Tenis de mesa
Budapeste 2019
Ranking pós-Mundial mantém Brasil com seis no Top 100 e Calderano no top 10 do tênis de mesa
Seis atletas entre os 100 melhores. Hugo Calderano mantido no Top Ten, agora em oitavo. Thiago Monteiro 20 posições acima, como o 71º do mundo. Gustavo Tsuboi e Eric Jouti em "viés de alta". Um sul-coreano que deu um improvável salto de 84 posições. E a bandeira da China ainda mais hegemônica. Com o fim do Mundial de Tênis de Mesa de Budapeste, no domingo, a Federação Internacional da modalidade (ITTF na sigla em inglês) divulgou, nesta segunda-feira (29.04), a lista atualizada do ranking.
"É sempre bom ter vários jogadores no Top 100 Mundial. Continuamos com ambição de conseguir coisas especiais para o tênis de mesa do Brasil", afirmou Francisco Arado, o Paco, técnico da seleção brasileira masculina. Gustavo Tsuboi, que iniciou o Mundial como 40º, agora é o 37º, perto de sua melhor posição na carreira, de 33º, registrada em novembro de 2014. Eric Jouti, que caiu na fase com os 64 melhores do mundo no Mundial de Budapeste, passou de 74º para 68º.
A pontuação dos atletas leva em conta diversos fatores, em especial os oito melhores resultados de cada atleta nos últimos 12 meses e as vitórias em cada partida de torneios credenciados pela ITTF. Em alguns casos, como o Mundial, conta também o comparativo entre as performances dos mesatenistas na última edição da competição. O último Mundial individual havia sido em 2017, na Alemanha.
"Essa subida é muito bacana depois de tanto tempo treinando duro e tentando voltar para a seleção principal. Esse ranking é uma pequena vitória que nos estimula a continuar treinando forte no dia a dia"
Thiago Monteiro
Até em função disso, ninguém entre os brasileiros teve subida tão significativa quanto o experiente Thiago Monteiro, de 37 anos. Como não disputou o Mundial de 2017, não defendia pontos. E, na Hungria, venceu suas duas partidas no grupo do qualifying e só caiu na primeira rodada da chave principal, com os 128 melhores, depois de partida de grande equilíbrio contra o português Marcos Freitas, 26º do mundo. Foram 4 sets a 1 e quase todas as parciais definidas pela diferença mínima (10/12, 10/12, 11/9, 11/13 e 8/11).
"Essa subida é muito bacana depois de tanto tempo treinando duro e tentando voltar para a seleção principal. Esse ranking é uma pequena vitória que nos estimula a continuar treinando forte no dia a dia", afirmou Thiago Monteiro. Vitor Ishiy, o quinto representante brasileiro na equipe nacional que foi ao Mundial, teve leva variação para baixo, de 126º para 131º.
O mês de maio é um dos mais carregados do calendário de 2019 da ITTF, e por isso tem o potencial de promover mudanças significativas para a lista de junho. Estão no roteiro o Aberto da Sérvia, em Belgrado (1 a 5 de maio), o Aberto da Eslovênia, em Otocec (8 a 12) e o Aberto da Croácia, em Zagreg (14 a 18). Isso além da fase asiática, com o Abertos da Tailândia, em Bangkok (15 a 19) e o Aberto da China, este último com a etiqueta Platinum, que vale mais pontos. Será em Shenzhen, de 28 de maio a 2 de junho.
Hugo no Top ten
Hugo Calderano até teve em 2019 o melhor desempenho de sua carreira em mundiais. Chegou pela primeira vez às oitavas de final e acumulou, por isso, 1.200 pontos. O problema dele é que dois atletas que estavam logo atrás no topo do ranking tiveram performances ainda mais expressivas. O chinês Ma Long, número 11, chegou ao terceiro título em sequência, e pulou para a quinta posição. O também chinês Liang Jingkun, que era o nono, só parou na semifinal do Mundial e pulou para sexto. Hugo só não caiu duas posições porque o sul-coreano Lee Sangsu, que era o sexto e havia sido semifinalista no Mundial de 2017, desta foi eliminado nas quartas de final e pulou para a décima posição.
