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Atletismo

03/08/2021 12h19

Atletismo

Thiago Braz brilha na hora certa e conquista o bronze no salto com vara

Depois do histórico ouro nos Jogos do Rio, em 2016, paulista termina em terceiro em Tóquio, com a marca de 5,87m, e entra para o grupo seleto de brasileiros com duas medalhas olímpicas

Cinco anos após a histórica medalha de ouro no Rio de Janeiro, Thiago Braz da Silva voltou a figurar entre os maiores atletas do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, superando dificuldades encontradas nas temporadas anteriores. O paulista de 27 anos conquistou o bronze no salto com vara na manhã desta terça-feira (3.08), no horário de Brasília, no Estádio Olímpico da capital japonesa. Foi a 19ª medalha do atletismo brasileiro em Olimpíadas (cinco de ouro, três de prata e 11 de bronze).

Thiago obteve 5,87m, a melhor dele na temporada de 2021. O sueco Armand Duplantis confirmou o favoritismo e saltou 6,02 m para levar o ouro. Com isso, Thiago ainda segue como o dono do recorde olímpico da prova, com os 6,03m que ele estabeleceu em 2016. Duplantis ainda tentou bater o próprio recorde mundial de 5,18 m, mas não conseguiu ultrapassar 5,19m. A prata ficou com o americano Cristopher Nilsen, com 5,97 m, recorde pessoal.

Foto: Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br

“Há três dias eu sonhei que pegava o bronze e não fiquei contente no sonho porque queria o ouro. Mas estou feliz demais com esse bronze”, contou Thiago Braz, logo após o encerramento da prova. “Nada foi fácil para mim nos últimos cinco anos, com muitos altos e baixos, mas me superei e estou trazendo uma medalha com toda a felicidade e orgulho no peito", disse. "Tudo foi importante, minha família, minha esposa, meu treinador, meu avô que faleceu no ano passado e o orgulho de ser brasileiro. A classificatória não foi fácil, fiquei com medo de ficar fora por causa da cãimbra - aconteceu isso comigo em Doha, no Mundial. Poder voltar com a medalha para casa é um sonho."

“Nada foi fácil para mim nos últimos cinco anos, com muitos altos e baixos, mas me superei e estou trazendo uma medalha com toda a felicidade e orgulho no peito"
Thiago Braz

O atleta nascido em Marília disse que ganhou confiança durante a prova. “Na realidade, eu tinha uma certeza interna de que com 5,87m era medalha. O Lavillenie não estava bem porque se machucou e estava tentando se superar. Mesmo assim, se precisasse saltar mais eu teria de saltar”, comentou, referindo-se ao francês Renaud Lavillenie, que acabou em oitavo lugar, com 5,70m.

Mesmo feliz com o segundo pódio olímpico, Thiago lembra do caminho conturbado em Tóquio. “Na qualificação eu tive cãibra nas duas panturrilhas. A gente tratou e hoje a direita ainda estava doendo, tive de controlar a corrida. Mas os sinais foram acontecendo como se fosse tudo prosperando para as coisas darem certo”, disse. “Um amigo me trouxe uma blusa da China e na etiqueta estava escrito em inglês ‘Open your heart’ (Abra seu cpração). Tinha minha família, meus amigos me incentivando, falando que eu podia ir bem. Eu estou grato, muito contente por voltar a pegar um pódio olímpico. Hoje por um erro bobo não saltei 5,92m, o que me fez perder a prata. mas estou feliz.”

Thiago começou a competição ao saltar 5,55 m na primeira tentativa. Acertou 5,70 m e 5,80m no segundo salto. Já nos 5,87m passou de primeira, superando a sua melhor marca anterior deste ano, de 5,82 m. Não conseguiu superar 5,92 m. Ele disse que a segunda medalha olímpica dá confiança. "Tem um cara lá em cima, que é Deus, que me ama e me ajuda a romper limites. Eu amadureci. Este ano foi melhor, um ano mais constante e eu tinha esse desejo de buscar essa constância. Estou num bom caminho", frisou.

Darlan Romani durante a fase de classificação do arremesso de peso. Foto: Wagner Carmo/CBAt

Darlan na final

Em sua estreia na Olimpíada de Tóquio, o catarinense Darlan Romani não teve dificuldades para assegurar participação na final do arremesso do peso, prevista para as 23h05 desta quarta-feira (4.08) no horário de Brasília. O brasileiro atingiu a qualificação na segunda tentativa, quando obteve a marca de 21,21m, ficando em segundo lugar no Grupo A. O primeiro foi o neozelandês Tomas Walsh, com 21,49m.

Darlan mostrou alívio e emoção após ter muitas dificuldades na temporada, com casos de COVID na família – ele mesmo foi contaminado pelo vírus - e de ter enfrentado uma hérnia de disco. “Foi difícil. Foi um susto para a gente, minha mãe e meu irmão passaram pela COVID, acabei passando também. Mas a gente corre atrás e hoje é mais um passo que a gente está dando, o de estar numa final olímpica”, disse o atleta de 30 anos, quarto colocado no Mundial de Doha-2019. “Podem ter certeza que vou dar os meus 200%.”

Em Tóquio, o país terá 52 representantes na modalidade, e 49 deles são integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal Brasileiro, entre eles Thiago Braz e Darlan Romani, que fazem parte da categoria Pódio, a principal do programa. No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, o atletismo recebeu quase R$ 43 milhões de repasses diretos via Bolsa Atleta, recursos que foram suficientes para a concessão de 1.935 bolsas.

Atletismo - Jogos Olímpicos de Tóquio

110m com barreiras

O dia também reservou espaço para as eliminatórias dos 110m com barreiras. O mineiro Rafael Henrique Pereira e o carioca Gabriel Constantino passaram às semifinais, que serão a partir das 23h desta terça (de Brasília). Rafael ficou em terceiro lugar na série 4, com 13s46 , garantindo vaga direto. Já Gabriel entrou pelo tempo ao ficar na quinta colocação na série 1, com 13s55. O paulista Eduardo de Deus não se classificou. Ele foi oitavo na quinta série, com 13s78.

“Resolvi fazer uma prova agressiva porque a série tinha atletas com resultados mais fortes na temporada do que o meu. Gostei do tempo, um bom começo. Só que preciso, para ir à final, acertar alguns detalhes”, comentou Rafael. “Preciso de uma corrida agressiva e técnica. É minha primeira Olimpíada e primeira competição desse nível adulto.”

Já Gabriel mostrou-se feliz também. “Minha vitória foi ter entrado na pista e ter realizado a prova. Há uma semana tive um estiramento e contei com o apoio de toda a equipe médica para voltar. Foi emocionante porque até ontem eu estava pensando se entraria. Eu sonhei com isso. Em 2016 fiquei fora por três centésimos”.

Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo