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Tenis de mesa paralímpico

15/10/2018 17h02

Eslovênia 2018

Vice-líder do ranking, Bruna está pronta para o Mundial Paralímpico de tênis de mesa

Após conquistar dois pódios nos Jogos Rio 2016 e sagrar-se campeã mundial por equipes em 2017, brasileira agora sonha com pódio individual na Eslovênia

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A seleção brasileira de tênis de mesa paralímpico que defenderá o país no Mundial da Eslovênia sofreu um atraso gerado por um problema no avião na saída do Brasil. Com isso, não conseguiu cumprir a programação que previa a chegada ao país europeu no domingo (14.10). A equipe embarcou em São Paulo no sábado (13.10), com destino a Paris, mas um problema no avião da Air France fez com que a aeronave tivesse um pouso de emergência no Rio de Janeiro. Todos os passageiros dormiram lá.

Assim, atletas e comissão técnica só embarcaram no domingo à noite para Paris, de onde seguiram para Amsterdam, onde dormem nesta segunda-feira (15.10). Nesta terça-feira (16.10), os brasileiros partem para Zagreb, na Croácia, e, depois, finalmente, seguem para Lasko, na Eslovênia, onde ficarão hospedados.

Bruna Alexandre. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br
"Eu vou positiva para o Mundial. Hoje eu estou em segunda do ranking (mundial) e isso é muito importante para você não pegar uma menina tão forte no grupo (no sorteio das chaves)"
Bruna Alexandre, mesatenista paralímpica

O atraso implicará em praticamente nenhum descanso ou tempo de adaptação ao fuso horário de cinco horas a mais em relação ao horário de Brasília. Na quarta-feira (17.10), o Mundial tem início e, assim, os 11 atletas que defenderão o Brasil na cidade de Celje, a 20 minutos de carro de Lasko, terão que superar o cansaço, a falta de tempo para treinar e já terão que entrar quase que imediatamente no clima da competição.

Na semana passada, a equipe do rededoesporte.gov.br esteve no Centro Paralímpico Brasileiro (CPB), em São Paulo, para acompanhar um treinamento dos atletas que disputam o Mundial na Eslovênia.

Sem ter ideia dos problemas que o time enfrentaria, a catarinense Bruna Alexandre, 23 anos, tinha motivos de sobra para estar animada. Atual vice-líder do ranking mundial, ela conquistou os principais resultados de sua carreira nos últimos dois anos. Chega à Eslovênia como uma das favoritas ao pódio na Classe 10, para atletas com deficiências motoras leves ou amputação de membros superiores.

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Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, Bruna conquistou duas medalhas de bronze, no individual e na disputa por equipes na classe 6-10, quando atuou ao lado de Danielle Rauen e Jennyfer Parinos. Embaladas pelo resultado na Paralimpíada, o trio brilhou no Mundial por equipes de Bratislava, em 2017, quando levou um inédito ouro para o Brasil. 

"Eu vou positiva para o Mundial". diz Bruna. "Hoje estou como segunda do ranking (mundial) e isso é muito importante para você não pegar uma menina tão forte no grupo (no sorteio das chaves). Acho que o trabalho está sendo feito corretamente e todo o apoio que tenho é fundamental no processo de evolução", prossegue.

Beneficiada pela Bolsa Pódio do Governo Federal, Bruna conta que alguns fatores foram determinantes para que seu desempenho desse um salto nos últimos anos. "Meu último Mundial (individual) foi em 2014, na China, em Pequim. Eu consegui melhorar muito tecnicamente, em treinamentos, depois que vim para São Paulo. Comecei a treinar em São Caetano e no Centro Paralímpico Brasileiro, com a seleção paralímpica, e a evolução é nítida. E tenho bastante apoio do Governo Federal, da Caixa Econômica, do Comitê Paralímpico Brasileiro. Isso fortalece muito o atleta".

Outra mudança importante foi na equipe técnica que acompanha Bruna nos treinamentos. "Hoje tenho um técnico só para mim, que trabalha comigo, o Cazuo Matsumoto, e o Lincon Yasuda, que também vai para o Mundial comigo, já que a Confederação (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) o liberou. Todos esses detalhes fazem muita diferença para o atleta", ressalta.

Em maio, Bruna Alexandre conquistou um ótimo resultado ao vencer o Aberto da Eslováquia. Isso a deixou ainda mais animada. "Os Abertos da Eslovênia e da Eslováquia, que joguei este ano, foram fundamentais para o meu processo, porque joguei com muitas adversárias que vão estar no Mundial. Na Eslováquia foi onde consegui a primeira posição, só perdi um set no campeonato inteiro, e então isso dá força para o atleta e para ver o que precisava e o que precisa melhorar", recorda.