"Esse sobe e desce faz parte. Não é porque estou em oitavo em vez de décimo ou sexto que estou jogando melhor ou pior. O mais importante é continuar evoluindo e os resultados vão vir"
Hugo Calderano
"Esse sobe e desce faz parte. Não é porque estou em oitavo em vez de décimo ou sexto que estou jogando melhor ou pior. O mais importante é continuar evoluindo e os resultados vão vir", afirmou Calderano. Para ele, mais que a credibilidade e o respeito de ser Top Ten, manter-se entre os melhores é um objetivo de médio prazo visando a uma posição de destaque no sorteio da chave dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, em 2020. "É muito diferente você ser o cabeça de chave número quatro, número cinco, ou o número 11, 12. Isso pode te dar a chance de pegar adversários bem mais difíceis só mais à frente do torneio", disse.
Feminino
As duas brasileiras presentes no Top 100 Mundial seguem sendo Bruna Takahashi e Lin Gui. Bruna, que teve boa participação no Mundial e caiu na fase com os 64 melhores, variou para baixo de forma sutil, da 64ª para a 69ª posição. Gui Lin manteve-se na fronteira do Top 100, com a 99ª colocação.
Topo chinês
O topo do ranking mundial esta ainda mais recheado de bandeiras da China no período pós Mundial. No masculino, cinco dos seis primeiros lugares são do país asiático. O único intruso na lista é o japonês Tomokazu Harimoto, que se manteve em quarto. A liderança segue, pelo décimo quarto mês consecutivo, com Fan Zhendong, mesmo com o atleta tendo caído nas oitavas de final do Mundial e tendo sido finalista na edição de 2017. A segunda colocação, agora, é de Lin Gaoyuan, que passou seu compatriota Xu Xin.
No feminino, cinco chinesas entre as cinco primeiras. Mesmo eliminada na semifinal, Ding Ning segue na liderança da listagem, com 15.465 pontos, seguida por Chen Meng, uma das finalistas em Budapeste, que saiu da terceira para a segunda colocação, e por Wang Manyu. A campeã mundial Liu Shiwen pulou da quinta para a quarta posição.
O case An Jaehyun
O destaque dos destaques do ranking de abril não foi nem brasileiro nem chinês. O sul-coreano An Jaehyun pulou nada menos que 84 posições. Ele era o 157º da lista da ITTF. Agora, é o 73º. E não sem merecimento. An Jaehyun viveu em Budapeste uma das histórias mais inesperadas. Chegou ao Mundial como um ilustre desconhecido. Aos 19 anos, estreava na competição. Sem marcas expressivas no currículo adulto, entrou no Mundial pela "porta dos fundos", no qualifying.
Disputou uma fase de grupos com dois jogos, contra Emir Garyagdyyev, do Turcomenistão, e diante de Alexander Valuch, da Eslováquia. Ganhou os dois. Precisou ainda de uma terceira partida, eliminatória, diante do ucraniano Yaroslav Zhmudenko, para garantir vaga na chave principal, com os 128 melhores. Venceu por 4 a 0.
Já na chave principal, seguiu escrevendo uma história sem precedentes. Estreou contra Wong Chung Ting, 14º do mundo, e venceu por impressionantes 4 a 0. Encarou na sequência um sueco habilidoso e conhecido no circuito, Truls Moregard, e saiu com nova vitória, por 4 a 2. Enfrentou o austríaco Daniel Habesohn (29º) entre os 32 melhores: nova vitória por 4 a 2. Nas oitavas, seu maior feito: eliminou o japonês Tomokazu Harimoto, número quatro do mundo e um fenômeno da modalidade: 4 a 2. Nas quartas, tirou outro atleta do Top Ten, o compatriota dele Jang Woojin (10º), em 4 sets a 3. Só parou na semifinal, batido pelo sueco Mattias Falck, mas vendeu caro: 4 sets a 3.
Galeria de fotos (imagens disponíveis para download em alta resolução e uso editorial gratuito. Crédito: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)
Gustavo Cunha - rededoesporte.gov.br