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Jogos Paralímpicos transformaram a acessibilidade dos aeroportos brasileiros

publicado 01/09/2016 11h33

A preparação dos aeroportos para a operação especial do setor durante o evento tem na acessibilidade um capítulo à parte. De forma a oferecer um legado permanente ao País, a Secretaria de Aviação Civil percorreu uma longa rota de estudos, testes e planos de adequação dos terminais, como:

- Estudo de experiências internacionais de megaeventos esportivos recentes;
- Visitas técnicas de avaliação e diagnóstico dos equipamentos, infraestrutura e atendimento ao PNAE;
- Agendas pelo País para conhecer a realidade e dificuldades de nove aeroportos, em seminários de planejamento de acessibilidade;
- Acompanhamento e avaliação da performance dos terminais do Rio nos eventos-teste do calendário da Rio 2016;
- Coordenação de seis simulados reais de embarque e desembarque de PNAEs, com a participação de associações independentes de pessoas com mobilidade reduzida – Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef); Confederação Brasileira de Desportos Visuais (CBDV); Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES); Centro de Integração da Pessoa com Deficiência de Mogi das Cruzes (CIPD); Instituto Íris de Responsabilidade e Inclusão Social; Instituto Benjamin Constant;
- Elaboração de diagnósticos e recomendações para os planos de adaptação dos terminais;
- Padronização de procedimentos, incentivando a criação de medidas para facilitar a operação de companhias aéreas, operadores dos aeroportos e empresas de serviços auxiliares do transporte aéreo;
- Produção e distribuição de manual completo com orientações, boas práticas e alertas para transformar o ambiente aeroportuário em um lugar acessível a qualquer cidadão.

Legado

O resultado desse trabalho intensivo deu origem a um novo padrão de conforto e atendimento humanizado nos aeroportos brasileiros. Para o diretor de Gestão Aeroportuária do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Paulo Possas, o tratamento e a atenção do setor às demandas da sociedade representam um novo momento do transporte aéreo no País. "A organização da rotina do terminal com a profissionalização de procedimentos de acessibilidade só foi possível porque investimos, antes de tudo, em recursos humanos. Esse é o legado fundamental do evento para o setor aéreo: a humanização das regras, junto com as entregas de infraestrutura e o olhar treinado para tratar o passageiro como ser humano único que é", avalia. Segundo ele, a Paralimpíada já é considerada um marco, no setor, para a multiplicação das experiências e reprodução de novos padrões de operação em todo o Brasil.

Diversos procedimentos e medidas de acessibilidade foram adotados para que o passageiro seja recebido da maneira mais confortável possível, sem abrir mão dos padrões de segurança. Além da manutenção de regras existentes – como o atendimento prioritário no check-in, raio-x e embarque –, foram implantadas novas medidas, como:

- Criação de estações de parada/alívio para cães-guia dentro dos terminais;
- Equipes especializadas na retirada de cadeiras de rodas dos porões da aeronave e ônibus adaptados com plataforma elevatória ou rampa de acesso veicular estarão à disposição do passageiro no transporte de posições remotas até o terminal ou até a aeronave;
- Os balcões das companhias aéreas se adaptaram à altura correta para atendimento a PNAEs e a identificação de cadeiras de rodas ou equipamentos de "ajuda técnica" - como bengalas, por exemplo – agora têm etiquetas com número do assento e nome do passageiro, para agilizar a entrega.
- Quando o passageiro não puder passar pelo pórtico do raio-x, no canal de inspeção, seja por possuir algum dispositivo implantado ou por estar em cadeira de rodas, ele será conduzido a um acesso alternativo.
- O nivelamento entre a ponte de embarque e a soleira da porta da aeronave também ganhou atenção especial: caso não seja possível nivelar totalmente, a recomendação é utilizar uma rampa de ligação entre a ponte de embarque a soleira da aeronave.
- Além disso, em voos com mais de 4 passageiros em cadeira de rodas, as companhias aéreas são orientadas a disponibilizar Cadeiras de Bordo, agentes de transferência e agentes de portão em quantidade suficiente para atendimento simultâneo.

No Galeão (RJ), a mudança inclui também o uso de plataformas de acessibilidade para elevação de cadeiras de rodas; capacitação das equipes operacionais em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais); adequação da largura das vagas de estacionamento a 45 graus e espaço adicional para cadeira de rodas; cardápios em braile nos restaurantes da área comercial; adequação de banheiros nos dois terminais de passageiros; e, além disso, disponibilização de hotel na área internacional, com quartos totalmente adaptados.

No aeroporto de Guarulhos (SP), além de treinamento oferecido ao quadro de colaboradores do terminal, houve distribuição de equipamentos de mobilidade nos Terminal 2 e 3 (cadeiras de rodas e Ambulift). No aeroporto Santos Dumont (RJ), a operação agora conta com a disponibilidade de tecnologias assistivas; o embarque e desembarque de PNAEs tem apoio da Guarda Municipal no meio-fio; e a equipe foi treinada em LIBRAS.

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