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Judô

26/08/2019 12h42

Mundial de Judô 2019

Abe e Bilodid, uma dupla sub-20 que já carrega o status de bicampeã mundial

A ucraniana Daria Bilodid, de 18 anos, e a japonesa Uta Abe, de 19, dominam o topo do pódio das categorias mais leves do judô pelo segundo ano consecutivo

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No mundo do judô, o nome Uta Abe dificilmente vem escrito sem adjetivos ou superlativos ao lado. A atleta de 1,52m, nascida em julho de 2000, tem como rotina quebrar paradigmas, barreiras e recordes. Quando tinha 15 anos, tornou-se a mais jovem atleta a vencer uma etapa do Grand Prix da modalidade, com o título em Dusseldorf, na Alemanha, em fevereiro de 2016. Aos 18 anos, adicionou ao currículo o título mundial em Baku, no Azerbaijão.

Uta Abe estreou contra a brasileira Larissa Pimenta. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
Uta Abe soma 42 lutas de invencibilidade no circuito internacional, com 27 dessas vitórias conquistadas por ippon

Segundo a contabilidade da Federação Internacional de Judô, Uta Abe chegou ao Mundial de 2019, em Tóquio, com um histórico de 37 lutas de invencibilidade no circuito, com 23 dessas vitórias conquistadas por ippon. A última vez que ela perdeu foi na final do Grand Slam de Tóquio de 2016, quando ficou com a prata, superada pela também japonesa Natsumi Tsunoda.

A principal característica de Uta Abe é uma mistura de técnica refinada e velocidade de execução dos golpes. Para quem vê de fora, parece que ela não precisa estudar ou avaliar muito. Seja manga, gola ou até com jogos de corpo, ela tem os atalhos para desestabilizar as rivais.

Lutando o Mundial de Tóquio em casa, na simbólica arena Nipponn Budokan, Abe adicionou às estatísticas uma série de novas fronteiras. Venceu quatro das cinco lutas que disputou na capital japonesa por ippon e uma com a vantagem de um waza-ari. Construiu a trilha para o bicampeonato superando na semifinal a atual campeã olímpica, Majlinda Kelmendi, de Kosovo, no golden score. Na decisão, "virou do avesso" a russa Natalia Kuziutina, sexta do mundo e medalhista de bronze olímpica, com apenas 30 segundos de luta.

Antes disso, a japonesa nascida em Kobe já havia deixado para trás a inglesa Chelsie Giles, a uzbeque Diyora Keldiyorova e a brasileira Larissa Pimenta. Com o escalte atualizado, Uta Abe acumula agora 42 lutas de invencibilidade, 27 delas por ippon. É apontada no Japão como um dos ouros mais certos nos Jogos Olímpicos de 2020.

Bilodid venceu na final do Mundial, pela segunda vez, a japonesa Funa Tonaki. Foto: IJF
"Eu estou muito feliz que consegui repetir o título mundial. Quando entro numa competição, eu só tenho uma regra. Não importa se é a primeira rodada ou a final, eu quero ganhar todas as lutas"
Daria Bilodid

Lute como Bilodid

Um outro fenômeno da nova geração que voltou a fincar as raízes no topo do pódio é Daria Bilodid, da Ucrânia. A atleta de 18 anos tem um currículo recente tão expressivo quanto o de Uta Abe, mas na categoria mais leve do judô, a -48kg. Daria se caracteriza pela altura privilegiada para uma atleta do peso ligeiro, com 1,72m.

Ela se aproveita da envergadura para ter domínio sobre as adversárias e projetá-las. Em Tóquio, passou por quatro rivais até chegar a uma repetição da final de Baku, contra a japonesa Funa Tonaki. Mesmo diante de uma torcida frenética no Nippon Budokan, Bilodid conseguiu um waza-ari e garantiu o bicampeonato.

"Quando estava vindo para a competição, tentei não me deixar levar pelo fato de ter uma etiqueta vermelha nas costas (indicativo dos campeões mundiais). "Se eu fizesse isso, eu colocaria mais pressão nos meus ombros. Eu estava apenas pensando em buscar a etiqueta vermelha de novo. O fato de estar enfrentando uma japonesa na casa dela trouxe uma dificuldade extra. Era como se eu estivesse competindo contra o ginásio inteiro", afirmou Bilodid.

"Eu estou muito feliz que consegui repetir o título mundial. Quando entro numa competição, eu só tenho uma regra. Não importa se é a primeira rodada ou a final, eu quero ganhar todas as lutas", afirmou. Perguntada sobre com que animal ela gostaria de ser comparada dentro do tatame, Bilodid brincou: "Muitos me chamam de anaconda porque sou grande, balanço meu corpo bastante e uso intensamente o trabalho de pernas. Eu tento ser agressiva e dinâmica, mas em vez de uma cobra, gostaria de ser conhecida apenas por lutar como Daria Bilodid".

Abe e Bilodid: soberanas nas categorias mais leves do judô feminino. Fotos: IJF

RESULTADOS RECENTES DE UTA ABE (-52kg)

2019
Grand Prix de Hohhot - Campeã
Campeonato Mundial - Campeã

2018
Grand Slam de Paris - Campeã
Grand Prix de Hohhot - Campeã
Campeonato Mundial - Campeã
Grand Slam de Osaka - Campeã

2017
Grand Prix de Dusseldorf - Campeã
Grand Slam de Tóquio - Campeã

2016
Grand Slam de Tóquio - Vice-campeã

RESULTADOS RECENTES DE DARIA BILODID (-48kg)

2019
Campeonato Mundial - Campeã
Jogos Europeus - Campeã
Grand Prix de Tbilisi - Vice-campeã

2018
Campeonato Mundial Júnior - Campeã
Campeonato Mundial Adulto - Campeã
Grand Prix de Zagreb - Campeã
Copa Europeia de Celje - Campeã
Grand Slam de Dusseldorf - Campeã
Grand Slam de Paris - Campeã
Grand Prix de Tunis - Campeã

2017
Gran Prix de Haia - Campeã

Infográfico - Mundial de Judô 2019

Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br