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Hipismo paralímpico

16/09/2016 19h49

Hipismo

Garota de Ipanema e Aquarela do Brasil dão o ritmo do segundo bronze de Sérgio Oliva

Brasiliense iguala a marca de Marcos Alves, dono de duas medalhas de bronze na edição de Pequim

“Consegui dormir mais ou menos”, contou Sérgio Oliva, que em menos de 24 horas retornou ao Centro Olímpico de Hipismo, no Complexo Esportivo de Deodoro, após o pódio da última quinta-feira (15.09), para a conquista de mais uma medalha de bronze, desta vez no estilo livre individual misto (freestyle) grau Ia. Agora, o brasiliense se iguala ao brasileiro Marcos Alves, o Joca, também dono de dois bronzes em Jogos Paralímpicos (individual e freestyle em Pequim 2008).

Desta vez não foi preciso esperar horas pelo resultado final. Sergio Oliva, junto com a égua Coco Chanel, foi o sexto cavaleiro a se apresentar nesta sexta-feira (16). Com a nota de 75.150, ele precisou apenas aguardar as duas últimas apresentações para comemorar a conquista de mais uma medalha nos Jogos. Assim como na véspera, o pódio teve dobradinha da Grã-Bretanha: no topo Sophie Christiansen, com 79.700, seguida por Anne Dunham, com 76.050.

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Duas medalhas de bronze: resultado da parceria com a égua Coco Chanel. Foto: Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPB

No ritmo de Garota de Ipanema e Aquarela do Brasil, Sérgio cometeu poucos erros e saiu da apresentação muito aplaudido pela torcida presente no estádio. “Usamos músicas brasileiras que chamam a atenção, como clássicos do repertório nacional. A gente está no Brasil, os Jogos são aqui e a gente tem que usar músicas daqui para chamar a atenção e ser marcante”, comentou o atleta.

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Sérgio é agora o segundo brasileiro com duas medalhas no hipismo paralímpico. Foto: Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPB

“Estou muito contente em participar deste momento histórico me igualando à marca do Joca, com duas medalhas de bronze em Paralimpíadas. E a conquista é ainda mais especial porque é em casa, com minha mãe, meus irmãos e parentes aqui. É um momento muito especial participar de uma competição no meu país e sair com a medalha”, comemorou Sérgio.

A diretora de Adestramento Paraequestre da Confederação Brasileira de Hipismo, Marcela Parsons, ressaltou a interação do cavaleiro com a égua Coco Chanel para a conquista dos dois bronzes. “O mais incrível é que a gente conseguiu se preparar a égua com pouco tempo. E hoje, mesmo com erros, a gente ainda conseguiu manter a medalha de bronze. Isso tudo é resultado de muito amor, de muita dedicação e muito trabalho”, analisou.

“A Coco Chanel é espetacular e o que mais impressiona é o contato do Sérgio com a égua. Eles se adoram. Ela olha para cima na hora que ele monta para ver se é ele que está em cima e muda totalmente de atitude. Isso tudo as pessoas têm que entender que é o contato e o convívio. Os cavalos de adestramento paralímpico devem estar felizes e dispostos a ajudar”, explicou a diretora.

Marcela ainda acrescentou que, para o hipismo, o aspecto mais importante dos Jogos foi a divulgação da modalidade. Ela espera que as conquistas de Sérgio aumentem o número de praticantes no esporte. “Acho que o importante é conseguir mostrar para tanta gente o que o cavalo é capaz de fazer com uma pessoa com deficiência. Isso vai trazer muitos praticantes para a modalidade. O mais difícil é fazer a modalidade crescer no país, com todo o histórico que o hipismo tem de ser conhecido como um esporte de elite e caro”, ponderou.

Rap da felicidade

Marcos Alves também competiu nesta sexta-feira. Cerca de uma hora antes do compatriota, o cavaleiro se apresentou no estilo livre misto grau Ib (para atletas com menos dificuldades motoras). Em sua quarta participação paralímpica, Joca se despediu da competição no Rio com a sétima colocação após receber 67.700 pontos.

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No Rio de Janeiro, Joca disputou sua quarta edição dos Jogos Paralímpicos. Foto: Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPB
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Foi também ao som de um mix de ritmos tradicionais brasileiros que Joca se apresentou no freestyle, unindo o clássico Garota de Ipanema ao rap da felicidade. “Queríamos mostrar o clima do Rio de Janeiro e do Brasil. Procuramos juntar os ritmos para fazer uma boa apresentação em cima dessas músicas”, explicou Marcos.

Joca treina com o cavalo Vladimir há apenas três meses. A dupla ainda está em fase de adaptação, mas o cavaleiro espera ganhar mais confiança para as próximas disputas. No fim deste ano, ele compete novamente no Brasil, valendo pontos no ranking que podem garantir a vaga no próximo mundial da modalidade. 

“Faltou um pouco mais de concentração, mas o cavalo está a cada dia melhor e eu com um bom controle em cima dele. Agora falta treino para a gente se adaptar ainda mais. Ele já está me entendendo mais, já me sinto melhor lá em cima e bem à vontade, mas falta um pouco de detalhe e é nisso que eu preciso melhorar”, avaliou.

Michelle Abílio – brasil2016.gov.br