Ciclismo velocidade
Sol, subidas e elogios: francês vence evento-teste do ciclismo de estrada no Rio
Mais um evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2016 foi realizado com êxito no Rio de Janeiro. O palco, desta vez, não ficou restrito a apenas uma instalação esportiva: o Desafio Internacional de Ciclismo de Estrada passou por 165 quilômetros em vários bairros. Atletas de 15 países pedalaram pelas ruas da cidade, sob sol, temperatura de 30 graus e subidas extenuantes.
O vencedor foi francês Alexis Vuillermoz, com o tempo de 4h20min27s. Em segundo chegou o belga Serge Pauwels. Romaind Bardet, também francês, completou o pódio. Participaram ciclistas do Brasil, Bélgica, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Luxemburgo, Holanda, Rússia, Suíça, Cazaquistão, Ucrânia, Hong Kong, Austrália e Japão.
O melhor brasileiro na prova foi Kleber Ramos da Silva, que compete pela equipe Funvic/São José dos Campos, convidada a participar da prova. Ele chegou em sétimo lugar. Os companheiros de Kleber foram os brasileiros Carlos Manarelli, Flávio Cardoso e Benedito Tadeu e o argentino Daniel Diaz.
Do Time Brasil, o mais bem classificado foi João Marcelo Gaspar, que terminou em 11º lugar. "Os franceses impuseram um ritmo muito forte nos momentos das subidas. O circuito realmente foi difícil. Não percebi imprevistos durante a prova e, pelo que vi, os organizadores estão de parabéns", afirmou Gaspar. Além dele, o Time Brasil era composto por William Chiarello, Rafael Andriato, Cristian da Rosa, Antonio Garneiro e Adir Romeo.
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Percurso
O percurso e a organização foram elogiadas pelos competidores internacionais. Foram 165 quilômetros de longas retas, subidas íngremes, trechos em meio à Mata Atlântica, trepidação de pavimento de paralelepípedos e descidas técnicas, em uma viagem pelos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra, Recreio, Guaratiba, Alto da Boa Vista, Floresta da Tijuca (Vista Chinesa), Horto, Jardim Botânico e Gávea. Eles deram duas voltas do circuito Prainha-Grumari e duas do circuito Floresta da Tijuca antes da chegada a São Conrado, totalizando cerca de 2.200m de ganho de altitude.
"Havia muitos competidores de alto nível e o circuito foi muito difícil, principalmente o trecho da Vista Chinesa. Fiquei muito feliz por conseguir chegar em primeiro. Sobre a organização, não há o que reclamar. Tudo correu no mesmo padrão de provas do circuito internacional", afirmou Vuillermoz. "Espero voltar aqui em 2016, mas certamente será mais difícil ainda", completou o vencedor.
Em 2016, o trajeto será praticamente igual, com o acréscimo de mais voltas nos circuitos de subidas, que totalizarão 250km. No evento-teste deste domingo, a largada foi em Copacabana e a chegada em São Conrado. Em 2016, o Posto 5 de Copacabana será o palco do início e do final da prova olímpica.
"Também quero voltar no próximo ano. Dependerá das minhas condições e da decisão dos treinadores, mas o desejo é estar aqui nos Jogos", afirmou Serge Pauwels. O belga elogiou a paisagem da orla carioca: "Nos trechos de subida, no meio da mata, não conseguimos ver nada. Já o visual da praia é magnífico. Foi difícil, principalmente na subida para a Vista Chinesa. Gostei do desafio".
Organização
Mesmo com interdições em 150 quilômetros de vias urbanas, não houve registros de congestionamento, pois os trechos foram reabertos à medida que os ciclistas passavam pelo local. "Nosso objetivo era garantir a realização da prova de maneira organizada e segura para os participantes e isso foi alcançado. O evento testou a cidade e a integração de agentes públicos e comitê organizador. A satisfação dos atletas é a maior prova que trabalhamos bem. O público também colaborou e o saldo do evento foi positivo", afirmou o secretário municipal de Transportes, Leonardo Picciani.
A nova configuração da sala de controle do Centro de Operações Rio (COR) foi testada durante o evento. O modelo, que será utilizado durante os Jogos Rio 2016, distribui os operadores em bancadas divididas pelas quatro regiões olímpicas (Copacabana, Deodoro, Barra da Tijuca e Maracanã).
Também foi essencial a integração com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), do governo estadual, a Coordenação Geral de Defesa da Área (CGDA), do governo federal, e o Main Operations Center (MOC), do Comitê Rio 2016.
"O sucesso do evento se deve ao esforço conjunto dos governos municipal, estadual e federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar, da Guarda Municipal, da CET-Rio e da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, da Secretaria de Ordem Pública, entre outros. Todos se mobilizaram em prol da competição. Foi um sucesso e estão todos de parabéns - disse o diretor de Gestão de Instalações do Comitê Rio 2016, Gustavo Nascimento.
O ponto negativo ficou por conta de um assalto sofrido por uma equipe de produção de vídeo que presta serviços para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Pouco antes do início da prova, os profissionais foram abordados por dois homens em uma moto no Joá. Um deles estava armado. Eles levaram equipamentos fotográficos e celulares. Ninguém ficou ferido.
Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br