Natação
Evento-teste
Atletas e dirigentes avaliam Estádio Aquático no primeiro dia de competições
“Está tudo muito lindo, fiquei deslumbrando quando entrei, está de outro mundo. Padrão internacional”. Assim o nadador Brandonn de Almeida descreveu a casa da natação olímpica e paralímpica nos Jogos Rio 2016. O Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, passa pelo primeiro grande teste com a realização, de 15 a 20 de abril, do Troféu Maria Lenk. Além de mais de 350 atletas disputando a competição por 58 clubes nacionais, 57 estrangeiros também conhecerão a piscina olímpica.
Nesta sexta (15.04), nadadores, dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), da Federação Internacional de Natação (FINA) e do Comitê Organizador Rio 2016 avaliaram a instalação. A impressão geral é positiva e os principais pontos de ajuste têm solução encaminhada para agosto de 2016.
O diretor executivo da FINA, Cornel Marculescu, disse que é importante reconhecer os progressos na instalação. A entidade e a CBDA chegaram a pensar no Plano B de realizar a competição – que é a última seletiva olímpica da natação brasileira - no Parque Aquático Maria Lenk, mas mantiveram o torneio no Estádio Aquático. Apenas a necessidade de mais ventilação na área ao redor da piscina foi apontada por Marculescu como questão pendente e, segundo ele, já há sinalização da Prefeitura do Rio para resolver.
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“A única coisa que necessitamos é ter ventilação artificial no deck da piscina. Falamos com o prefeito e acho que será feito. Os planos já existem para isso. A qualidade da luz aqui é fantástica, faz um ambiente fantástico, especialmente de noite. Não existem muitas piscinas com esse tipo de luz. Somos realistas, há que reconhecer o progresso. Ainda tem muito trabalho, mas há tempo”, disse Marculescu.
“A prefeitura está fazendo um estudo e a gente aguarda com ansiedade o resultado. Conforme o prefeito falou, isso é importante e ele vai dar o máximo para se tornar realidade”, acrescentou Ricardo Prado, gerente geral de Esportes Aquáticos do Rio 2016 sobre a colocação de ventiladores no deck.
Os principais testes do Comitê Organizador são a área de competição, a ação dos voluntários específicos do esporte e a tecnologia de resultados. “Os últimos dias foram de muito trabalho pra tentar adequar a instalação à realidade dos atletas entrando, então a gente priorizou as áreas que os atletas vão efetivamente usar. Muita coisa ainda tem que ser feita, mas a gente conseguiu. A piscina de fora, a piscina de dentro, vestiários, o lounge dos atletas. Alguns tempos já chacoalharam as arquibancadas com os convidados, então foi um ótimo começo”, avaliou Ricardo Prado.
A CBDA também demonstrou satisfação com o andamento do primeiro dia da seletiva olímpica. “Houve uma dúvida grande durante o percurso até se a gente ia conseguir trazer o Troféu Maria Lenk para cá. A gente alertou várias vezes, e tenho que agradecer a parte operacional do Rio 2016. É complexo fazer tudo isso e a gente tem que agradecer porque eles correram atrás”, disse Ricardo de Moura, superintendente executivo da CBDA.
Elogios nacionais e estrangeiros
Os atletas teceram vários elogios ao Estádio Olímpico. O ponto comum de incômodo mencionado por eles é o calor, sobretudo na piscina de aquecimento. Ela terá cobertura para os Jogos com uma estrutura temporária que ainda não foi colocada.
“É lindo (o estádio), é a primeira vez que tem quatro lados. É um pouco menor que as outras arenas, mais aconchegante, bacana, eu gostei. Agora são as coisas finais de obra. Ainda não está com o ar ligado (nas áreas funcionais), fica bem quente, mas vai ficar pronto, não tem que estressar”, avaliou Joanna Maranhão.
“A piscina é brilhante. A instalação não é tão grande, então quando tiver muitos espectadores vai ficar bem legal, com uma ótima atmosfera. Algumas coisas podem estar melhores, nem todas as áreas estão abertas para nós, e estávamos no sol. Mas esse é o primeiro teste”, disse a tcheca Barbora Zavadova.
“É um evento muito importante, por isso vieram nadadores de todo o mundo. Está um espetáculo. A piscina é muito boa. Faz calor lá fora, mas as duas (piscinas) me parecem bem”, disse o argentino Martín Carrizo.
O maior desafio para os nadadores já pensando nos Jogos Olímpicos, de acordo com o superintendente executivo da CBDA, são as provas tarde da noite. “O pior é nadar às 22h, que é uma coisa inédita. Nadar com piscina quente a gente já nadou, várias arenas estavam quente. Nadar às dez da noite é o grande desafio”, afirmou Ricardo de Moura, em referência ao horário das finais durante o megaevento.
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br