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Atletismo

06/08/2016 02h38

Handebol

Meninas estreiam neste sábado, na Arena do Futuro, contra a bicampeã olímpica Noruega

País foi o responsável pela eliminação do Brasil nos Jogos de Londres e é também o atual campeão mundial. Donas da casa comentam desafios da fase de grupos

Este sábado é o primeiro dia do handebol feminino nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, mas bem que já poderia ser uma final. Na Arena do Futuro, no Parque Olímpico da Barra, a partir das 9h30, o Brasil enfrenta a grande potência Noruega, bicampeã olímpica (Pequim-2008 e Londres-2012) e tricampeã mundial (1999, 2011 e 2015). A partida é válida pela fase de grupos da competição e, na chave A, as anfitriãs terão ainda outros importantes adversários pela frente.

“Não é um trabalho fácil, até porque a Noruega tirou a gente da Olimpíada de Londres”, pondera Alexandra Nascimento, relembrando a derrota em 2012, nas quartas de final, quando as brasileiras foram eliminadas e terminaram com o sexto lugar. “Temos que pensar positivo. Não existia nenhuma seleção melhor para começar uma Olimpíada. É uma seleção com bagagem espetacular, com muitas medalhas em mundiais e olímpicas. Temos que tirar proveito e, claro, tentar vencer”, acrescenta a ponta da equipe nacional.

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Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br

Para o técnico Morten Soubak, dificilmente a derrota na Grã-Bretanha ficará apagada da lembrança das jogadoras na partida de hoje. “A maioria que está aqui estava em Londres. De uma forma ou de outra, vamos nos lembrar disso quando enfrentarmos a Noruega na estreia”, acredita. Contudo, para ele o fundamental é, desta vez, reverter a situação. “É a nossa chance. Tivemos no passado Noruega, Romênia, Espanha, e agora estão no nosso grupo. Vamos procurar a nossa revanche”, adianta.

"Por ser estreia, é difícil para todos. Na minha cabeça, eu penso que ganhar esse jogo é importante, mas que, se perdermos, não será o fim do mundo"
Dara

Já a capitã da seleção, Fabiana Diniz, a Dara, ressalta que há diversos times com chances reais de avançar na competição olímpica. “Acho que existem 10 equipes que podem brigar pelo pódio. Um favorito seria a Noruega pelo histórico que tem, por ser bicampeã olímpica. É um grupo tão experiente quanto o nosso, mas com essas vitórias no currículo”, compara. “Por ser estreia, é difícil para todos. Na minha cabeça, eu penso que ganhar esse jogo é importante, mas que, se perdermos, não será o fim do mundo. Não é esse jogo que vai definir quem está dentro ou fora, quem vai chegar à final ou não”, ameniza.

Sequência

Depois de passar pelas norueguesas, o Brasil reencontra, na segunda rodada, já na próxima segunda-feira (8), a algoz Romênia, responsável pela eliminação da seleção no Mundial do ano passado, na Dinamarca, ainda nas oitavas de final, por um placar de 25 x 22. Na ocasião, as romenas terminaram a competição com a medalha de bronze, atrás da Noruega e da Holanda.

“Hoje é perigoso indicar as seleções que a gente acredita serem fortes. Tivemos uma comprovação disso no último Mundial, em que foi uma surpresa tanto a Holanda fazer a final quanto a Romênia, que não era uma seleção que tinha na bagagem o conhecimento do handebol, mas acabou com a medalha de terceiro e nós perdemos para elas”, comenta Alexandra, eleita a melhor jogadora do mundo em 2012.

Já para a armadora Eduarda Amorim, que levou o título de melhor do mundo em 2014, enfrentar novamente a Romênia não é motivo para uma ansiedade maior. “A gente não se preocupa nesse sentido. A preocupação é estar bem naquele dia porque todas as adversárias são de alto nível. Temos que ter a melhor tática mental e de jogo”, considera. “Na primeira fase há cinco times fortes, incluindo o nosso, e tem quatro vagas. A gente sabe que vai vir pedreira no caminho, mas nós estamos preparadas”, afirma.

