Futebol
Copa 2018
Bélgica conquista virada "épica" para cima do Japão e pega o Brasil nas quartas
Sim, deu a lógica no fim da partida entre Bélgica x Japão, disputada em Rostov pelas oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia. Favorita antes de a bola rolar, a equipe europeia se classificou com vitória por 3 x 2 e fará contra o Brasil, na sexta-feira, uma das partidas das quartas de final do Mundial da Rússia. O jogo será a partir das 15h, em Kazan.
Mas a lógica mais conhecida – aquela racional e objetiva, que indicava que o time de grandes valores individuais e três vitórias no currículo da primeira fase teria facilidades contra os asiáticos – passou longe da arena que recebeu 41.466 torcedores e pelos milhões ao redor do mundo que acompanharam o duelo.
Depois de resistir bravamente às investidas belgas na primeira etapa, o Japão teve um início de segundo tempo fulminante. Num rápido contra-ataque aos três minutos, o meia Shibasaki lançou Haraguchi pela ponta direita. O atleta japonês venceu Vertonghen na corrida, chegou de frente para Courtois e chutou cruzado, de perna direita. A bola entrou no cantinho direito do goleiro: 1 x 0.
Ainda atordoada pela abertura do marcador, a Bélgica sofreu novo baque aos sete minutos, quando Inui acertou, da entrada da área, um chute indefensável no canto esquerdo de Courtois: 2 x 0. Ali, os japoneses chegaram a sonhar que teriam chances de atingir pela primeira vez na história uma etapa de quartas de final de uma Copa do Mundo.
A Bélgica, como não poderia ser diferente, partiu para cima. Tentou três ou quatro finalizações que rondaram a meta do goleiro Kawashima, mas sem sucesso. E seguraram a vantagem no placar até os 24 minutos do segundo tempo, quando, após uma confusão na área, Vertonghen tentou centrar de cabeça e acabou, sem querer, marcando um dos gols mais improváveis da Copa, de cobertura: 2 x 1.
"É isso o que acontece numa Copa do Mundo. Foi um teste de personalidade e um teste para o time todo. Isso diz tudo sobre esse grupo de jogadores"
Roberto Martinez, técnico da Bélgica
O gol reacendeu de vez os belgas, que ampliaram a pressão e chegaram à igualdade cinco minutos depois, numa bela cabeçada do meia Fellaini aproveitando cruzamento da direita. Ele havia entrado em campo nove minutos antes.
A igualdade no placar deixou o jogo aberto. O Japão não se encolheu e a Bélgica não arrefeceu os ânimos. As duas equipes tiveram boas chances de ampliar, mas a virada belga veio da forma mais cruel possível para os japoneses.
A equipe asiática teve um escanteio a seu favor nos acréscimos, a menos de 30 segundos do fim do tempo adicional. A batida do tiro de canto parou na mão do goleiro Courtois, que saiu jogando rapidamente. Em cinco toques na bola, a equipe belga executou um contra-ataque perfeito, que terminou num cruzamento da direita para a área. O artilheiro Lukaku deixou a bola passar e ela apareceu limpa, na frente do meia Chadli, que apenas conferiu e decretou a vitória. Desolação japonesa, festa belga. E os europeus chegam com o espírito em alta para as quartas de final contra o Brasil.
"É isso o que acontece numa Copa do Mundo. Foi um teste de personalidade e um teste para o time todo. Isso diz tudo sobre esse grupo de jogadores", afirmou o técnico da Bélgica, o espanhol Roberto Martinez.
"No último lance, no escanteio, tentamos mesmo vencer, mas certamente não esperávamos aquele tipo de super contra-ataque"
Akira Nishino, técnico do Japão
"Nós queríamos vencer. Nosso time é forte o suficiente e contra a Bélgica poderíamos pelo menos nos igualar a eles. Houve diferentes planos na minha mente e, claro, começamos muito bem, mas no fim, no finzinho mesmo, conceder aquele gol foi inesperado", lamentou o técnico japonês, Akira Nishino.
"Quando estávamos com 2 x 0 na frente, eu não mudei meus jogadores, porque queria realmente marcar outro gol para matar a partida, e realmente tivemos oportunidades. Durante um bom tempo estivemos controlando a bola e o jogo, mas a Bélgica acabou indo para cima, até porque precisavam disso", disse. "No último lance, no escanteio, tentamos mesmo a vitória, mas certamente não esperávamos aquele tipo de super contra-ataque".
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