Geral
Virada Olímpica
Quatro duplas, quatro pódios: vôlei de praia almeja resultado histórico
No Rio 2016, o vôlei de praia completa 20 anos no programa olímpico. A estreia foi marcada pela final 100% brasileira em Atlanta 1996, quando Jaqueline e Sandra venceram Mônica e Adriana garantindo as duas primeiras das onze medalhas olímpicas que o país conquistou na modalidade. Nas areias de Copacabana, os anfitriões querem fazer história. Com quatro duplas no topo do ranking mundial, o objetivo não é modesto: quatro medalhas nos Jogos de 2016.
“Pelo apoio que a gente tem tido, pela história do voleibol de praia, a meta é buscar medalhas. A gente vai atrás de quatro medalhas. Seria um fato histórico. No feminino, pelo sorteio, só nos encontraremos na final, e estamos tentando monitorar o masculino para que o mesmo ocorra”, disse Franco Neto, ex-jogador e gerente de Seleções de Vôlei de Praia da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
Duplas definidas
O planejamento para 2016 conta com um forte aliado: a definição precoce dos times. Os atuais campeões mundiais e líderes do ranking da temporada 2015, Alison e Bruno Schimdt, e as vice-líderes do ranking feminino do ano passado, Larissa e Talita, venceram a chamada corrida olímpica, que contabilizou a pontuação obtida nos nove principais eventos do Circuito Mundial (cinco Grand Slams, três Major Series e o Open do Rio), descartando os dois piores resultados ao longo da campanha. Já no fim de agosto de 2015, os dois times já não poderiam mais ser alcançados pelos oponentes e garantiram a vaga.
Caberia à CBV o anúncio, em janeiro de 2016, das outras duas duplas, definidas pela confederação com base em critérios técnicos. A escolha, entretanto, foi antecipada: Ágatha e Bárbara, campeãs mundiais de 2015 e líderes do ranking mundial da temporada, e Evandro e Pedro Solberg, vice-líderes do ranking masculino, foram oficializados na equipe olímpica em 16 de setembro do ano passado.
“A gente teve a oportunidade de classificar as duplas com antecedência pela primeira vez na história, o que vai dar tranquilidade para a preparação. Tivemos um 2015 excepcional, estamos felizes com a performance. A gente entende que a conquista de qualquer título tem a ver com o planejamento que antecede essa conquista e estamos trabalhando todos os dias para isso”, ressaltou Franco.
Planejamento
Participar das principais etapas do Circuito Mundial 2016 é parte essencial da preparação das duplas, segundo Franco, já que elas têm a oportunidade de estudar cada vez mais os adversários.
“A gente vai querer participar e ir bem no Circuito Mundial. A gente vai querer ser campeão mundial de novo, mas a principal competição, sem dúvida, são os Jogos. Damos total confiança para o nosso técnico (Leandro “Brachola”) para fazer o melhor planejamento possível para chegarmos bem no momento dos Jogos”, disse Bruno Schmidt.
Três semanas antes das Olimpíadas, os atletas terão um rápido descanso e, logo depois, se apresentarão para a reta final. “Eles vão passar uma semana em casa e aí uma, duas semanas antes, voltam. A maioria das duplas vai ficar na Esefex (Escola de Educação Física do Exército), na Urca, mas o Alison e o Bruno escolheram ficar na Vila dos Atletas por uma experiência que o Alison identifica que foi positiva. A gente conversou bastante, entendemos o ponto de vista dele e apoiamos. Não sabemos ainda os horários em que as duplas jogam. Pode ser que, se o horário não for tão conveniente, talvez eles (Alison e Bruno) tenham que mudar. E eles estão abertos a isso”, explicou Franco.
Bruno, estreante em Jogos, não teme a pressão e se sente preparado para o desafio olímpico. “Primeiro de tudo, ninguém deu para a gente a vaga, nós é que conquistamos. Isso é uma coisa que ninguém pode tirar de mim, foi mérito. Analisando a parte da pressão, 2015 já foi um teste, porque a gente não começou bem nas três primeiras etapas do Circuito e tivemos que lidar com muita pressão. E quando a pressão foi maior, a gente correspondeu bem, a gente se uniu mais. Demos um salto muito grande”.
Suporte
Os oito atletas que representarão o Brasil nos Jogos Rio 2016 recebem a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte. Foram assinados ainda, entre 2010 e 2013, oito convênios entre o ministério e a CBV, no valor total de R$ 26,7 milhões, para viabilizar o treinamento e a participação em competições internacionais, e contratar profissionais (como treinador, preparador físico, fisioterapeuta, estatístico, nutricionista e psicólogo), entre outras formas de apoio.
“Eles não tinham justificativa pra dizer que não tinham apoio, porque tiveram todo tipo de apoio e eles reverteram isso em resultado. A gente está feliz e esperar concluir todo esse trabalho, esse ciclo, esse planejamento como num filme com final feliz. Acho que é mais do que justo. Estamos no caminho certo”, afirmou Franco Neto.
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br