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Natação

13/09/2016 20h39

Natação

Pódio duplo: Andre Brasil e Phelipe Rodrigues conquistam prata e bronze nos 100m livre

Acostumados às melhores posições na classe S10, brasileiros exaltam dobradinha nos Jogos Paralímpicos em casa. Chineses quebraram quatro recordes mundiais na noite desta terça

Pódio duplo não é novidade para Andre Brasil e Phelipe Rodrigues, que nos últimos anos anos vêm dividindo o protagonismo na classe S10 da natação paralímpica no país e em muitas competições internacionais. Conquistar as primeiras posições juntos em Jogos Paralímpicos no Brasil que é a situação inédita. E bastante especial para os dois. Nesta terça-feira (13.09), no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, Andre garantiu a prata nos 100m livre com 51s37, e o bronze foi para Phelipe Rodrigues (51s48). A prova foi vencida pelo ucraniano Makym Krypak, nadando para 51s08.

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Phelipe Rodrigues (E) e Andre Brasil subiram juntos no pódio dos 100m livre S10 no Estádio Aquático. Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br

“Nós dividimos pódio desde 2008 em todas as competições internacionais e nacionais. Estar aqui no Brasil, dividindo com outro brasileiro é uma coisa surreal, não tem como explicar mesmo”, disse Phelipe.

Esta foi a quinta medalha paralímpica de Phelipe, que conquistou a prata nos 50m livre na atual edição. Andre garantiu a 12ª, sendo a segunda no Rio 2016, já que ficou com o bronze nos 100m borboleta no dia anterior. Nas primeiras provas que disputou - 50m livre e 100m costas -, ele amargou dois angustiantes quartos lugares. Para Andre, o pódio duplo já deveria ter ocorrido.

“Faltou esse momento para o Brasil nos 50m livre, independentemente da cor da medalha. Culpa minha de não ter me apresentado, eu estava irreconhecível naquele dia e não fizemos a dobradinha. Subir juntos ao pódio é mais que uma dobradinha que a gente faz. Já é o meu companheiro de longa data. Daqui a alguns anos eu quero passar o bastão para ele e ele vai dar continuidade a tudo isso”, afirmou.

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Acostumados a dividir o pódio, Phelipe e Andre se abraçam na piscina após conferir o resultado. Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br


Alto nível

Os atletas também destacaram o alto nível da prova e a evolução do esporte paralímpico. "O esporte é muito trabalho, dedicação. Hoje tem quatro caras na casa dos 51s. Há oito anos, eu ganhei a prova com 51s6 e hoje fiquei em segundo com 51s3. Você pode ver toda a evolução que o esporte teve. Fico feliz em fazer parte dessa transformação e dessa festa. Nunca mais vamos ver um público como esse. Que a gente possa aproveitar esse momento", disse Andre.

A forte cobrança pessoal é algo que o brasileiro não perdeu ao longo dos anos. “Hoje vou me cobrar um pouco. Nós estávamos na frente. Eu não sei o que aconteceu, não consegui encaixar uma braçada mais alongada e esticada como geralmente faço. Achei que iria chegar na casa dos 50s. Era a minha meta".

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Os brasileiros nadaram lado a lado na final dos 100m livre S10. Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br


Phelipe gostou tanto da sensação de disputar uma competição desse porte em casa que abriu mão de um ritual que costuma seguir. O rock pesado que escuta antes de cair na piscina deu lugar ao carinho do público. “Eu costumava entrar de fone, para me concentrar bem, e estou fazendo questão de entrar sem, para sentir a torcida como se fosse uma força. Na primeira vez que fui nadar, os 50m livre, eu estava supernervoso. Quando entrei e ouvi falando o meu nome, fiquei arrepiado”, contou o atleta.

A espera de Talisson pelo bronze

Talisson Glock foi o primeiro brasileiro a pular na piscina na noite desta terça. O catarinense de 21 anos terminou os 400m livre S6 em quarto lugar, com 5m17s24. A prova foi vencida pelo italiano Francesco Bocciardo, em 5m02s15. O holandês Thijs van Hofweegen fez o segundo melhor tempo, 5m07s82, e o cubano Lorenzo Escalona ficou em terceiro, 5m14s44.

“Os 400m e os 100m livre são provas que nado porque gosto, não tenho expectativa. O 400m é uma prova que venho tirando dos meus treinos. Fico meio chateado com o tempo, porque tenho 5min13s, que se eu tivesse feito, teria sido o bronze. Mas tudo é experiência”, disse.

Ele comentou a espera da confirmação do bronze nos 200m medley. Nesta segunda (12.09), Talisson havia ficado em quarto na prova, mas o colombiano Nelson Crispin foi desclassificado e o brasileiro herdou o terceiro lugar. A Colômbia, entretanto, entrou com recurso, e o resultado do julgamento - que manteve a desqualificação - só foi conhecido pelo brasileiro na manhã de terça.

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Talison Glock sorri com a primeira medalha paralímpica da carreira no peito. Foto: André Motta/Brasil2016.gov.br


“Saiu de madrugada, fiquei sabendo hoje de manhã. Fico contente, foi minha segunda melhor marca. Foi um ano de trabalho e o resultado mostrou que a gente não tem que nadar pensando na medalha, ela é uma consequência. A desclassificação mostra isso. Todo mundo podia errar”, afirmou. A entrega de medalhas foi realizada nesta terça e Talisson foi ovacionado pelos brasileiros ao receber o bronze.

Mais três brasileiros nadaram no Estádio Aquático nesta noite. Nos 200m medley SM7, a brasileira Verônica Almeida foi desclassificada. Mariana Gesteira disputou os 100m livre S10: a carioca de 21 anos terminou em sétimo, com 1m02s75.  Nos 50m livre masculino S9, Ruiter Silva terminou na sétima colocação, com 26s62

Domínio chinês e outros recordes

China e recorde mundial foram sinônimos em vários momentos. Bozun Yang fez a melhor marca nos 100m peito SB11 com 1m10s08, superando o tempo que ele havia feito em Londres 2012 (1m10s11). Na mesma prova para mulheres, o recorde mundial foi quebrado por Xiaotong Zhang: 1m23s02. Pouco depois, Cong Zhou nadou para 1m02s90 e estabeleceu a nova marca do mundo para os 100m peito S8. Nos 50m livre S3, Wenpan Huang diminuiu os 40s51 que havia feito nesta manhã para 39s24.

A ucraniana Yelyzaveta Mereshko bateu o recorde paralímpico dos 400m S6 ao vencer a prova na noite desta terça com a marca de 5m17s01. Nos 100m livre S10, foi a vez da canadense Aurelie Rivard estabelecer o novo recorde da competição, com 59s31. Outro atleta que bateu recorde paralímpico foi Uladzimir Izotau, de Belarus, nos 110m peito SB12. A marca anterior era dele, de Londres (1m07s28), e agora passou a ser 1m06s82. A noite de recordes seguiu com a britânica Stephanie Millward e a melhor marca da competição nos 100m peito S8 (1m13s02) e com a norte-americana Michelle Konkoly nos 50m livre S9 (28s29).

Breno Barros, Carol Delmazo e Vagner Vargas - Brasil2016.gov.br