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Tenis de mesa

09/07/2015 14h44

Tênis de mesa

Bruna Takahashi: uma "penetra" no topo do ranking

Líder da temporada do Circuito Mundial Juvenil aos 14 anos, ela já incomoda atletas mais experientes e sonha alto em uma modalidade dominada por países do oriente

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O sobrenome revela a ascendência japonesa e pode até dar margem a dúvidas, mas ao ver o nome de Bruna Takahashi no topo do ranking do Circuito Mundial Juvenil de Tênis de Mesa 2015, não se confunda: ela é brasileiríssima, natural de Guarulhos (SP).  Bruna esteve em seis etapas do circuito e subiu ao pódio em todas, somando 11 medalhas e garantindo 3.520 pontos.

Mais um cuidado: ao ver uma menina alta, de cabelos castanhos e olhos claros, dando trabalho às meninas da Seleção Brasileira adulta, outra vez não faça confusão: ela tem apenas 14 anos – completa 15 em 19 de julho – mas já ajuda na preparação das companheiras para os Jogos Pan-Americanos de Toronto.

Para apresentá-la, o técnico da equipe feminina, Hugo Hoyama: “Ela ainda é da categoria infantil, mas já é a líder do ranking juvenil da temporada. É uma menina que tem muito talento, muito dedicada. Joga com sangue nos olhos, não importa quem está na frente dela. Se ela perder para a campeã mundial, vai chorar porque perdeu. É bom ter um espírito desses”.

A percepção do treinador da seleção vai ao encontro da descrição que ela faz de si mesma como atleta.  “No treino, não gosto de errar uma, mas vou para a próxima e continuo. Às vezes dou risada no treino, é normal, mas estou sempre focada. Durante o jogo eu nem sinto que tem gente do lado, só os técnicos. Antes, eu pego 15 minutos e concentro no que tenho que fazer. Só escuto a torcida se for bem grande”, conta a atleta.

Divulgação/ CBTM

Bruna começou a jogar tênis de mesa aos oito anos, atraída pelas aulas da modalidade no clube que fica na rua da casa dela, em São Bernardo do Campo. Foi na Acrepa - Associação Cultural e Recreativa da Vila Paulicéia – que ela deu as primeiras raquetadas, sempre apoiada pela família.

Em 2010, passou a treinar pesado na vizinha cidade de São Caetano do Sul, mas sem largar o colégio. “Estudo à noite, estou no primeiro ano. De manhã, treino, de tarde treino de novo, mas de noite é hora do estudo. Tenho até vontade de treinar fora do Brasil, mas só depois que terminar a escola”, explica.

Com as palavras mágicas do esporte – talento, foco e dedicação – Bruna foi se destacando. Mas o sucesso nos Jogos Escolares e em outras competições nacionais de sua idade era pouco.  Atualmente o nome de Bruna já figura nas principais listas da Federação Internacional de Tênis (ITTF, na sigla em inglês).

No ranking mundial, que inclui bonificações e computa todos os pontos que a atleta conquista nos eventos internacionais, somando, por exemplo, competições continentais - indo além do Circuito Mundial  - Bruna Takahashi está em quinto lugar no sub-15.  À frente dela, três japonesas e uma chinesa.

No ranking sub-18, ela já incomoda as asiáticas. Em meio a japonesas, chinesas, coreanas, tailandesas e atletas de Hong Kong, o Brasil está no top 20, já que Bruna ocupa o 18º lugar. Entre atletas de até 21 anos, ela é a 56ª. Até no ranking adulto Bruna já é destaque: na lista divulgada em 4 de julho pela ITTF, a mesatenista está na 156ª posição, a terceira melhor colocada do país.

“Eu estou jogando bastante os circuitos na Europa. Estou ganhando de meninas que estão na minha frente e têm mais pontos que eu, assim eu vou avançando. Eu vou jogar o Mundial Infantil este ano e espero ir bem. Ano passado fui bem, já que perdi nas oitavas, e no ano retrasado eu perdi nas quartas. É meu último ano no infantil, quero me despedir da melhor forma”, avisa.

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Apoio também não falta à mesatenista. Ela é contemplada com a Bolsa Atleta na categoria Internacional e desfruta de toda a estrutura que o tênis de mesa tem atualmente no país.

“A bolsa faz diferença. Esse dinheiro fica guardado para algum problema ou ocasião especial. A estrutura ajuda em tudo. Vêm treinadores de fora que te ajudam, reparam em um detalhe que você não sabia. A situação é muito boa, bem melhor que antes”, reforçou.

E Bruna não perde de vista o sonho maior, sem temer qualquer adversária de nome e sobrenome asiáticos. “Quero ser campeã mundial e participar das Olimpíadas. Eu tenho que continuar treinando firme, focada, do jeito que estou fazendo. Quando chegar na hora, pode ter certeza de que vou dar o máximo”, garante.

Carol Delmazo – brasil2016.gov.br