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Tour da Tocha
Litoral baiano recebe chama olímpica e renova sentimento de esperança
As praias do litoral baiano tiveram, neste domingo (22.05), um atrativo turístico a mais para compor o belo cenário: a chama olímpica. Itacaré, uma antiga vila de pescadores, pulou cedo da cama para ver o revezamento. Mesmo sem aula, crianças e adolescentes se encontraram nas escolas e se dividiram pelo percurso de um quilômetro até a praça do Canhão, em frente à praia da Coroinha.
O carteiro Jailton Batista foi o primeiro a conduzir a chama e teve o desafio de levar uma mensagem diferente das que está acostumado a entregar. "Já andei muito pelas ruas do Brasil levando as correspondências para as pessoas. Hoje, espero levar emoções, e que este momento transmita um sentimento de confraternização e paz", disse o funcionário dos Correios que vive na vizinha Ilhéus.
Assim como Batista, o professor Itamar Soares recebeu o desafio de conduzir a tocha e dar uma aula diferente a seus alunos. Nascido na zona rural de Jequié-BA e vindo de família pobre da lavoura cacauicultora, o acadêmico considera que a própria vida serve de inspiração. "Procuro mostrar possibilidades de superação por meio do conhecimento, da força e da determinação, que é a chave para o sucesso", afirma. Soares relembra que passou por dificuldades para conquistar os sonhos, mas revela que ganhou a recompensa ao participar do revezamento. "A chama traz a mensagem dos princípios olímpicos de amizade, excelência e respeito. É essa a lição de hoje" diz.
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Com apenas cinco condutores no percurso, a chama emocionou e inspirou quem estava perto, como a estudante de fisioterapia Liliane Ramos. "Infelizmente o esporte não tem o valor que merece na nossa cidade e a passagem da tocha pode mudar isso", conta. A jovem sonha trabalhar com pessoas com deficiência e, quem sabe, chegar aos Jogos Paralímpicos. "As Paralimpíadas deveriam ser mais populares. Quero abrir minha clínica aqui e trabalhar nos Jogos um dia", revela.
Coragem para sonhar
A tocha também passou pelas cidades de Camamu, Ituberá e Morro de São Paulo, em Cairu, antes de ancorar em Valença, onde a professora de ginástica rítmica Gilcelia Barbosa acendeu a pira olímpica na Praça da Bandeira. "Hoje é um marco na minha história e na vida das minhas atletas que sonham. E o esporte nos encoraja a correr atrás desses sonhos", revela.
Apaixonada por esportes, Gilcelia teve que abandonar o sonho do profissionalismo quando mudou para Valença. Dar aulas foi a solução para manter a chama acesa. "Eu precisava preservar a ginástica rítmica na minha vida e o trabalho voluntário foi o primeiro passo. No início eram oito crianças. Atualmente são mais de 217 em quatro núcleos". O trabalho de mais de 25 anos recebeu, além de apoio com o material e infraestrutura, um reconhecimento maior: o dia 6 de setembro, Dia Municipal da Ginástica Rítmica.
Roteiro
Nesta segunda-feira (23.05), o revezamento da tocha fará uma rota cheia de aventuras, com passagem por piscinas naturais, cavernas, cachoeiras, escaladas, trilhas e rapel na Chapada Diamantina, ainda na Bahia.
Acompanhe o roteiro no mapa interativo:
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Rafael Brais, Lilian Amaral e Lorena Castro, brasil2016.gov.br