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Judô

03/10/2019 16h01

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Organização do Grand Slam de Brasília espera sucesso de público e transmissão televisiva para mais de 120 países

Arena montada dentro de um centro de convenções demandou mais de 300 toneladas de equipamento e envolvimento direto de cerca de 250 profissionais. Evento começa no domingo

Montar uma arena de lutas praticamente do zero, com capacidade para receber dois mil torcedores por turno, e atendendo a todas as exigências de um evento internacional, inclusive para a geração de imagens televisivas para uso por outros países. Esse foi o desafio da organização do Grand Slam de Brasília, evento que tem início no próximo domingo (6.10) e segue até terça-feira (8.10) na capital federal, com a participação de 347 atletas de 60 países.

“Estamos montando uma arena que vai sair do chão, com mais de 300 toneladas de equipamento”, explica Maurício Santos, diretor executivo do evento e que carrega a experiência das outras quatro edições de Grand Slam e dos três mundiais de judô já realizados no Brasil. “Vamos montar todo esse aparato em um centro de convenções. É como se fôssemos tirar um ginásio do chão, com uma estrutura nas melhores condições para um evento de padrão internacional, com transmissão para mais de 120 países”, destaca.

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CICB será o palco das disputas do Grand Slam de Brasília. Foto: CICB/Divulgação

Segundo o organizador, por exigência do caderno de encargos da Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês), a arena precisa ser climatizada e ter um sistema de iluminação próprio para a transmissão de televisão. “Somos os responsáveis pela geração de imagens. Jogamos para o satélite e os canais de televisão que adquiriram o direito pela federação internacional pegam esse sinal”, explica o diretor.

“Vamos trabalhar para ter a lotação máxima. Nossa expectativa é que o evento será um sucesso. Cremos que o Grand Slam vai reposicionar Brasília nesse cenário internacional”
Maurício Santos, diretor executivo do evento

Assim, o público final das lutas nos três tatames do Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) será muito superior às duas mil pessoas que poderão ver, in loco, cada bloco de confrontos (preliminares e finais). “Foi um grande desafio. O Brasil precisava voltar a figurar no cenário internacional de grandes eventos. Estamos trabalhando há um ano nesse projeto. Não foi fácil. Estamos vivendo um momento em que a alta do dólar prejudica a realização, pois diversos gastos são em dólar”, explica Maurício.

O último Grand Slam realizado no Brasil foi há sete anos, em 2012, no Rio de Janeiro, cidade que também abrigou o evento em 2009, 2010 e 2011. “Por outro lado, tirar uma estrutura do chão tem suas facilidades, porque você já monta de forma adequada a atender as demandas de competição e de transmissão de televisão. Você não adapta um ginásio, você prepara o ginásio para o evento”, compara. “Vamos aplicar alguns dos conceitos mais modernos de marketing esportivo, entretenimento e transmissão de TV”, avisa.

Logística

A expectativa da organização é de casa cheia. “Vamos trabalhar para ter lotação máxima. Nossa expectativa é que o evento será um sucesso. Está tendo grande repercussão na cidade, o telefone do comitê organizador não para de tocar. Cremos que o Grand Slam vai reposicionar Brasília nesse cenário internacional”, sinaliza Maurício.

A entrada para o público será gratuita mediante a capacidade de vagas. Após o término do bloco de lutas preliminares, o espaço precisa ser esvaziado no intervalo para vistorias de segurança, antes da liberação para as finais, o que também permite que mais pessoas tenham a oportunidade de prestigiar a competição. E a organização garante que os torcedores serão bem recebidos. “Teremos todo o aparato para receber o público nas melhores condições: lanchonetes, banheiros, área de entretenimento. Quem for assistir o evento será muito bem atendido”, garante.

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Bronze no Mundial deste ano e duas vezes medalhista olímpica, Mayra Aguiar é um dos principais nomes da seleção brasileira. Foto: Roberto Castro/ rededoesporte.gov.br

Há ainda toda uma logística por trás do acolhimento dos atletas. São quatro hotéis em Brasília para abrigar as delegações, sendo que a seleção brasileira será hospedada no próprio CICB. Os deslocamentos entre aeroporto, hotéis e arena serão realizados por ônibus, vans e carros ao longo do evento. Ao todo, um envolvimento direto de cerca de 250 profissionais, e indireto de quase mil, como em serviços hoteleiros, de restaurantes, segurança, transporte, limpeza e logística. Uma mão de obra formada especialmente por prestadores da capital federal.

A complexa organização é compatível com a importância do evento. Estão em jogo mil pontos no ranking mundial, válido para a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Por isso desembarcam em Brasília grandes nomes da modalidade, como o dez vezes campeão mundial e bicampeão olímpico Teddy Riner. Entre os estrangeiros, são esperados também Lukas Krpalek, da República Tcheca, campeão olímpico no Rio de Janeiro na categoria -100kg e ouro no Mundial deste ano entre os pesados. Riner e Krpalek travaram uma dura luta na semifinal do Grand Prix de Montreal, em julho, com vitória do francês apenas após seis minutos de Golden Score.

Pelo Brasil também estão confirmados medalhistas olímpicos, como a campeã do Rio 2016 Rafaela Silva (57kg); a bicampeã mundial e bronze em Londres 2012 e no Rio, Mayra Aguiar (78kg); o também dono de dois bronzes (Londres e Rio) Rafael Silva (+100kg); a medalhista de bronze em Pequim 2008 Ketleyn Quadros (63kg); e Felipe Kitadai (60kg), bronze no Rio.

Ao todo, a seleção nacional conta com 56 representantes, sendo 36 beneficiados pela Bolsa Atleta do governo federal, em um investimento anual de quase R$ 1,6 milhão. O Grand Slam de Brasília teve R$ 2 milhões captados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, enquanto outros R$ 3 milhões vieram por emendas parlamentares.

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Ana Cláudia Felizola – rededoesporte.gov.br