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Natação

16/04/2016 12h05

Evento-teste e seletiva

Etiene Medeiros conquista o índice olímpico para os 100m costas: “o mais difícil”

Aliviada por conseguir a marca, ela comentou a “relação de amor” que tem com a prova. Durante a eliminatória do Troféu Maria Lenk, a nadadora se lembrou da conquista histórica do Pan de Toronto, quando bateu o recorde sul-americano

Etiene Medeiros comemora o índice nos 100m costas. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Etiene Medeiros terminou a prova dos 100m costas, olhou para o placar, viu o 1m00s00 cravado e sentiu o peso saindo dos ombros. Na manhã deste sábado (16.04), no Troféu Maria Lenk, ela nadou abaixo do índice (1m00s25) para o Rio 2016, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, no Rio de Janeiro, e comemorou o que considerou a marca mais difícil de conquistar.

“Aliviada, esse é o nome. Mais uma vez, a natação surpreende qualquer um. Eu estava em busca desse índice e acho que foi o mais difícil que eu fiz, de condições mental e física, e acabou gerando uma pressão para mim. Eu tinha que fazer e não estava saindo. Não foi o tempo que eu realmente queria, mas ainda tem à tarde”, comentou a atleta do Sesi, que já tem índice nos 50m e nos 100m livre. Ela também atingiu a marca nos 100m borboleta, mas as vagas ficaram com Daynara de Paula e Daiene Dias.

Etiene comentou a relação de amor que tem com o estilo que a fez escrever o nome na história da natação feminina brasileira.  “Relação de amor é isso, às vezes está bem, às vezes não, mas a gente insiste, sempre quer o melhor. Com o nado costas é uma relação de amor e graças a Deus estou me dando muito bem. Quando a gente tem amor por uma prova, a gente precisa lapidar cada vez mais e descobrir algum segredo dela. Estou nessa fase”, explicou a atleta.

A nadadora conquistou ouro no Mundial de piscina curta de Doha (Catar) em 2014 nos 50m costas, a primeira medalha feminina da modalidade em Mundiais. Na mesma prova, ela conquistou a prata no Mundial de Kazan (Rússia) de 2015. Mas a distância olímpica do estilo são os 100m, e Etiene correu atrás. No Pan de Toronto (Canadá), também no ano passado, levou pra casa o primeiro ouro da natação feminina em Pan-Americanos, exatamente nos 100m costas. E foi dessa prova que ela se lembrou neste sábado quando estava a alguns segundos de conquistar o índice para o Rio 2016.

“A adrenalina dessa prova tem que ter mais dosagem, eu fico muito energizada, tem muito nervosismo. Quando vi o placar, até lembrei do Pan: em todas as provas do costas eu virava e via minha passagem,  e agora fiz a mesma coisa. Dei aquela lembrada, então teve um flashback do Pan e isso me motivou para fechar a prova bem”, contou. O 1m00s00 conquistado nesta manhã é o recorde do Troféu Maria Lenk. 

O treinador Fernando Vanzella comentou a sensação de dever cumprido. "É a prova que para ela é a mais complexa de ser trabalhada. E ela tem que estar muito bem no dia, tem que estar ajustada. Ela fez uma prova excelente hoje. Teve um detalhe da chegada que não foi tão bem, tirou um tempinho que poderia ter dado 59", mas ela nadou muito”, disse.

Nicolas Oliveira, que já tinha índice, melhorou o tempo nos 200m livre (1m46s97). Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Outros resultados da manhã

Nos 100m costas masculino, Guilherme Guido também bateu o recorde do campeonato com 53s10, o quinto melhor tempo do mundo em 2016. A marca é bem próxima dos 53s09 que o atleta fez na primeira seletiva olímpica, em Palhoça (SC), em dezembro de 2015, batendo o recorde sul-americano.

“Estava esperando fazer 52s, pegou um pouco no final, vou ver com o pessoal da biomecânica do Pinheiros se houve algum erro. Não deu, passou perto e vamos tentar à tarde”, disse Guido.

Nos 200m livre masculino, os dois atletas que já haviam conquistado índice em Palhoça melhoraram suas marcas. Nicolas Oliveira fez a eliminatória em 1m46s97, e tinha 1m47s09 de Santa Catarina. João de Lucca diminuiu o 1m47s81 de Palhoça para 1m47s77.

Não houve brasileiras nadando abaixo do índice olímpico nem nos 100m peito nem nos 400m livre. Na primeira, a melhor nadadora nacional nas eliminatórias foi Jhennifer Conceição (1m09s08), e a marca para o Rio 2016 é 01m07s85. Nos 400m livre, Manuella Lyrio  fez 4m16s89, ainda distantes do índice de 4m09s08. Lyrio já tem marca olímpica para os 200m livre.



Formato e finais

As eliminatórias, disputadas pela manhã, classificam oito atletas com os melhores tempos para nadar a Final A, sejam eles brasileiros ou estrangeiros. Os nadadores brasileiros que terminam as eliminatórias da manhã entre a nona e a 16ª posições participam da Final B.

O pódio da prova internacional (Final A) é definido logo após a disputa. Já o pódio do evento nacional é determinado depois da realização das duas Finais (A e B). Isso porque o atleta que nadar a final B tem a mesma oportunidade daquele que nadar a final A na busca do índice olímpico, na pontuação para seus clubes e também concorre ao pódio nacional. Dessa forma, as colocações e as pontuações do Campeonato Nacional só são divulgadas após a realização das duas provas decisivas.

O Troféu Maria Lenk é o evento-teste da natação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Os principais aspectos testados são a área de competição, a ação dos voluntários do esporte e a tecnologia de resultados.

Programação do Troféu Maria Lenk 2016
-Eliminatórias a partir das 9h30
-Finais a partir de 17h30 até o dia 19, e a partir de 17h no dia 20

Sábado (16.04)
» 100m costas feminino
» 200m livre masculino
» 100m peito feminino
» 100m costas masculino
» 400m livre feminino

Domingo (17.04)
» 200m livre feminino
» 200m borboleta masculino
» 200m medley feminino

Segunda-feira (18.04)
» 100m livre masculino
» 200m borboleta feminino
» 200m peito masculino

Terça-feira (19.04)
100m livre feminino
200m costas masculino
200m peito feminino
200m medley masculino

Quarta-feira (20.04)
» 50m livre masculino
» 50m livre feminino
» 100m borboleta masculino
» 200m costas feminino
» 1500m livre masculino
» 800m livre feminino

Carol Delmazo, brasil2016.gov.br