Na terceira rodada, no dia 10, o Brasil enfrentará a Espanha, medalhista de bronze em Londres-2012. Depois, a seleção feminina ainda encara Angola (12 de agosto) e Montenegro (14), que foi prata nos Jogos britânicos. “Temos esses fantasmas. A Espanha eliminou a gente no Mundial de 2011, a própria Noruega tirou a gente das quartas em Londres e a Romênia tirou a gente do Mundial de 2015. São fantasmas, mas acredito que, com a derrota do ano passado, a gente aprendeu muita coisa”, avalia Dara. “Em alguns momentos, talvez nem tenha sido a Romênia que ganhou, mas o Brasil que perdeu. A gente tem consciência disso e é uma boa oportunidade para espantar tudo e ter um resultado positivo”, deseja. 

Na chave B estão Holanda, Rússia, Suécia, França, Argentina e Coreia do Sul. O Brasil, como país-sede, teve a opção de escolher, em abril deste ano, em qual grupo iria ficar, tanto no masculino quanto no feminino. Terminadas as partidas da primeira fase, quatro seleções de cada chave avançam para as quartas de final, marcadas para 16 de agosto. As semifinais serão no dia 18, e as finais no dia 20, véspera da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos. 

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Evolução após o revés

A inesperada derrota para a Romênia no Mundial do ano passado, quando o Brasil chegou à Dinamarca considerado um dos grandes favoritos ao pódio – sobretudo devido ao inédito título conquistado na Sérvia, em 2013 –, acendeu um sinal de alerta. Com ajustes realizados, o técnico Morten Soubak considera que o Brasil vive hoje seu melhor momento no handebol feminino.

“Posso falar tranquilamente que nunca estivemos tão fortes fisicamente, tanto de força quanto nas partes aeróbicas e anaeróbicas. Pelos testes feitos, nunca tivemos uma equipe tão forte como a que temos agora”, enfatiza. “A gente está vindo em uma preparação boa e um momento alegre da nossa carreira. Acho que todo atleta espera jogar uma Olimpíada e com esperança de medalha. Então estamos com boas expectativas”, comenta Duda Amorim.

“Desde o último Mundial, a evolução foi espetacular. Sofremos lá atrás. No Mundial de 2011, perdemos de um gol contra a Espanha e saímos. Nas Olimpíadas de Londres, fizemos um primeiro tempo espetacular contra a Noruega e, no segundo tempo, a gente desligou e não conseguiu levar até o final. Depois de Londres a gente entendeu o que estava acontecendo”, acredita Alexandra Nascimento. “Faltava experiência na bagagem e cabeça para levar um jogo até o fim, mesmo jogando contra uma equipe que tem o costume de ganhar. Tudo isso que faltava, acredito que a seleção hoje já tem”, afirma.

Com outras três Olimpíadas na bagagem (Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012), Dara também considera que a equipe chegou ao Rio no auge da preparação. “Nossas partes física, técnica e mental atingiram o melhor momento”, acredita. “Chance real 10 times têm. São três lugares no pódio e o Brasil tem condições de igual para igual de subir nesse pódio como qualquer outra equipe”, aposta.

O técnico Morten Soubak, contudo, prefere não pensar em resultados por enquanto. “Vamos entrar na Olimpíada e fazer o máximo, sabendo que temos uma equipe competitiva, mas também sabendo que esta será a edição de handebol feminino mais forte da Olimpíada. Não tem mais aquele grupo de três ou quatro que podem levar as medalhas. Desta vez é um grupo grande”, resume. Das 14 brasileiras convocadas, apenas três não disputaram a edição de Londres, em 2012: a goleira Babi, a central Franciele e a pivô Tamires.

Masculino

A seleção masculina do Brasil estreia na Arena do Futuro um dia depois das mulheres. Na chave B da competição, os donos da casa jogam no domingo (7.08) contra a Polônia, às 16h40. Em seguida, terão pela frente Eslovênia, Alemanha, Egito e Suécia, ainda na fase de grupos. As quartas de final masculinas serão no dia 17, as semifinais no dia 19 e a disputa do bronze e do ouro no dia 21. No grupo A estão França, bicampeã olímpica e atual campeã mundial, Dinamarca, Croácia, Tunísia, o vice-campeão mundial Catar e a Argentina.