Guilherme Costa. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br

Pódios no Rio 2016

Dos 11 atletas do Brasil que disputam o Mundial na Eslovênia, cinco subiram ao pódio nas Paralimpíadas do Rio 2016.

"A gente está com uma meta audaciosa de conquistar umas quatro medalhas. Temos potencial, temos recursos humanos e estamos preparados para isso"
Guilherme  Costa, mesatenista paralímpico

Além de Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos, o time masculino conta com Iranildo Espíndola e Guilherme Costa. Os dois faturaram o bronze por equipes na Classe 1-2 no Rio 2016, quando jogaram ao lado de Aloísio Lima.

"A gente está com uma meta audaciosa de, pelo menos de acordo com que escutei pelos corredores, de conquistar umas quatro medalhas", entrega Guilherme Costa, mesatenista da Classe 02, para cadeirantes com baixa mobilidade. "No último Mundial (em Pequim 2014, no individual), a gente conseguiu três medalhas e agora temos potencial, recursos humanos e estamos preparados para isso", continua.

"Falando sobre a minha meta pessoal, eu tenho feito um trabalho com a psicóloga aqui do Comitê (Comitê Paralímpico Brasileiro) para não pensar em resultado e pensar em desempenho. Espero fazer o que a gente está treinando e o resultado que vier vai ser positivo. Eu tive bons resultados no último campeonato que disputei na Europa, de quatro medalhas que disputei eu trouxe três, então vamos ver o que acontece. Estou livre, leve e solto", prossegue Guilherme, referindo-se aos Abertos da Eslovênia e da Eslováquia disputados no primeiro semestre.

Nessas competições, Guilherme disputou as competições individuais e por equipe nos dois países. Na Eslováquia, ficou com o bronze por equipes, com Iranildo Espíndola. Na Eslovênia, em maio, conquistou o bronze no individual e na disputa por equipes levou o ouro, novamente com Iranildo como parceiro. "Foi uma medalha inédita e nesse campeonato foi especial porque no segundo lugar estava o primeiro do mundo, um francês, e no terceiro lugar estava o quarto do mundo, um eslovaco", destaca Guilherme.

Tóquio 2020

Nesta segunda-feira vários atletas que disputam o Mundial da Eslovênia fizeram os primeiros treinos no Sports Hall Zlatorog, em Celje, onde será disputada a competição. Entre as equipes que treinavam estava o time do Japão, país que sediará os próximos Jogos Paralímpicos, em 2020. A equipe japonesa conta com 10 atletas e entre eles Koyo Iwabuchi, 23 anos, era um dos mais empenhados.

O japonês Koyo Iwabuchi e os primeiros treinos no Sports Hall Zlatorog, em Celje, na Eslovënia. Fotos: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br

Número 10 do ranking mundial, Koyo estreou nas Paralimpíadas Rio 2016 e só traz boas lembranças dos dias que passou no Brasil. "Não ganhei medalha, mas gostei de tudo o que vivi lá. Todas as pessoas no Brasil são amigáveis", elogia o japonês, que está animado para competir no Mundial da Eslovênia.

"Esse campeonato será importante na preparação para Tóquio 2020 e espero ganhar o ouro aqui", afirma o mesatenista, que compete na classe 09, para atletas com pequeno comprometimento de mobilidade.

Nascido em Tóquio, Koyo espera que os Jogos Paralímpicos em sua cidade ajudem a tornar o esporte paralímpico ainda mais conhecido, não só no Japão como em todo o mundo.

"É um movimento muito grande que está sendo feito para 2020. Lá, eu vou estar perto da minha família, dos amigos e espero muito ganhar. Quero que a competição ajude o mundo a conhecer ainda mais o esporte paralímpico", enfatiza.

Perguntado se conhecia os atletas do Brasil, Koyo fez muitos elogios a Diogo Moreira, que também compete na Eslovênia. "Ele é muito bom. Eu não conseguia vencê-lo quando ele estava na classe 09, mas agora não jogo mais com ele, pois o Diogo mudou para a classe 10 (atletas com deficiências motoras leves ou amputação de membros superiores)", encerra o japonês.

Investimentos

Dos 12 atletas do tênis de mesa paralímpico beneficiados com o Bolsa Pódio, oito estarão no Mundial. O investimento anual da Bolsa Pódio nos 12 atletas desta modalidade é de R$ 1,4 milhão. Os outros três atletas da equipe são beneficiados pela Bolsa Atleta. No total, 97 mesatenistas paralímpicos recebem a Bolsa Atleta, em um investimento anual de R$ 1,3 milhão.

 

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Mundial de Tênis de Mesa Paralímpico - Eslovênia 2018

 

Luiz Roberto Magalhães, de Celje, na Eslovênia - rededoesporte.gov.br