"Vai bater na trave e vai entrar", diz Serginho sobre a fase final da Liga

Gabriel Heusi

Maior vencedora da Liga Mundial, com nove títulos, a Seleção Brasileira realizou o último treino na tarde desta terça-feira (14.07), no ginásio Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, antes da estreia na fase final da competição em 2015. As partidas decisivas começam nesta quinta (15.07) às 14h05, com o duelo entre Brasil e França. A busca pelo décimo título terá como cenário o mesmo palco dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e também servirá como evento-teste para o megaevento do ano que vem.

O Brasil chega à fase decisiva com uma campanha de nove vitórias e três derrotas na fase classificatória. A última vez que o Brasil venceu a Liga foi em 2010. Depois de três vice-campeonatos em quatro anos (2011,2013 e 2014), para o líbero Serginho,  é hora de dar um final mais feliz para a torcida brasileira.

“A gente fez uma bela campanha, o Bernardo teve a oportunidade de colocar muita gente pra jogar, fazer um rodízio legal, e amanhã vamos começar a ver como está nosso nível técnico em relação às outras equipes que estão aqui. A gente tem uma pressão gigantesca que é jogar aqui dentro, mas a Seleção está acostumada à pressão. Tem esse lado de não estar ganhando, ter perdido o último Mundial para a Polônia. Está batendo na trave e está saindo. Desta vez, vai bater na trave e vai entrar. Assim espero”, disse o experiente jogador, de 39 anos.

Gabriel Heusi - Serginho acompanha o passe de Mario Jr no treino desta terça no Maracanãzinho

Sai Riad, entra Vissotto

O central Riad – que estava na lista inicial dos 14 jogadores para a fase final – acabou sendo cortado devido a uma ruptura parcial do tendão do joelho direito.  O oposto Leandro Vissotto já estava de férias em Belo Horizonte, mas foi chamado para substituí-lo no domingo à noite e treinou com o grupo nesta terça. Ele havia sido cortado da lista final logo após o término da fase classificatória, em Cuiabá.

“É uma mistura de emoções, foi duro o golpe, a gente quer estar aqui, mas a gente respeita a decisão da comissão técnica até em respeito aos companheiros. E eu estava tentando não pensar, porque vinha aquele gosto amargo. E no domingo à noite eu recebi a notícia. Outro sentimento estranho, não é a melhor forma de voltar, mas eu passei por isso em Londres, machuquei e fiquei de fora. A nossa vida é isso, e o Brasil está acima de qualquer coisa, tem que entrar e fazer o melhor”, afirmou.

Wallace  é um caso que preocupa a comissão técnica. Ele está sentindo dores na lombar e, por isso, treinou pouco nesta terça. Evandro foi o oposto mais usado por Bernardinho no time titular do coletivo. Mas Wallace não foi cortado. Dessa forma, o grupo que está à disposição do técnico é formado pelos levantadores Bruninho e Willian, os opostos Wallace, Evandro e Leandro Vissotto, os centrais Lucão, Isac e Éder, os ponteiros Murilo, Lucarelli, Lipe e Lucas Loh, e os líberos Serginho e Mario Jr.

Gabriel Heusi - Vissotto (atacando) foi convocado no domingo à noite para substituir Riad, lesionado

Além da França, o outro adversário brasileiro são os Estados Unidos, atuais campeões da Liga, em partida marcada para a próxima quinta (16.07). No outro grupo estão Polônia, Sérvia e Itália, que jogam entre si. Os dois melhores de cada chave avançam para as semifinais, no sábado (18.07).  Final e disputa de terceiro lugar estão marcadas para o domingo (19.07)

Evento-teste

A Liga Mundial é o primeiro dos 44 eventos-teste que serão realizados a partir deste mês até maio do ano que vem para os Jogos Rio 2016 -  apenas um foi realizado antes, em agosto de 2014,  a Regata Internacional de Vela. Por se tratar de um evento organizado pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB),  os testes durante a fase final da Liga Mundial  não serão muitos.

“Na área de esportes, serão aproximadamente  40 voluntários, aí é teste dos boleiros, dos enxugadores de quadra, os voluntários que acompanham os atletas, os árbitros internacionais e os delegados. A montagem da quadra também está sob nossa orientação. Tem também a parte de entretenimento -  os locutores e o DJ - que é uma parte pequena, mas é uma  parte sensível que a gente queria testar agora, porque vão ser as mesmas pessoas do Rio 2016. A parte de testes antidoping é 100% nossa, a gente vai dar os resultados para o evento, participando como oficial”, explicou Giovane Gávio, gerente de Competições do Voleibol do Comitê Rio 2016.

Os resultados estarão sob responsabilidade da FIVB, mas também servirão para testes não-oficiais. “A gente vai fazer toda a operação de resultado, mas vai guardar pra gente. Não vai ser divulgado nem pra imprensa nem pro público”, acrescentou Giovane.

Como bicampeão olímpico – 1992 e 2004- ele sabe bem o que significa uma final de Liga Mundial a pouco mais de um ano para os Jogos, ainda mais no palco das competições da Olimpíada.

“É uma oportunidade de lutar de novo pelo título da liga mundial no Brasil, usando a magia do Macaranãzinho, com a torcida brasileira ajudando. É a reta final, um campeonato importante para o Brasil, uma oportunidade de o Brasil se firmar e procurar seu time ideal. Estamos perto disso”, disse.

Histórico

O Brasil  esteve presente em todas as 25 edições da Liga Mundial e conquistou 18 medalhas (nove ouros, cinco pratas e quatro bronzes). Venceu a competição em 1993, 2001, de 2003 a 2007, 2009 e 2010. Antes de 2015, foi o país-sede das finais quatro vezes: em 1993 (São Paulo), conquistando o título, em 1995 (no Rio de Janeiro), quando foi vice-campeão, em 2002 (Belo Horizonte e Recife), com mais um vice-campeonato, e em 2008 (Rio de Janeiro),terminando em quarto lugar.

Tabela da fase final

Quarta-feira (15.07)
14h05 - Brasil x França
16h05 - Sérvia x Itália

Quinta-feira (16.07)
14h05 - Brasil x Estados Unidos
16h05 - Polônia x Itália

Sexta-feira (17.07)
14h05 - Estados Unidos x França
16h05 - Sérvia x Polônia

Sábado (18.07)
10h - Semifinal 1
12h05 - Semifinal 2

Domingo (19.07)
9h10 - Disputa do terceiro lugar
11h30 - Final

Carol Delmazo – brasil2016.gov.br