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Judô

08/08/2019 23h11

LIMA 2019

Estreantes, Renan Torres e Larissa Pimenta são ouro no primeiro dia do judô

Larissa Farias chegou à disputa pelo bronze, mas foi superada após 17 minutos de luta. Nesta sexta, competem Rafaela Silva, Daniel Cargnin e Jeferson Santos Júnior

Jogos Pan-Americanos Lima 2019

Três brasileiros foram os responsáveis por, nesta quinta-feira (08.08), comprovar que é possível superar qualquer tensão pela estreia nos Jogos Pan-Americanos e chegar ao pódio. No primeiro dia do judô em Lima, Larissa Pimenta (52kg) e Renan Torres (60kg), ambos ainda da categoria júnior, derrotaram fortes adversários e levaram o ouro, enquanto Larissa Farias (48kg) enfrentou uma longa batalha de 17 minutos e, por pouco, não ficou com o bronze.

“O Renan é novo, mas se manteve calmo e fez tudo que estava planejado. Fiquei impressionada com a performance dele. Foi muito importante essa medalha de ouro para a nossa equipe”, aponta a técnica da seleção masculina, Yuko Fujii. “Esse ouro vai motivar todos os atletas da equipe, especialmente os novos. Ele provou que um novo atleta pode ganhar a competição”, afirma. Entre os 13 brasileiros convocados para a competição, dez nunca disputaram uma edição dos Jogos Pan-Americanos.

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Renan superou o favorito e campeão de Toronto 2015, Lenin Preciado, do Equador. Foto: Abelardo Mendes Jr /rededoesporte.gov.br

Renan estreou já nas quartas de final contra o norte-americano Adonis Diaz. Com a luta empatada em waza-aris, o brasileiro de apenas 20 anos conseguiu pontuar mais uma vez para avançar para a semifinal. Na sequência, Renan ainda imobilizou o cubano Roberto Almenares e garantiu um lugar na decisão contra o favorito Lenin Preciado, do Equador, campeão da edição de Toronto 2015 e do Pan-Americano da modalidade em 2018 e 2019. Aos 41 segundos do golden score, o brasileiro conseguiu um waza-ari para faturar a medalha de ouro. Adonis Diaz e Roberto Almenares ficaram com os bronzes.

“Foi uma luta muito dura, mas consegui ter tranquilidade e mostrar o meu judô”, afirma Renan, sem demonstrar qualquer nervosismo pela estreia. “Quando acordei hoje, estava bem tranquilo e confiante, disposto a dar o meu melhor. A cabeça estava bem focada”, completa o atleta, bronze no Mundial Júnior de 2018, quando também levou a prata por equipes mistas.

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Larissa Pimenta passou por duas longas decisões no tempo extra. Foto: Abelardo Mendes Jr /rededoesporte.gov.br

Importante nome da nova geração do judô brasileiro, Larissa Pimenta (52kg), também de 20 anos e da categoria júnior, colocou o país novamente no topo do pódio nesta quinta-feira. A brasileira estreou com vitória por waza-aris diante de Diana de Jesus, da República Dominicana, nas quartas de final, antes de ter uma dura batalha com a peruana Brillith Gamarra, na semifinal. A luta, empatada no tempo regulamentar, contou ainda com 5min59s de golden score até que a peruana recebesse três punições. 

O mesmo ocorreria na grande final, contra a mexicana Luz Olvera. Foram necessários 5min56s do tempo extra para que Larissa Pimenta vencesse em cima das punições da adversária e, com muitas lágrimas, comemorasse o ouro e o título mais importante da carreira. “Era meu sonho um dia lutar os Jogos Pan-Americanos. Isso foi muito forte para que eu chegasse aqui e conquistasse a medalha”, acredita a brasileira.

Em Lima, Larissa realizou também o sonho da avó, já falecida. “O sonho dela era me ver lutando na televisão. Antes de entrar para lutar na final, mentalizei como se ela estivesse na arquibancada torcendo por mim. Isso me deu mais vontade e me ajudou a lutar até o final”, conta. Os bronzes ficaram com Kristine Jimenez, do Panamá, e Nahomys Acosta, de Cuba.

