Judô
Mundial de Judô 2019
Alexia Castilhos tem breve passagem pelo Mundial de Tóquio
Alexia era uma legítima herdeira na delegação brasileira no Campeonato Mundial de Judô de Tóquio. Originalmente, estava fora do grupo de nove atletas que viriam à competição na capital japonesa. A jovem de 24 anos era a décima em pontuação geral no ranking nacional. A lesão de Nathália Brígida, no entanto, permitiu que ela tivesse a chance de ser incluída no grupo às vésperas da competição.
"Acho que o fato de ser o meu primeiro Mundial acabou pesando. Fiquei nervosa, querendo mostrar rendimento. Uma pressão minha, criada por mim mesmo"
Alexia Castilhos
Mesmo empolgada com a oportunidade e motivada com o bronze obtido em sua estreia nos Jogos Pan-Americanos de Lima, há 15 dias, a gaúcha não conseguiu mostrar no tatame do Nippon Budokan o melhor de sua técnica na categoria meio-médio. Diante da mongol Gankaich Bold, também de 24 anos, não achou brechas para encaixar seu estilo. Levou um golpe computado como waza-ari já no início da luta, passou grande parte do combate tentando evitar uma imobilização no solo e, no fim do tempo regular, ainda tomou uma segunda e decisiva entrada.
"Acho que o fato de ser o meu primeiro Mundial acabou pesando. Fiquei nervosa, querendo mostrar rendimento. Uma pressão minha, criada por mim mesmo", chateou-se a atleta. Sou nova ainda. É um resultado frustrante. Eu queria muito avançar na chave e tudo o mais, mas sei que isso pode acontecer".
Para ela, não foi nem o jogo da mongol que chamou mais atenção no combate. A rival é número 19 do mundo na categoria -63kg, foi terceira colocada no Grand Slam de Ecaterimburgo e venceu o Aberto Europeu em 2019.
"Acho que não foi nem ela que impôs dificuldades. Eu me senti nervosa, travada, não consegui impor o meu jogo. Ela é forte. Só tentou travar as minhas entradas e conseguiu. Tinha o fato de ser a primeira luta, a gente ainda pegando o ritmo. Senti falta do meu jogo".
Números expressivos
Evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2020, o Campeonato Mundial de Judô reúne 839 atletas, de 148 países, em sete categorias de peso no masculino e sete no feminino. Até 31 de agosto, a disputa é nas categorias individuais. No dia 1 de setembro, será a vez da competição por equipes mistas, formato que será adotado pela primeira vez no programa olímpico nos Jogos do Japão. Pelo sorteio da chave, o time brasileiro vai estrear contra a seleção alemã. Se vencer, terá pela frente o vencedor do confronto entre Portugal e Azerbaijão.
Na chave individual, o Brasil tem 18 atletas inscritos. Dezessete deles, como Alexia, são integrantes do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O investimento anual do governo federal no grupo é de R$ 1,67 milhão.
Além disso, 12 dos 18 atletas estão incluídos na Bolsa Pódio, a categoria mais alta do programa, voltada para esportistas que se consolidam entre os 20 melhores do mundo. Eles recebem repasses mensais que variam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Numa outra frente de investimentos federais, 11 dos 18 atletas integram o Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR).
Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br