Os brasileiros estiveram presentes na edição olímpica de Pequim, em 2008, quando não conseguiram avançar às quartas de final. O goleiro Maik Santos, mais experiente do elenco, foi o único do grupo atual a competir na China – o pivô Vinícius Teixeira ficou como reserva. Já em 2012, o time de Jordi Ribera não conseguiu a classificação para competir nos Jogos de Londres.

Regras

O handebol masculino estreou nos Jogos Olímpicos em Berlim-1936, sendo jogado em uma quadra fechada desde Munique-1972. Já o feminino teve sua primeira participação em Montreal-1976. São sete atletas de cada lado jogando em dois tempos de 30 minutos cada, com intervalo de 15 minutos. Se houver empate, é realizada uma prorrogação com dois tempos de cinco minutos. O jogo pode ir ainda a uma segunda prorrogação e aos pênaltis, chamados de tiros de sete metros. 

O goleiro é o único autorizado a tocar a bola com os pés, quando estiver dentro de sua área. Enquanto isso, os jogadores só podem segurar a bola por até três segundos e dar no máximo três passos sem quicá-la. Além disso, é proibido pisar na área do goleiro. Do lado de fora da quadra, outros sete atletas aguardam para entrar em ação a qualquer momento. Não há um número máximo de substituições. Em casos de faltas, pode haver cobrança de tiros livres e a suspensão de um atleta pelo tempo de dois minutos.

Em março deste ano, a Federação Internacional de Handebol (IHF, na sigla em inglês) aprovou um novo conjunto de regras que já valerá durante os Jogos Olímpicos do Rio. Entre elas estão a inclusão de um cartão azul como forma de punição, a advertência para um jogo considerado passivo pela arbitragem e as sanções aplicadas nos últimos 30 segundos da partida.

Jogos do Brasil na primeira fase dos Jogos Olímpicos:

Feminino

Sábado (06. 08) - 1ª rodada
9h30 - Noruega x Brasil

Segunda-feira (08.08) - 2ª rodada
16h40 - Brasil x Romênia

Quarta-feira (10.08) - 3ª rodada
9h30 - Brasil x Espanha

Sexta-feira (12.08) - 4ª rodada
9h30 - Angola x Brasil

Domingo (14.08) - 5ª rodada
9h30 - Montenegro x Brasil

 

Masculino

Domingo (07.08) - 1ª rodada
16h40 - Polônia x Brasil

Terça-feira (09.08) - 2ª rodada
16h40 - Brasil x Eslovênia

Quinta-feira (11.08) - 3ª rodada
16h40 - Brasil x Alemanha

Sábado (13.08) - 4ª rodada
16h40 - Egito x Brasil

Segunda-feira (15.08) - 5ª rodada
16h40 - Suécia x Brasil

 

Seleção brasileira feminina:

Goleiras: Bárbara Arenhart e Mayssa Pessoa
Armadoras: Deonise Fachinello, Eduarda Amorim e Mayara Moura 
Centrais: Ana Paula Rodrigues Belo e Franciele Gomes da Rocha
Pontas: Alexandra Nascimento, Fernanda França, Jéssica Quintino, Samira Rocha e Larissa Araújo (reserva)
Pivôs: Daniela Piedade, Fabiana Diniz 'Dara' e Tamires Morena Araújo

Seleção brasileira masculina:

Goleiros: César Almeida "Bombom" e Maik Santos 
Armadores: Haniel Langaro, José Guilherme de Toledo "Zé", Leonardo Santos "Léo", Oswaldo Guimarães e Thiagus Petrus dos Santos
Centrais: Diogo Hubner, Henrique Teixeira e João Pedro da Silva
Pontas: André Martins Soares "Alemão", Fábio Chiuffa e Lucas Cândido
Pivôs: Alexandro Pozzer "Tchê" e Vinícius Teixeira "Vini" (reserva) 

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br