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14/08/2018 11h29

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José Roberto vê o Mundial, único título que falta ao Brasil, como "esperança grande"

Seleção feminina entra em quadra nesta terça (14.08), em Uberaba (MG), para o segundo de quatro amistosos contra a forte seleção dos EUA, atual campeã mundial e da Liga das Nações

Se fosse possível uma comparação entre um currículo e um álbum de figurinhas, o de José Roberto Guimarães seria de um tipo especial, de luxo, capa dura. Uma publicação que contaria com tantas imagens com potencial de destaque que seriam suficientes para preencher umas cinco edições. Único brasileiro tricampeão olímpico, protagonista em nove dos 12 títulos femininos do Grand Prix e com uma longa lista de títulos Pan-Americanos, Sul-Americanos, da Superliga e de torneios internacionais, o paulista de Quintana só sentiria falta naquele álbum de um cromo, uma estampa: a do Campeonato Mundial.

No período próximo aos ouros olímpicos de Pequim (2008) e de Londres (2012), as equipes nacionais femininas bateram na trave duas vezes. Em 2006, perderam a decisão por 3 sets a 2 para a Rússia. Quatro anos mais tarde, o mesmo desfecho contra o mesmo adversário: 3 a 2 para a Rússia na final de 2010. Em 2014, a eliminação foi na semifinal, diante dos Estados Unidos, que terminariam com seu primeiro ouro.

José Roberto durante o amistoso da seleção contra os Estados Unidos, em Brasília. Foto: Ricardo Botelho/Inovafoto/CBV

"Eu olho para o Mundial como uma possibilidade, como uma esperança grande, uma peça que falta. O Mundial é um campeonato duro e difícil. São 13 jogos em um mês. Vamos precisar de todo o elenco para irmos trocando as jogadoras", afirmou o treinador de 64 anos, pouco depois da derrota por 3 sets a 1 no primeiro de quatro amistosos contra os Estados Unidos, no último domingo, em Brasília. O segundo jogo será nesta terça (14.08), a partir das 19h, em Uberaba (MG). O canal Sportv transmite ao vivo.

"Eu olho para o Mundial como uma possibilidade, como uma esperança grande, uma peça que falta. Temos nove semanas para começar a fase final, sete semanas para a estreia. O Mundial é um campeonato duro e difícil. São 13 jogos em um mês. Vamos precisar de todo o elenco para irmos trocando as jogadoras"
José Roberto Guimarães, técnico da seleção brasileira de vôlei feminino

O treinador vive uma fase singular na seleção. A eliminação por 3 sets a 2 diante da China nas quartas de final dos Jogos Olímpicos Rio 2016 simbolizou um fim de ciclo para medalhistas olímpicas e atletas de confiança de José Roberto.

A central Fabiana, a ponteira Jaqueline e a oposto Sheilla se aposentaram da Seleção. A levantadora Dani Lins saiu temporariamente para realizar o sonho da maternidade. Voltou ao grupo e ainda persegue a melhor forma física e técnica. A ponteira Fernanda Garay pediu dispensa da convocação no início de ano para priorizar projetos pessoais. Atendeu ao chamado de José Roberto em julho e está na reta final de preparação, após quase três meses de pouca atividade nas quadras. A central Thaísa e a atacante Natália viveram um período de lesões e estão finalizando a recuperação.

"Está tudo se encaixando agora. Estamos buscando melhorar a condição física das jogadoras com mais força e potência. A Fernanda Garay voltou recentemente. Temos nove semanas antes de começar a fase final do Mundial, sete semanas para a estreia. É um tempo que ela, com o físico privilegiado que tem, vai conseguir nos ajudar, bem como as demais, que já estão mais recuperadas, como é o caso da Suelen (a líbero teve uma fratura na mão direita). A Thaísa já começa jogando a segunda partida amistosa contra os EUA, assim como a Dani Lins", afirmou.

Cadência

Tanto para dosar fisicamente a carga sobre o grupo quanto para dar oportunidades a todas antes dos cortes finais, a ideia de José Roberto é dar o máximo de rodagem ao elenco nos amistosos. "Não vamos sobrecarregar absolutamente ninguém. A ideia é dar chances para todas, ajustar. Quero botar todo mundo em condições de jogo, dar ritmo, e que elas consigam entender a velocidade que o time dos Estados Unidos está jogando. O resto do mundo tem um ritmo mais cadenciado, talvez um ou outro time jogue com a bola mais alta, mas esse ritmo americano é o melhor que temos no mundo hoje".

A lista de prioridades do treinador é extensa, mas passa, em grande medida, pelo sistema defensivo, aqui entendido de forma ampla. "A gente tem de melhorar a nossa velocidade de reação, aprimorar o posicionamento, o sistema defensivo como um todo. A defesa tem de se ajustar, mas o bloqueio precisa ser um pouco melhor, tocar mais na bola. Isso, no entanto, parte de um bom saque. A gente tem de ter precisão no serviço", explicou José Roberto. Depois da partida desta terça, a seleção disputará outros dois amistosos diante dos Estados Unidos, atual campeão da Liga das Nações. Na quinta, também em Uberaba, e no sábado, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. 

No Mundial de 2018, o Brasil está no Grupo D, ao lado de Sérvia, República Dominicana, Cazaquistão, Porto Rico e Quênia. A primeira fase da chave será integralmente disputada na cidade de Hamamatsu. A estreia está marcada para 29 de setembro, contra Porto Rico. A segunda fase terá as disputas em Nagoya. Se chegar às semifinais e à decisão (20 de outubro), o Brasil jogará em Yokohama.

Gustavo Cunha, rededoesporte.gov.br