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Atletismo

15/10/2018 23h39

BUENOS AIRES 2018

Adrian Vieira faz a melhor marca da carreira e é o quarto colocado no salto em distância

Atleta tinha saltado 7,44m na primeira etapa da disputa, e nesta segunda-feira atingiu 7,50m

Por três vezes, Adrian Henrique Vieira correu, saltou, caiu na areia e confirmou a mesma marca: 7,50m. Esse é o melhor resultado já alcançado pelo paulista de Mogi Guaçu na carreira em competições oficiais do salto em distância. Somando os 7,44m que anotou na primeira etapa dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, na última sexta (12.10), o atleta totalizou 14,94 pontos e nesta segunda (15) terminou com a quarta colocação entre 16 atletas, atrás apenas do cubano Lester Lescay (15,54), do australiano Joshua Cowley (15,53) e do japonês Koki Wada (15,12).

“Foi dentro do que eu e meu treinador queríamos. Foi uma experiência nova para mim, de representar o Brasil. Eu gostei do que fiz, coloquei uma marca boa. Esperava medalha, mas não deu. Se Deus quiser, em 2024 estaremos na luta”, projeta o atleta, que estava em sexto na primeira fase da disputa. Entre os dois dias de provas, um fim de semana bem tranquilo. “Só fiz o necessário, que era descansar, fazer treinos leves e não lidar muito com a pressão. Fiquei confiante, entrei na prova com um sorriso na cara. Estou tentando abrir meu espaço no salto em distância”, comenta o jovem de 17 anos.

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Adrian salta 7,50m, registra a melhor marca da carreira e é o quarto colocado da prova. Foto: IOS

No punho, uma pulseira preta, com inscrições em branco, indica a sua maior meta: Paris 2024. “Sempre que vou saltar, ela é minha companheira”, conta. “A nossa geração é forte, vem fazendo marcas boas, com atletas entre os 10 melhores do ranking mundial. É uma geração que veio para ficar, para mostrar o seu valor”, aposta Adrian Henrique. 

O desempenho do paulista rendeu elogios. “Hoje ele fez uma participação muito boa, repetindo três vezes o melhor salto da vida dele. Ele teve uma boa prova, mas os adversários também. Para o Brasil, foi gratificante por ele ter melhorado o resultado”, avalia o treinador-chefe da seleção, Alexandre Moratto. 

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Amuleto da sorte: Adrian salta com uma pulseira que leva a inscrição de Paris 2024. Foto: Ana Cláudia Felizola/Rededoesporte.gov.br

Cross-country

Adrian não foi o único brasileiro a competir no penúltimo dia do atletismo. Lucas Pinho Leite e Letícia Belo precisaram enfrentar a prova de cross-country, válida como segunda etapa da disputa para os atletas fundistas. Depois de ficar em nono lugar nos 1.500m masculino na última sexta (12), com o tempo de 3min56s29, Lucas terminou o cross-country em 12min43 e caiu para a 10ª colocação geral.

Já nos 2.000m metros com obstáculos, Letícia Belo estava em 16º lugar (7min14s83), entre 18 competidoras. Fechando a prova do cross-country em 14min48, a atleta subiu uma posição e terminou em 15º geral na soma das etapas. 

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Lucas Pinho terminou em 10º lugar após a etapa do cross-country. Foto: IOS

Segunda chance 

Depois de ser desclassificado na primeira etapa da marcha atlética de 5.000m, na última quinta-feira (11), hoje Bruno Nascimento voltou às pistas com uma nova meta: terminar a prova, ainda que, para acertar a técnica, precisasse diminuir a velocidade. E foi o que aconteceu. Em último lugar desde a primeira das 12 voltas, o brasileiro conseguiu concluir o percurso em 14º lugar, três voltas depois do pelotão da frente, em 27min21s77, quase sete minutos depois do primeiro colocado, o indiano Suraj Panwar (20min35s87).

“Nesta segunda etapa entrei mais firme, mesmo diminuindo bastante o ritmo. Fiquei numa posição bem para trás, mas meu objetivo era terminar”, conta o atleta, que treinou nos últimos dias para não ser novamente desclassificado por falhas nas regras da marcha atlética. “Eu fazia uma rodagem, que é ficar marchando um tempo, e meu treinador me disse para me concentrar na passada”, explica. 

Pedro Luiz Tombolim também teve nesta segunda-feira uma nova chance de melhorar sua colocação, no caso dele na prova dos 800m. O atleta havia ficado em 18º, com 1min54s45, no último sábado (13). Hoje o brasileiro até começou em vantagem, liderando a prova durante a primeira volta, mas depois perdeu ritmo e fechou em terceiro na bateria, com 1min55s18. Na colocação geral, terminou em 17º.

“Cansei bastante, não foi meu melhor tempo, mas senti um pouco a perna no final e não consegui forçar para buscar os outros adversários”, conta o meio fundista, que tem 1min52s28 como melhor tempo na carreira. “Não gostei do resultado, mas estar aqui já é uma grande vitória”, opina. 

Na rápida prova dos 100m, os brasileiros conseguiram melhorar os tempos registrados na primeira etapa da competição. Vitória Jardim, que havia corrido em 12s28, hoje concluiu o trecho em 11s86. Na somatória, ficou com a marca de 24s14 e em décimo lugar, mesma posição do carioca Lucas Rodrigues, que totalizou 21s66 depois de registrar 11s04 na sexta-feira (12) e 10s62 hoje. 

O Brasil fechou sua participação no dia com Rafaela Cristine de Sousa, no arremesso de peso. Em sétimo lugar na primeira etapa, com a marca de 15,38m, hoje a atleta conseguiu 15,10m. Na somatória, 30,48 pontos e a oitava colocação.

Formato diferenciado

Segundo Alexandre Moratto, os atletas estranharam as regras diferenciadas dos Jogos da Juventude, que previa uma rodada dupla para todos os competidores, em dias diferentes. “O formato da competição ainda é uma novidade para a gente. Os atletas sentiram bastante por ter que repetir duas vezes seus melhores resultados, é mais complicado, mas ainda estamos na luta”, adianta o treinador.

O atletismo teve início em Buenos Aires na última quinta-feira (11), mas somente a partir do domingo (14) foram realizadas disputas por medalhas. Até o momento, a equipe brasileira segue sem subir ao pódio. Para o treinador, bons desempenhos estão reservados para esta terça-feira (16), último dia das competições. “Amanhã é um bom dia para a gente e nós acreditamos que podemos ganhar medalhas”.

Serão sete representantes em ação. Nos 200m, Letícia Nonato fez o segundo melhor tempo na primeira etapa da competição, com 24s16, enquanto Lucas Conceição aparece em quinto no masculino, com 21s68. Já nos 400m com barreiras, Jéssica Moreira tem chances de conquistar uma medalha se repetir o bom momento do primeiro dia, quando registrou 59s41, sua melhor marca pessoal, e ficou em segundo lugar geral, entre 19 atletas. Na mesma prova, Caio Teixeira fechou em 52s27 e está em quinto lugar.

Fora das pistas de corrida, mais três nomes estão na disputa final. Nerisnelia Sousa compete no salto triplo e tenta melhorar a oitava colocação no quadro geral (12,66m). No lançamento de dardo, Bruna Vieira foi a nona (47,93m) e Guilherme Moreira, o oitavo (72,56m).

Ana Cláudia Felizola, de Buenos Aires, na Argentina – Rededoesporte.gov.br