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Nado sincronizado

06/03/2016 17h38

Nado sincronizado

Ucrânia, Japão e Itália celebram classificação olímpica no último dia de testes

Vagas para 16 duetos também foram definidas no torneio qualificatório. Comitê Rio 2016 e federação internacional avaliam bem o teste, e ajustes serão feitos até agosto

Elas pularam, gritaram e se abraçaram assim que o resultado histórico se confirmou. A Ucrânia foi o sexto país a se apresentar na disputa de rotina livre do torneio qualificatório de nado sincronizado, neste domingo (06.06), no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, e conseguiu a nota de 94.5000. Somando-se os 92.2855 pontos obtidos na rotina técnica, chega-se ao total de 186.7855 pontos, que levaram as nadadoras do leste europeu ao topo da competição de equipes no evento-teste, e mais do que isso: garantiu a Ucrânia pela primeira vez, como time, em Jogos Olímpicos.

“Não é só um grande resultado pra nossa equipe, é um grande resultado para o país. Toda a Ucrânia deve estar feliz e fazemos isso por eles e por nós. A Ucrânia só havia se classificado para o dueto e nós lutamos por esse momento por anos”, disse a nadadora Olena Grechykhina.



O Japão ficou com a prata por uma diferença de 0.0525, ao somar 186.7330 pontos, e o bronze foi para a Itália (181.7487). Italianas se apresentaram logo antes das canadenses, concorrentes diretas pelo terceiro lugar. As europeias esperaram ansiosas a nota das adversárias e, quando viram no placar que ficaram à frente, comemoraram muito. Com o resultado, Ucrânia, Japão e Itália garantiram classificação por equipes para o Rio 2016. Eles se juntam a Rússia, China, Egito e Austrália, que venceram as seletivas continentais, e ao Brasil, que tem a vaga por ser sede da Olimpíada.

“Estou muito feliz porque são 12 anos tentando ir para os Jogos Olímpicos e agora a gente conseguiu, não estamos acreditando ainda. A Itália sempre era o primeiro time fora da lista de classificação e agora conseguimos”, disse a atleta Sara Sgarzi.

Espanha fora

Considerada uma das favoritas, a Espanha - bronze por equipes em Londres 2012 e prata em Pequim 2008 - ficou em quinto lugar no Maria Lenk e, portanto, fora dos Jogos no Brasil. A equipe, que passa por um processo de renovação, não contou com uma de suas grandes estrelas na apresentação deste domingo: Ona Carbonell, já garantida no Rio 2016 na competição de dueto, bateu a cabeça em uma companheira de time durante um treino na sexta e passou a ter vertigens. Ela chegou a se apresentar na rotina técnica da equipe no sábado, mas não se sentiu bem. A atleta fez exames e nada grave foi detectado, mas  a comissão técnica optou por deixá-la de fora da disputa de rotina livre. Ao ver a nota (178.8970), mesmo antes do fim das apresentações, o time espanhol já sabia que não daria para classificar. As nadadoras demonstraram a tristeza pelo fim do sonho olímpico, mas destacaram o esforço da equipe.

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“Estamos orgulhosas, dissemos para nós mesmas que devemos nos sentir bem com o que trabalhamos e fizemos. Não saiu perfeitamente, mas fizemos de tudo, foi um trabalho pesado para chegar até aqui”, disse a nadadora espanhola Paula Klamburg.

16 vagas para duetos

Dezesseis das 24 vagas para duetos foram definidas ao longo da competição no Maria Lenk e confirmadas pela Federação Internacional de Natação (FINA) neste domingo, após a repescagem: Itália, Espanha, França, Grécia, México, Áustria, Estados Unidos, Suíça, República Tcheca, Cazaquistão, Colômbia, Israel,  Argentina, Grã-Bretanha, Eslováquia e Bielorrússia. Antes do torneio qualificatório, já haviam se classificado Brasil (país-sede), Rússia, China, Egito, Austrália, Ucrânia, Canadá e Japão.

Dueto brasileiro

Mesmo sem participar da competição por já ter a vaga olímpica do país-sede, o dueto brasileiro se apresentou neste domingo com a coreografia “Amazônia”. Assim como ocorreu no sábado com a performance da equipe, Duda Miccuci e Luisa Borges puderam sentir o “frio na barriga” de uma disputa em casa, como uma forma de preparação para agosto.

“Ontem (sábado)  já começou, o nervosismo bate, mas é um nervosismo bom, dá aquela vontade de dar sempre mais, porque está todo mundo te olhando, torcendo por você e isso é maravilhoso”, disse Duda.

Dueto brasileiro faz apresentação especial no torneio qualificatório de nado sincronizado. Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br

Rio 2016 e federação avaliam o teste

Tanto para o Comitê Organizador Rio 2016 quando para a FINA, a avaliação do evento-teste é positiva: há mudanças a serem feitas até os Jogos, mas nenhum problema grave foi citado. “A instalação está boa para o nado sincronizado. A piscina está adequada, a profundidade também, sem problemas. Só fizemos uma observação sobre a quantidade de gente circulando no deck. As meninas tinham que continuar andando pelo deck para chegar à zona mista (onde ficam os jornalistas) e queremos evitar isso. Mas em geral foi tudo muito bem”, disse Stefania Tudini, presidente do comitê técnico de nado sincronizado da FINA.

“É a primeira vez que a gente tem no Brasil a quantidade de equipes com esse nível técnico, com os delegados técnicos da FINA trabalhando com a nossa equipe para ajustar os ponteiros para os Jogos. Terminado isso tudo, a gente recebe um relatório deles, nós nos reunimos com as nossas equipes, depois novamente com a FINA e a gente faz os ajustes necessários”, explicou Agberto Guimarães, diretor executivo de Esportes do Rio 2016.

Ao longo da semana, a reportagem do brasil2016.gov.br conversou com dezenas de atletas participantes do torneio qualificatório. O Maria Lenk recebeu vários elogios, mas alguns pontos de ajuste foram citados, como a sujeira dos azulejos na piscina e o estado de conservação dos vestiários. O Rio 2016 informou que essas questões vão receber atenção especial até os Jogos e que os atletas encontrarão outra situação em agosto.

Muitas nadadoras também citaram a alta temperatura da água: no sábado, a medição indicou 29 graus e, neste domingo, após o desligamento dos aquecedores, foram medidos 28.3 graus.

“Estamos com uma temperatura altíssima, por mais que você desligue (os aquecedores), às vezes não dá tempo de esfriar o suficiente para a quantidade de água que tem dentro da piscina”, justificou Agberto Guimarães.

“27 graus é o máximo. Mas o que você pode fazer se os raios de sol estão batendo na água? Ficar colocando água fria toda hora? Tenho certeza de que não teremos esse problema nos Jogos, porque será inverno. Normalmente, as nadadoras reclamam que água está muito fria. É a primeira vez que falam da água quente”, explicou Stefania Tudini.

Antes do nado sincronizado, o Parque Aquático Maria Lenk também passou pelo teste dos saltos ornamentais. A instalação sediará as competições dessas duas modalidades e a fase inicial do polo aquático nos Jogos Olímpicos.

Carol Delmazo,brasil2016.gov.br