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25/07/2016 17h58

JOGOS RIO 2016

Rio 2016 coloca 630 operários em ação para ajustes na Vila Olímpica até quinta

Em coletiva de imprensa, chefe de missão australiana afirmou que diversos reparos foram realizados nas últimas horas e que delegação entrará nos apartamentos nesta semana

As necessidades de reparo nos apartamentos da Vila Olímpica, apontadas pelo comitê australiano nos últimos dias, deverão ser resolvidas até a próxima quinta-feira (28.7). Essa é a promessa do Comitê Organizador Rio 2016, que afirmou ter 630 operários em ação, 24 horas por dia, para sanar as falhas de acabamento e hidráulicas.

“Com a instalação da água e da luz, a gente começou a fazer alguns testes de estresse, e as delegações de países estrangeiros que já estão no Rio também começaram a testar seus equipamentos. A gente viu que tinha uma série de problemas de acabamento e principalmente na área de hidráulica, com vazamentos. Nossos hóspedes estavam ficando bastante nervosos”, reconheceu Mário Andrada, diretor de Comunicação do Comitê Rio 2016, que nesta segunda-feira (25.7) representou o presidente Carlos Arthur Nuzman na abertura de uma conferência sobre negócios do esporte no Museu do Amanhã.

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Prédio da Austrália na Vila Olímpica, aberta oficialmente no último domingo. Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br

“A coisa mais importante a se fazer quando algum fator não funciona é reconhecer que não está funcionando, definir o que você está fazendo para resolver e estabelecer uma nova data para quando você vai entregar tudo funcionando”, acrescentou. “A gente tem 630 homens trabalhando 24 horas por dia para consertar os problemas da Vila Olímpica e deve terminar a entrega impecável dessa vila antes do fim de semana, provavelmente na quinta-feira”, adiantou. O espaço foi aberto oficialmente no último domingo (24) para a chegada das delegações.

Segundo Andrada, não houve constrangimento em relação às falhas constatadas na estrutura responsável por abrigar os atletas durante os Jogos. “A gente não tem nenhuma vergonha disso ter acontecido. Ficamos tristes pelos atletas não terem todos chegado com a vila em ordem, mas a gente passa a ter a certeza maior de que entregaremos uma vila perfeita”, afirmou.

“O projeto da vila é tão grandioso que, no final, a gente acha que faz parte do jogo. Não existe nenhuma edição dos Jogos que não tenha tido problemas no início, mas acho que agora o principal é discutir o que tem que ser feito para resolver todos os problemas e quando vai ser entregue, não especular muito o que faltou, quem errou e por que não foi feito”, analisou o diretor.

Presente ao evento desta segunda-feira, o prefeito Eduardo Paes afirmou que também colocou uma equipe para ajudar na manutenção da Vila Olímpica. “A delegação da Austrália de fato enfrentou um problema, é compreensível e a gente tem que ajustar isso. Tenho certeza de que o Comitê Organizador vai cumprir com o seu papel. A Prefeitura está ajudando. Disponibilizamos homens da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) e a situação hoje já é bem melhor. De fato, o prédio da Austrália é o pior prédio. Está bem avançado, tenho tido relatos do Comitê Organizador de que as coisas estão caminhando bem”, disse.

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Segundo o Rio 2016, foram realizadas vistorias nos prédios nos últimos meses. Foto: Roberto Castro/brasil2016.gov.br

Inspeções

De acordo com Mário Andrada, foram realizadas diversas inspeções no local após a entrega da Vila Olímpica. “Todo mundo vistoriou a Vila. Todos os comitês olímpicos, os australianos vieram várias vezes. Uma construção desse porte sempre tem algum tipo de problema. Não cabe discutir agora quem errou, quem não fiscalizou”, ponderou, calculando que cerca de 700 atletas já estejam instalados nos prédios do local.

