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Judô

27/08/2019 01h07

Mundial de Judô 2019

Alexia, Ketleyn e Yudy encaram a categoria meio-médio no Mundial

Ouro no Pan, Yudy disputa a chave masculina da categoria -81kg, que reúne 82 atletas. No feminino, são 46 judocas com -63kg

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O Brasil terá três representantes na categoria meio-médio nesta quarta-feira (28.08) no Campeonato Mundial de Judô. Alexia Castilhos e Ketleyn Quadros disputam a categoria -63kg, que terá 46 competidoras. Eduardo Yudy encara a chave de -81kg masculina, com 82 candidatos ao título em Tóquio.

Ketleyn: aos 31 anos, motivação é a mesma de quando conquistou o bronze olímpico, aos 20. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br

Ketleyn estreia contra Anna Faye, do Senegal. A adversária tem 19 anos e é a segunda colocada no ranking mundial júnior. Soma conquistas expressivas no continente africano nas categorias de base. A brasiliense de 31 anos é experiente. Conquistou uma medalha de bronze olímpica nos Jogos de Pequim, em 2008, e se mantém entre as melhores da categoria nos últimos dez anos.

"Querendo ou não, são os mesmos adversários de outras competições. Está tudo meio mapeado. Em um campeonato desse porte, entrar tranquila e com foco é o que mais conta"
Ketleyn Quadros

Atualmente, Ketleyn é a 29ª do ranking e tem como resultados expressivos recentes a prata no Grand Prix de Budapeste, em julho, e o bronze no Aberto da Europa, em fevereiro. "O legal de o Mundial ser no Japão em véspera olímpica é aumentar a expectativa de um momento único, mas procuro me preparar como para qualquer outra competição. Claro que estão aqui os melhores do mundo, mas a realidade é que quem conseguir levar isso com mais tranquilidade, feliz, se sentindo realizado, leva vantagem", afirmou Ketleyn.

"Querendo ou não, são os mesmos adversários de outras competições. Grand Slam, Grand Prix. A gente conhece os atletas. Está tudo meio mapeado. Em um campeonato grande, desse porte, entrar tranquila e com foco no que ama é o que mais conta", completou.

Alexia durante a aclimatação em Hamamatsu. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br

Herança inesperada

A gaúcha Alexia Castilhos, de 24 anos, é uma feliz herdeira da vaga no Mundial de Tóquio. Alexia entrou há pouco tempo na seleção principal e figurava como a décima colocada no ranking feminino geral. Pela regra da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), as nove primeiras iriam a Tóquio.

"No momento em que fiquei sabendo que não iria ao Mundial, meu mundo veio abaixo. Era uma competição alvo. Havia espaço para nove e fiquei em décimo. Aí a menina do 48kg (Nathália Brígida) se machucou e essa janela se reabriu"
Alexia Castilhos

"Ano passado entrei na seleção e fiz boas competições. Medalhei em praticamente todos os circuitos, mas minha pontuação ainda era baixa. No momento em que fiquei sabendo que não iria ao Mundial, juro para ti que meu mundo veio abaixo. Era uma competição alvo este ano. Havia espaço para as nove primeiras e fiquei em décimo. Aí a menina do 48kg (Nathália Brígida) se machucou e essa janela se abriu", disse.

Alexia vem de uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima e estreia contra Gankhaich Bold, da Mongólia, de 24 anos. Número 19 do mundo, a adversária foi terceira colocada no Grand Slam de Ecaterimburgo e campeã do Aberto Europeu.

"Adoro fazer competições seguidas. Competir, treinar e competir de novo. É diferente de só chegar para competir. Por ter ido bem em Lima, me sinto mais forte com isso", afirmou a atleta, ansiosa pela experiência de disputar mais um torneio no Japão. "Eu competi ano passado o Grand Slam de Osaka. Já deu para ver a magnitude gigante do esporte para eles. Os japoneses são perfeccionistas. As áreas, o tipo de competição é gigante. Já sei o que esperar", contou.

Eduardo Yudy vem com a confiança em alta depois do ouro no Pan de Lima. Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Quintal de casa

Campeão dos Jogos Pan-Americanos de Lima, Eduardo Yudy é o atleta mais à vontade em Tóquio na delegação brasileira. O judoca de 24 anos é natural de Ibaraki, no Japão, terra de sua avó materna. Os pais são brasileiros e vieram viver no Japão. Yudy começou a treinar com cinco anos de idade e viveu perto da capital japonesa até os 19. Desenvolveu sua técnica no país que é o berço da modalidade.

"Para mim é um sonho que me acompanha desde que era um judoca japonês. Quando morava no Japão, as competições grandes eram no Budokan"
Eduardo Yudy

"Hoje em dia me sinto mais brasileiro, mas claro que tenho carinho pelo Japão. Eu me sinto bem à vontade aqui. É meu terceiro mundial e estou bem confiante. Já vim de uma competição com o ouro, minha autoestima está para cima", disse Yudy.

Atual número 21 do ranking, ele espera o vencedor do confronto entre Emmanuel Lucenti, da Argentina, e Anri Egutidze, de Portugal, para conhecer seu primeiro adversário no tatame do Nippon Budokan. A arena construída para os Jogos Olímpicos de 1964 e que será aproveitada nos Jogos Olímpicos de 2020 tem simbolismo especial para Eduardo.

"Para mim é um sonho que me acompanha desde que era um judoca japonês. Quando morava no Japão, as competições grandes eram no Budokan. O lugar é uma referência. Quem conseguia o direito de lutar lá era porque era muito bom", afirmou Yudy.

Números expressivos

Evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2020, o Campeonato Mundial de Judô reúne 839 atletas, de 148 países, em sete categorias de peso no masculino e sete no feminino. Até 31 de agosto, a disputa é nas categorias individuais. No dia 1 de setembro, será a vez da competição por equipes mistas, formato que será adotado pela primeira vez no programa olímpico nos Jogos do Japão. Pelo sorteio da chave, o time brasileiro vai estrear contra a seleção alemã. Se vencer, terá pela frente o vencedor do confronto entre Portugal e Azerbaijão.

Na chave individual, o Brasil tem 18 atletas inscritos. Dezessete deles, como Alexia e Ketleyn, são integrantes do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O investimento anual do governo federal no grupo é de R$ 1,67 milhão.

Além disso, 12 dos 18 atletas estão incluídos na Bolsa Pódio, a categoria mais alta do programa, voltada para esportistas que se consolidam entre os 20 melhores do mundo. Eles recebem repasses mensais que variam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Numa outra frente de investimentos federais, 11 dos 18 atletas integram o Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR).

Infográfico - Mundial de Judô 2019

Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br