentar fazer o melhor para ajudar a equipe a se classificar”, avisa o ginasta, que em diversas ocasiões anunciou a aposentadoria do esporte, mas sempre acabou voltando às competições. “Você se cansa da ginástica ou de qualquer outra coisa, como de comer algo. Agora tenho um plano, quero participar dos Jogos Olímpicos e do Campeonato Europeu, na Romênia. Até lá não vou parar de novo. Depois, veremos”, responde, bem humorado.

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Catalina Ponor tem cinco medalhas olímpicas e também pretende ser um reforço à equipe feminina da Romênia. Foto: CBG/Divulgação

É também aos risos que ele comenta sobre o novo visual, com parte do cabelo pintada de vermelho. “Às vezes faço coisas diferentes no cabelo. Pensei no Brasil e em fazer algo novo e animado para vir para cá. Foi difícil escolher a cor”, brinca. Sobre a cor da medalha que pretende alcançar no Rio, contudo, não há dúvidas: “Penso em uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos desde os meus 18 anos”, afirma.

“No Rio espero fazer meu trabalho. Preparei exercícios no solo e no salto e apenas espero fazê-los como faço nos meus treinos em casa. Nada a mais e nada a menos”, resume Dragulescu, que realizou o treino de pódio com a equipe romena na última quinta-feira (14.4). “Estou um pouco mais relaxado do que em Glasgow porque já tenho a vaga, mas quero muito classificar com a equipe”, completa.

Histórico de peso

Outra atleta da Romênia que espera contribuir com a classificação do país por equipes é a experiente Catalina Ponor. “Ainda tenho que trabalhar muito nas minhas dificuldades. Posso dizer que estou fazendo o mais fácil que posso, mas vou dar o meu melhor para ajudar a equipe”, afirmou, após o treino de pódio feminino desta sexta-feira (15). O grupo romeno terminou o Mundial de Glasgow com a 13a colocação.

Retornando de lesões, a ginasta tem no currículo cinco medalhas olímpicas, sendo três ouros em Atenas-2004 e uma prata e um bronze em Londres-2012. Antiga rival da brasileira Daiane dos Santos, Catalina chegou a se aposentar duas vezes, em 2007 e em 2012. De volta à ativa e com foco no Rio, a romena conquistou a medalha de ouro na trave na Copa do Mundo de Doha, no mês passado.

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Epke Zonderland, o holandês voador, pretende defender o título olímpico na barra fixa. Foto: CBG/Divulgação

Em defesa do ouro 

Atual campeão olímpico na barra fixa, o holandês Epke Zonderland é mais uma estrela que pretende alcançar, durante o evento-teste, uma vaga para a equipe completa. “Estou um pouco nervoso, como todos, para a competição, mas acho que temos boa chance de estar no top 4 com a equipe, o que seria muito bom. Será um alívio se conseguirmos”, afirma o atleta, que foi o primeiro de seu país a conquistar uma medalha olímpica na ginástica.

Pessoalmente, o ginasta não esconde o desejo de reafirmar sua superioridade na prova favorita. “Meu principal objetivo é ficar saudável, o que é o mais importante. Depois quero defender meu título na barra fixa. Espero também estar melhor nas barras paralelas e talvez tenha uma pequena chance de chegar à final, mas a barra fixa é mais importante para mim”, explica Zonderland, conhecido na ginástica como o “flying dutchman” (holandês voador).

Lidar com problemas de saúde, contudo, não tem sido fácil. “Eu não tive uma boa preparação de novo. Tive uma lesão antes de Glasgow e, depois, passei por cirurgia em dezembro. Em janeiro eu estava melhorando, mas piorei em fevereiro e precisei passar por tratamento”, conta o holandês, que no fim do ano passado teve de ser operado devido a uma sinusite crônica. “Há três semanas pude voltar a treinar , achei que não viria ao evento-teste. A recuperação está indo bem, mas não estou na forma que normalmente estaria”, reconhece.

Com o histórico de lesões, o holandês já sabe o que fará após os Jogos Olímpicos do Rio. Estudante de medicina, curso que foi interrompido neste ano para dedicação exclusiva à ginástica, Zonderland pretende retomar a faculdade depois da competição e se tornar ortopedista. “Sou experiente, então espero ajudar os pacientes”, brinca. 

A lenda

Aos 40 anos, Oksana Chusovitina desembarcou no Rio de Janeiro com o objetivo de conseguir uma vaga no evento-teste para nada menos do que sua sétima edição olímpica. A ginasta uzbeque estreou nos Jogos em Barcelona-1992, quando o time unificado da antiga União Soviética conquistou a medalha de ouro. Em 1996, 2000 e 2004, a atleta competiu pelo Uzbequistão, e em 2008 e 2012, representou a Alemanha. Agora, ela defende novamente seu país natal.

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A uzbeque Oksana Chusovitina pode participar de sua sétima edição dos Jogos.Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

O evento-teste, com provas a partir das 10h30 deste sábado (16), conta ainda com a presença de atletas que já asseguraram classificação olímpica em aparelhos, mas que competirão para buscar vagas também por equipes. É o caso do espanhol Rayderley Miguel Zapata (garantido no solo), do romeno Dragulescu (salto), do ucraniano Oleg Verniaiev (barras paralelas) e da alemã Pauline Schaefer (trave). Outro grande nome na competição será o grego Eleftherios Petrounias, campeão mundial nas argolas no ano passado.

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br