“A maioria desses problemas só pode ser percebida quando se faz a conexão da água e luz”, explicou. “Primeiro, uma série de tendas gigantescas que tinham que ser construídas, depois a colocação dos móveis, e nesse processo a água e a luz não estavam totalmente ligadas. Tivemos que fazer um redimensionamento bastante complexo da energia de toda a estrutura olímpica, então só quando entraram água e luz que a gente fez os testes, aí começamos a encontrar alguns problemas, a corrigir outros”, continuou. “E aí os representantes dos comitês olímpicos já estavam aqui, então entra um pouco dessa tensão patriótica olímpica. E manutenção funciona com horários, não é linear”, argumentou Andrada. “Seria ideal que a vila estivesse mais pronta do que ela estava, mas hoje ela está bem melhor do que ontem, amanhã ela vai estar quase pronta e na quinta vai estar pronta”, garantiu.

O diretor do Rio 2016 disse ainda que os australianos poderão entrar nos apartamentos ainda nesta semana. “Eles disseram para a gente que devem mudar quando sentirem que o prédio deles está pronto. A gente deve terminar os reparos no mais tardar quinta à noite, então se eles forem cumprir o que prometeram, eles voltam para o prédio deles assim que estiver pronto”, afirmou.

Elogios aos ajustes

Nesta segunda-feira, a chefe de missão da Austrália, Kitty Chiller, concedeu uma coletiva de imprensa e elogiou os reparos realizados na vila. “Foi um dia realmente positivo. Há vários australianos andando pela vila com grandes sorrisos estampados, primeiro porque agora temos atletas conosco, mas também porque houve um enorme progresso nas últimas 24 horas”, comemorou.

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Chefe de missão da Austrália afirmou que as instalações passaram por melhorias nas últimas horas. Foto: AUS Olympic Team/Divulgação

“Às 15h de hoje tínhamos três andares prontos, e uma equipe de limpeza estava a caminho para limpá-los. A Austrália tem um total de 15 andares no nosso prédio, o 23. Esperamos que mais três andares sejam liberados para a limpeza hoje à noite. E amanhã, neste mesmo horário, esperamos que o prédio inteiro esteja pronto para ser entregue para uma limpeza final, com exceção de sete apartamentos, que ainda apresentam alguns problemas, que devem tomar um ou dois dias mais”, contou. “Foi um progresso fantástico hoje. As pessoas que estiveram trabalhando conosco hoje foram muito bem, dedicaram-se bastante, são muito capacitados e estamos muito felizes com o progresso”, acrescentou.

“Nos últimos dois anos, venho dizendo que esta é uma das melhores vilas das seis em que eu já estive. E ainda digo que ela será a melhor, assim que os problemas forem resolvidos”, apostou Kitty Chiller. A chefe de missão explicou ainda que foram feitas visitas prévias no local, mas sem os testes de todos os serviços. “Os apartamentos que visitamos em março estavam completos. Nós entramos e demos uma olhada e estavam fantásticos. Nós não testamos as torneiras, não acionamos nenhuma descarga ou ligamos nenhum chuveiro. Esses vêm sendo os problemas nesta semana, quando começamos a testá-los para um modo de ocupação”, detalhou.

“Quando começamos a fazer essas coisas, os problemas começaram a ficar evidentes. Quando ligamos várias torneiras e chuveiros, a água começou a escorrer pelo teto e pelas paredes. Esse foi o problema de segurança que não estávamos preparados para enfrentar e nos impedia de entrar na vila. O dia todo fizemos diagnósticos para identificar os problemas, que eram cerca de 200 ontem, e agora estão reduzidos a coisas singulares”, comparou.

Segundo a chefe de missão da Austrália, os atletas não tiveram qualquer prejuízo em sua reta final de preparação para a estreia nos Jogos Olímpicos. “A preparação dos nossos atletas não foi comprometida de forma alguma. O pessoal comentou que as acomodações em que eles estão hoje são boas. Isso era a coisa mais importante, que nós tivéssemos a certeza de que eles teriam boas acomodações, transporte, comida e suporte médico”, acrescentou.

Responsabilidades

Em relação aos gastos das delegações com os reparos específicos nos apartamentos, o diretor do Rio 2016 explicou que um possível ressarcimento dependerá de cada caso. “Dos custos de reparo dos apartamentos a gente cuida. Evidentemente que os comitês olímpicos que decidiram usar suas estruturas próprias para consertar alguma coisa, decidiram por livre e espontânea vontade e vão arcar com os custos. O Comitê Olímpico do Brasil, por exemplo, tem operários para fazer mudanças que o COB julgou relevantes. Eles cobrem os custos”, detalhou.

