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Evento-teste do remo na Lagoa Rodrigo de Freitas termina com balanço positivo
Com arquibancada lotada e elogios à organização, o Mundial Júnior de Remo 2015 terminou neste sábado (08.08), após a disputa das finais pela manhã na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. A competição serviu como evento-teste "Major" da modalidade para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Foram testadas 26 áreas funcionais e a avaliação preliminar do Comitê Rio 2016 é positiva.
Para o diretor-executivo da Federação Internacional de Remo (Fisa, na sigla em francês), Matt Smith, o evento foi um sucesso e serviu para aparar arestas, ganhar experiência e aprender lições importantes para o torneio da modalidade nos Jogos Olímpicos do ano que vem. "Primeiro de tudo, foi um Mundial Júnior fantástico e estamos muito agradecidos pelo suporte que tivemos do Rio e dos voluntários. Serviu de evento-teste para o ano que vem e aprendemos várias lições", disse.
O principal desafio foi a necessidade de comprimir o calendário de provas por causa da previsão de ventos fortes no domingo. As condições meteorológicas fizeram a Fisa antecipar competições e realizar todas as finais um dia antes, no sábado. Com isso, os espectadores que compraram ingressos para o domingo precisaram ser ressarcidos. "Nós mudamos a agenda para termos as finais um dia antes e isso não é algo fácil para a organização, mas eles fizeram um grande trabalho ajustando tudo e foi uma grande lição para o caso de o tempo ficar estranho nos Jogos do ano que vem", afirmou Smith.
Matt Smith também falou sobre a profundidade das raias na Lagoa, considerada fora do padrão ideal na área de largada: 1,5m em vez dos 3m oficiais. A organização dos Jogos Olímpicos fará uma dragagem para ajustar a questão até o ano que vem. O diretor-executivo afirmou que a Fisa confia no trabalho do Rio para corrigir quaisquer problemas até os Jogos Olímpicos de 2016.
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Impressão positiva
O balanço final da operação no evento-teste depende de um processo demorado de análise de dados, mas o diretor de Esportes do Comitê Rio 2016, Rodrigo Garcia, adiantou que a impressão é positiva. "A gente sempre tem um processo de avaliação, que vem desde a montagem até o último dia. Acabando o último dia, a gente faz uma reunião da instalação, com o pessoal que trabalhou aqui, depois de 15 dias a gente coleta as informações e aí realmente tem um balanço detalhado. Até agora o que a gente tem de comentário é que tudo correu superbem. Óbvio, pelo lado da operação alguns ajustes são necessários, evento-teste é pra isso, pra gente realizar ajustes. Então nosso objetivo está realizado", afirmou.
Rodrigo também afirmou que o retorno dado por atletas e federações estrangeiras foi o melhor possível. "Os atletas estão em êxtase. Acho que uma instalação como a Lagoa, no centro da cidade, tão próxima da infraestrutura, com um cartão-postal como o Cristo Redentor, e uma qualidade também da regata muito legal, realmente eles estão elogiando bastante. A Federação Internacional é uma grande parceira nossa, a gente vem sempre conversando com eles. Recebemos já alguns feedbacks, para melhorar uma ou outra coisa, mas em linhas gerais tudo ótimo", completou.
Atletas como a japonesa Chisa Daimon concordaram com os elogios. "O lugar é muito lindo e a estrutura é excelente. Estou muito feliz de competir aqui no Rio", exaltou. "Eu acho que está tudo ótimo. Defender o seu país é o sonho de todo atleta e é fantástico estar aqui no Brasil e ter essa oportunidade. A cidade é muito bonita e muito diferente de onde eu remo na Austrália, e é muito bom para mim poder competir em um clima diferente", disse a australiana Georgia Wheeler.
Mundial
Com organização da Federação Internacional de Remo e apoio do Comitê Rio 2016, o Mundial reuniu 563 atletas de 54 países, além de contar com 130 profissionais do Comitê na instalação e mais de 400 voluntários. Ao final do evento, a Fisa homenageou o Governo do Rio de Janeiro e o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também compareceu ao último dia do Mundial Júnior de Remo e elogiou a operação feita durante o evento-teste. Ele afirmou que não considera um problema a questão a arquibancada flutuante, prevista para acomodar melhor o público durante os Jogos Olímpicos.
"A gente diminuiu muito essa arquibancada flutuante, ela é temporária e são quatro estacas na Lagoa, sem nenhum tipo de dano ambiental. Mas é óbvio que é importante reunir com o Ministério Público, com todos os órgãos de proteção para que a gente esclareça bem isso e comunique isso de maneira adequada. Tenho certeza de que vai ser possível fazer essa arquibancada flutuante", disse Paes.
Evento-teste de ciclismo
Eduardo Paes informou ainda que o Desafio Internacional de Ciclismo de Estrada, evento-teste da modalidade, será mantido em 16 agosto, mas sofrerá alterações de percurso devido a manifestações contra a corrupção marcadas para o mesmo dia.
"Isso vai ser anunciado na segunda-feira, mas o evento está confirmado para o dia 16. O que vamos fazer é mudar um pouco o circuito, o roteiro. Ele terminaria em Copacabana, mas vai terminar em São Conrado, e vai ser de 8h30 até 12h/12h30. Isso é absolutamente aceitável em um regime democrático como o nosso, não tem problema nenhum e temos que respeitar esse tipo de manifestação e não criar conflitos. Chegamos a uma boa solução. O pessoal de segurança aprovou, o pessoal de trânsito aprovou e, na segunda-feira, vamos precisar muito da imprensa para informar a população e ter a colaboração, como tivemos no (evento-teste de) triatlo", finalizou Paes.
Mateus Baeta - brasil2016.gov.br