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Ginastica rítmica

20/08/2016 16h22

GINÁSTICA RÍTMICA

Seleção de conjunto bate na trave e, por uma colocação, não avança para a final

Equipe terminou com a nona colocação e não superou o melhor resultado do país, registrado em Sydney e Atenas, com o oitavo lugar

O samba ditou o ritmo da classificatória da ginástica rítmica de conjunto, neste sábado (20.08), na Arena Olímpica do Rio. Tanto na apresentação de cinco fitas quanto na série de arcos e maças, o que mais se viu foram estrangeiras se arriscando em passos tipicamente brasileiros, no intuito de conquistar o público e homenagear o país-sede. As anfitriãs, naturalmente, foram as que mais levantaram a torcida, mas, com uma queda de aparelho na primeira apresentação, por pouco não conseguiram avançar entre os oito melhores grupos para a final de domingo (21).

Entre os 14 países em disputa, o Brasil superou Alemanha, China, Uzbequistão, Grécia e Estados Unidos, alguns deles, como as alemãs e as chinesas, antigos algozes de etapas da Copa do Mundo e de mundiais, para terminar em nono lugar na etapa classificatória. O resultado não permitiu que o elenco superasse a oitava colocação geral obtida em Sydney, em 2000, quando Camila Ferezin, hoje técnica da seleção, integrava a equipe de ginastas. 

Equipe brasileira durante a apresentação das fitas. Foto: Getty Imaages

Em Atenas-2004, o país foi novamente o oitavo antes de terminar em 12º e último lugar em Pequim. Para Londres, em 2012, as brasileiras nem mesmo conseguiram vaga para os Jogos. Por isso, a treinadora destacou o crescimento nacional ao longo dos últimos quatro anos. “A gente fica pensando que, por pouco, não deu para ir à final, que a gente buscou tanto, mas estou feliz. Se a gente olhar para trás, nós conseguimos novamente colocar o Brasil na elite mundial”, ressalta. 

“Foi um período difícil para a ginástica rítmica brasileira. Retomar é difícil, é subir um degrau de cada vez. Agora é trabalhar muito nos próximos quatro anos porque a gente viu que dá certo, que é possível esse sonho. Tenho certeza de que na próxima estaremos entre os cinco melhores do mundo”, aposta a treinadora.

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Equipe russa, uma das fortes candidatas ao pódio no Rio2016. Foto: Getty Images

A prova

Na primeira rotação, a música Aquarela do Brasil, interpretada pela cantora Ivete Sangalo, embalou a apresentação das ginastas com cinco fitas. As brasileiras foram as segundas a entrar no tablado e levantaram o público, mas uma queda de aparelho comprometeu a nota final. Com 15.766 pontos, a equipe viu outros países passarem à frente na tabela parcial, fechando a rotina com a 10ª colocação. Favorita, a Rússia largou na frente e somou 18.283 pontos. “Acho que foi por nervosismo mesmo, a gente viu vários países errando”, comenta Camila.

"Retomar é difícil, é subir um degrau de cada vez. Agora é trabalhar muito nos próximos quatro anos porque a gente viu que dá certo, que é possível esse sonho"
Camila Ferezin

Depois de pouco mais de uma hora de intervalo, as ginastas voltaram ao tablado para a série de arcos e maças. Desta vez, com um mix de músicas brasileiras, as atletas da casa demonstraram mais confiança e passaram pela apresentação sem cometer erros. A arena festejou, as competidoras sorriram para os aplausos e a técnica Camila, no canto do ginásio, pulou e chorou de emoção. A nota, de fato, melhorou em relação à primeira rotação: 16.883, totalizando 32.649 pontos.

“Tivemos falhas no conjunto de fitas, mas a gente se uniu muito e conseguiu dar a volta por cima para fazer uma linda série de arcos e maças”, comemora a ginasta Jéssica Maier. Mesmo sem a vaga na decisão, as brasileiras saíram satisfeitas com o desempenho e, sobretudo, com a chance de competir nos Jogos Olímpicos. “Eu estou realizada. Não dá para acreditar que consegui chegar até aqui e realizar o meu sonho. Demos o nosso máximo na competição. O coração está leve, de dever cumprido”, afirma Emanuelle Lima.

Com coreografias e elementos mais elaborados, a Rússia foi a primeira a confirmar a vaga na decisão, com 35.516 ao todo, antes de ser ultrapassada pelas espanholas, que somaram 35.749. Bielorrússia (35.433), Itália (35.349), Japão (35.149), Israel (34.883), Bulgária (34.182) e Ucrânia (33.816) também estarão na briga pelo pódio neste domingo, a partir das 11h. O Brasil, como primeiro reserva, só entraria para a disputa caso algum país desistisse da prova.

Ana Cláudia Felizola e Michelle Abílio – brasil2016.gov.br