Já em relação a uma possível indenização junto à construtora dos prédios, Andrada afirmou que a discussão ficará para depois do evento. “Autuações, indenizações vão ficar para depois dos Jogos. Nossa principal missão é realizar grandes Jogos, receber os atletas, isso é mais importante que fazer contas para ver quem paga o quê”, avaliou.

Procurada pelo Portal Brasil 2016, a construtora Ilha Pura, por meio de sua assessoria de imprensa, preferiu não se posicionar e afirmou que o Comitê Rio 2016 seria o responsável por responder pela Vila Olímpica. Os investimentos no local são 100% privados.

Desenvolvimento econômico

Mário Andrada e Eduardo Paes participaram, nesta segunda-feira (25.7), no Museu do Amanhã, da abertura da quarta conferência setorial da Casa Rio, programa de desenvolvimento de negócios na área esportiva. Em seu discurso, e após falar com a imprensa sobre a situação da Vila Olímpica, o prefeito fez questão de ressaltar as transformações que os Jogos acarretaram à cidade.

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Prefeito Eduardo Paes participou de um evento sobre negócios do esporte e ressaltou o desenvolvimento econômico proporcionado pelos Jogos. Foto: Ana Cláudia Felizola/brasil2016.gov.br

“As Olimpíadas do Rio têm impacto muito maior na cidade porque resgata o centro. A Praça Mauá antes não era um lugar que se frequentava. Hoje, no fim de semana, dá para ver que transformação é essa”, exemplificou. “A Olimpíada do Rio recupera uma das áreas mais pobres da cidade, na região de Deodoro, com intervenções e 100% de saneamento, até com mais esgotos tratados do que na zona sul. A região que engloba o Maracanã e o Engenhão também teve revitalizações. É uma Olimpíada que impacta do ponto de vista do legado físico em toda cidade”, apontou, destacando ainda o aumento da rede hoteleira e do transporte público.

“Os Jogos Olímpicos fazem parte de um projeto de desenvolvimento econômico da cidade do Rio”, acrescentou. “O que temos que tratar agora e consolidar é o legado menos perceptível, mais intangível. Ele obviamente depende da estrutura que se implantou na cidade”, disse o prefeito.

Também presente ao evento, Jackie Silva, ex-jogadora de vôlei de praia e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 1996, ressaltou o papel da sociedade na construção do legado que será deixado ao país após o término do evento. “Quando o Rio de Janeiro foi eleito a cidade olímpica, acho que a maioria explodiu de tanta felicidade. É sim um momento feliz, de transformação, e nós estamos nesse barco. Precisamos continuar levando esse barco para a frente. O legado nos pertence”, discursou. “O legado significa portas abertas, oportunidades para quem quer trabalhar, apresentar novos projetos. Eu gostaria de colaborar com esse legado”, acrescentou.

A ex-atleta falou ainda sobre a importância dos investimentos na formação da nova geração. “O alto rendimento é a ponta, é o final. Para a gente brilhar lá em cima, a gente tem que começar de baixo, da nossa base”, afirmou Jackie, sem esconder a ansiedade pelos Jogos. “Estou ansiosa para as Olimpíadas começarem e também para acabarem. É uma mistura de felicidade com ansiedade”, brincou.

De acordo com a Rio Negócios, agência de atração de investimentos da cidade, o ciclo iniciado em 2009 com a escolha do Rio de Janeiro como cidade-sede será fechado com um total de R$ 9 bilhões injetados por meio de 66 projetos e mais de 16.500 postos de trabalho. A rodada de conferências sobre negócios no esporte, turismo, saúde, tecnologia, empreendedorismo, economia criativa, energia e infraestrutura segue até setembro. Ao todo, serão realizados 30 eventos com delegações de 28 países, mais de 4 mil convidados, 2.800 líderes empresariais e 800 potenciais novas empresas para o Brasil.

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br

(Colaboraram Carol Delmazo e Vagner Vargas)