Campeã pan-americana em Lima neste ano, no evento-teste dos Jogos, Larissa Pimenta vem de uma forte temporada neste ano, mesmo competindo na categoria sênior. Conquistou medalhas de bronze nos Grand Prixs de Tbilisi e de Antalya, e no Grand Slam de Baku. No fim do mês, a atleta disputa ainda o Mundial sênior. “Acredito que esse ouro me dá mais confiança para conquistar competições maiores. Tenho que curtir hoje e amanhã a minha medalha e, depois, voltar e focar no Mundial”, comenta.

17 minutos 

Na categoria até 48kg, Larissa Farias viveu um momento inédito em sua carreira no tatame. Depois de passar por Jacqueline Solis, da Guatemala, com um waza-ari e uma chave de braço, e de ser derrotada pela campeã olímpica do Rio 2016, a argentina Paula Pareto, a brasileira vice-campeã mundial júnior venceu a americana Anne Suzuki, também por waza-ari, na repescagem, para se classificar para a disputa do bronze.

Ali, contudo, teria uma longa batalha com a chilena Mary Dee Vargas. Larissa estava com a vantagem de dois shidos no tempo regulamentar, mas a luta seguiu para o golden score. Ao todo, foram exatos 17 minutos de combate, em que a brasileira também recebeu duas punições, antes de ser derrotada, no cansaço, por um waza-ari da rival. “Fisicamente eu estava me sentindo bem, mas lógico que, depois de um tempo, o rendimento começa a cair. Faltou muito pouco para a medalha, mas estou feliz de ter dado o meu máximo”, afirma.

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Larissa Farias, no chão, após luta quase interminável com a chilena pelo bronze. Foto: Abelardo Mendes Jr /rededoesporte.gov.br

A judoca foi convocada para os Jogos Pan-Americanos há cerca de 20 dias. Larissa recebeu a missão de substituir Nathália Brigida, titular da categoria, que sofreu uma lesão na coluna e precisou passar por cirurgia, ficando de fora também do Mundial de Tóquio. Além de ter a oportunidade de disputar sua primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, Larissa comemorou a oportunidade de lutar de igual para igual com alguém que considera referência.

“Foi sensacional. O objetivo era entrar e lutar o melhor que eu podia. A gente treina tanto para um dia disputar com os nossos ídolos. A Paula Pareto é uma grande referência, mas eu tenho treinado muito para estar aqui e disputar de igual para igual”, comentou a brasileira, que já figurou no topo do ranking mundial júnior até 44kg, entre 2014 e 2016. Apesar de forte na luta, Larissa foi punida com dois shidos e levou um waza-ari. 

Derrotada na semifinal por Vanesa Godinez, de Cuba, Pareto não compareceu para a disputa do bronze com a mexicana Edna Carrillo. O ouro da categoria ficou com a dominicana Estefania Soriano.

Nesta sexta-feira (9), o Brasil será representado pela campeã olímpica Rafaela Silva (57kg), além de Daniel Cargnin (66kg) e Jeferson Santos Júnior (73kg). As preliminares serão a partir das 17h e as finais, às 18h40 (horários de Brasília).

Investimentos

Dos 13 atletas convocados, dez são beneficiados pelo programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, sendo seis na categoria Pódio. Ao todo, o investimento anual é de R$ 919,5 mil no grupo que compete em Lima. Além disso, onze judocas são das Forças Armadas.

Programação
(Horários de Brasília)

Sexta-feira (9) 
- Rafaela Silva (57kg)
- Daniel Cargnin (66kg)
- Jeferson Santos Júnior (73kg)

17h – Preliminares
18h40 – Finais

Sábado (10) 
- Aléxia Castilhos (63kg)
- Ellen Santana (70kg)
- Eduardo Yudy Santos (81kg)
- Rafael Macedo (90kg)

17h – Preliminares
19h – Finais 

Domingo (11) 
- Mayra Aguiar (78kg)
- Beatriz Souza (+78kg)
- David Moura (+100kg)

11h – Preliminares
13h – Finais  

Ana Cláudia Felizola, de Lima, no Peru – rededoesporte.gov.br