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Geral

12/11/2015 17h52

Prevenção

Transporte de paciente com suspeita de ebola aplica protocolos de segurança e saúde previstos para os Jogos

Para assegurar o traslado sem riscos de contaminação, paciente foi colocado em maca encapsulada e levado em ambulância também envelopada

As Forças Armadas foram acionadas para atuar no transporte de um paciente com suspeita de ter contraído o vírus ebola. Durante toda a operação, foi seguido o protocolo dos ministérios da Defesa e da Saúde para Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN). Parte dos investimentos em segurança e defesa feitos desde a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos de 2016 são voltados para a capacitação de servidores e para a aquisição de equipamentos para garantir a atuação eficaz em situações como essa.

A atuação da Força Aérea Brasileira (FAB) teve início em Belo Horizonte (MG), onde estava o homem com suspeita de infecção. Um grupamento especializado da FAB atuou no preparo da aeronave que levaria o paciente. Para assegurar que o traslado ocorresse sem riscos de contaminação, ele foi colocado em uma maca encapsulada. Ao chegar ao Rio de Janeiro, ele foi levado para a Fiocruz em ambulância também envelopada. O procedimento evita riscos de contaminação da equipe médica que acompanha o paciente, como também da aeronave e de sua tripulação.

Fotos: Divulgação/1º Btl DQBRN

Na sequência do protocolo, a FAB solicitou ao Ministério da Defesa o apoio do Exército na descontaminação da aeronave e da equipe médica. Dez homens do 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1º Btl DQBRN) do Exército levaram cerca de duas horas para concluir o trabalho de descontaminação.

“Isso serviu de treinamento para situações que poderemos ter que enfrentar no ano que vem, durante as Olimpíadas. Poderemos ter casos que exijam esse tipo de ações voltadas à defesa DQBRN”, afirmou o coronel Márcio Abreu, comandante do batalhão. 

Para o coronel De Lamare, da Assessoria Especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa, a operação comprovou o preparo do Brasil com relação a atuação interagências, além de confirmar a eficácia do protocolo operacional.

“Esse episódio mostrou que a preparação para um eventual caso similar durante os Jogos Olímpicos está adequada, porque a coordenação entre as diferentes agências e instituições envolvidas permitiu que todos os procedimentos fossem cumpridos”, disse o coronel, destacando a atuação conjunta das Forças Armadas com o Ministério da Saúde e os Bombeiros.

Primeiro resultado é negativo

O primeiro exame para diagnóstico do caso teve resultado negativo. O material coletado foi analisado pelo laboratório da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. De acordo com os protocolos internacionais, a confirmação do diagnóstico só poderá ocorrer após a realização de um segundo exame. A coleta da nova amostra de sangue será realizada e o novo resultado deverá sair no sábado (14/11). Segundo o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde, é considerado suspeito todo caso onde a pessoa tenha passado por área afetada pelo Ebola e que apresente quadro febril até 21 dias após deixar a área, período considerado como limite máximo para o período de incubação da doença.

Enquanto isso, o paciente continua internado, em bom estado geral e em isolamento no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Segundo boletim médico, o paciente apresentou resultado positivo para teste de malária e segue sendo tratamento para a doença, que é muito frequente no continente africano. Até a confirmação final do resultado, todas as pessoas que tiveram contato com o paciente seguem sendo monitoradas. Caso o segundo exame apresente resultado negativo, o paciente será retirado do isolamento e os 95 contactantes deixam de ser monitorados. Desses contactantes, 59 são pacientes da UPA, 31 profissionais de saúde e 5 pessoas que moravam no endereço indicado.

O paciente é um brasileiro de 46 anos que esteve na Guiné (África), e retornou ao Brasil no dia 6 de novembro. No dia 8, ele começou a apresentar sintomas como febre alta, dor muscular e dor de cabeça. Imediatamente após a identificação da suspeita, o paciente foi isolado na unidade e teve início a adoção do protocolo nacional estabelecido para casos suspeitos de ebola. A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte comunicou a Secretaria Estadual de saúde e ao Ministério da Saúde. Ainda na madrugada desta quarta-feira (11), o Ministério da Saúde comunicou a Organização Pan-Americana de Saúde em Washington e a Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil.

Fontes: Ministério da Defesa e Ministério da Saúde