Tenis
Parque Olímpico da Barra
Quadra principal do Centro de Tênis é batizada com o nome de Maria Esther Bueno
São 19 títulos em Grand Slams, uma história dedicada ao tênis e, claro, muitas emoções e homenagens. Mas, aos 76 anos, Maria Esther Bueno diz ter vivido neste sábado (12.12) uma das experiências mais fantásticas de sua vida: a quadra principal do Centro Olímpico de Tênis, no Parque Olímpico da Barra, foi batizada com o nome da maior tenista brasileira de todos os tempos.
“Durante a vida, a gente tem várias emoções assim inacreditáveis, você acha que nada supera aquela grande emoção, e a vida apresenta uma surpresa. Hoje foi fantástico, uma das maiores homenagens da minha vida, fico orgulhosa de poder ter representado bem o Brasil na vida inteira e, principalmente, para a mulher brasileira foi uma grande vitória. Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida”, disse Maria Esther.
Outro grande nome do esporte no país também não conteve o sorriso ao entrar no palco olímpico dos Jogos Rio 2016. Gustavo Kuerten, vencedor de três edições de Roland Garros (1997, 2000 e 2001) e ex-número 1 do mundo, afirmou que a estrutura esta à altura das arenas onde se jogam os principais torneios internacionais.
“Aqui dentro a gente se sente num Grand Slam, é muito próximo e acho que é uma estrutura digna dos maiores torneios do mundo. Quando eu pisei, a vontade era ligar pro Larri (Passos) e perguntar: ‘faltam seis meses, ainda dá tempo?’. Jogar no meu país, nas Olimpíadas, em um estádio como esse, seria inesquecível”, disse Guga.
Investimentos e legado
De acordo com a última atualização da Matriz de Responsabilidades, o investimento no Centro Olímpico de Tênis é de R$ 191,1 milhões para a construção, além de R$ 10,6 milhões para a manutenção do local. Desse total, R$ 175, 4 milhões são do governo federal e R$ 26,3 milhões vêm da Prefeitura do Rio de Janeiro. Presente na inauguração da quadra com o nome de Maria Esther, o ministro interino do Esporte, Marcos Jorge, destacou a importância do investimento.
“É fundamental para o desenvolvimento do tênis brasileiro. São mais de R$ 175 milhões do governo federal investidos aqui que estão garantindo que o nosso esporte não só tenha mais desenvolvimento, mas que também possamos acolher o mundo inteiro durante os Jogos”, disse.
Para o Rio 2016, o complexo terá 16 quadras. No modo legado, permanecerão nove: a principal se manterá com 10 mil lugares, a segunda maior, para cinco mil pessoas, será desativada e a terceira maior, com três mil lugares, ficará após os Jogos sem as arquibancadas. Sete das outras treze quadras, com 250 lugares cada, também ficarão no complexo para disputa de partidas. As outras servirão para treinamento e aquecimento.
“Você tem a quantidade de quadras necessária para fazer o desenvolvimento, a iniciação e o palco para os grandes eventos. Depois de ser exposto ao melhor que tem no mundo durante os Jogos, a população com certeza vai procurar a prática esportiva e o desenvolvimento. E aí a gente conta com estrutura para fazer futuros Gugas e Marias Esther Bueno” disse o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser.
Guga também reforçou que os Jogos serão um grande estímulo para a prática do esporte no país. O desafio, segundo ele, é encontrar o melhor caminho para uso e manutenção do Centro Olímpico. “Vira uma responsabilidade imediata de cuidar desse espaço da melhor forma possível. É uma oportunidade imensa para o tênis brasileiro, mas que não depende só da quadra, depende de outros fatores e precisamos continuar trabalhando e evoluindo para aproveitar essa alma de Grand Slam”, disse Guga.
Proposta de uso
O presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Jorge Lacerda, disse que a entidade tem uma proposta de uso do espaço. O projeto, segundo ele, já foi apresentado ao prefeito Eduardo Paes, ao governo do estado, e será apresentado com detalhes ao Ministério do Esporte.
“Queremos transformar (o Centro Olímpico) na casa do tênis nacional, trazer a administração da entidade para cá, saindo de São Paulo. Queremos que seja o Centro de Treinamento e queremos trazer pra cá os maiores eventos do Brasil. O objetivo é que a comunidade do tênis assuma esse espaço. Os tenistas viajam muito, mas precisam ter um local quando estão no Brasil. É juntar todo mundo aqui, e também a comunidade, porque as quadras permanecem públicas. Vamos ter fisioterapia, médico, preparação física, tudo que um grande centro reúne”, disse Jorge Lacerda.
Ele explicou que a proposta foi inspirada na experiência francesa. “A gente fez nosso estudo com base no que foi feito na França. Roland Garros é um local público da prefeitura de Paris, cedido por 50 anos para a Federação Francesa. Estamos mostrando que tem viabilidade financeira, que a gente banca sem verba pública, acho que isso é bastante importante”.
“Recebi na quinta à noite a proposta. Precisamos ter de fato alguém que ocupe isso aqui com a finalidade esportiva, mas que também mantenha depois. O governo é o pior ente para manter. Nossa ideia é trabalhar em parceira com a Confederação Brasileira, mas tem que mostrar viabilidade para cuidar disso”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.
O Centro Olímpico de Tênis recebe, até este sábado, o Brasil Masters Cup 2015, evento-teste da modalidade para os Jogos Rio 2016. A instalação será a sede das competições de tênis olímpicas e paralímpicas no ano que vem, além do futebol de 5.
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br