Oito medalhistas do Rio 2016 lideram a delegação que vai ao Mundial de Natação Paralímpica

Terminou neste domingo, 6.08, a segunda etapa do circuito nacional de Atletismo, Halterofilismo e Natação paralímpicos. O evento foi a última chance para a obtenção de índices para o Mundial de Natação Paralímpica. A competição ratificou a classificação de oito medalhistas nos Jogos do Rio 2016 para o evento, que será disputado entre 30 de setembro e 6 de outubro, na Cidade do México. O Circuito contou com a participação de cerca de 600 atletas e foi disputado no CT Paralímpico Brasileiro, em São Paulo.

Torneio no CT Paralímpico de São Paulo foi a última oportunidade de obtenção de índices para o Mundial do México. Foto: Leandro Martins/MPIX/CPB

Dos 13 nadadores que subiram ao pódio na última edição dos Jogos, Daniel Dias, Andre Brasil, Phelipe Rodrigues, Talisson Glock, Ítalo Pereira, Matheus Rheine, Joana Neves e Patrícia Pereira carimbaram o passaporte para o México. Ao todo, 15 atletas garantiram a vaga com índices em provas individuais. Mais três serão chamados para a composição de revezamentos. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgará a relação completa de convocados nesta semana.

"Os índices são muito fortes, baseados nos resultados dos Jogos Paralímpicos. Quem conseguiu a marca aqui está nadando em altíssimo nível"

Leonardo Tomasello, técnico-chefe da natação

"A estratégia era a de manter os índices fortes desde o início do ciclo. Quem está classificado certamente tem muita possibilidade de chegar ao México com chance de medalha. Os atletas estão bem posicionados no ranking mundial, já que os índices eram baseados nos resultados dos Jogos Paralímpicos. Quem conseguiu a marca aqui está nadando em altíssimo nível", disse Leonardo Tomasello, técnico-chefe da natação no CPB.

O multimedalhista Daniel Dias confirmou a boa forma. No sábado, ele registrou a melhor marca do mundo nesta temporada nos 50m costas e venceu ainda os 200m livre. Atual campeão paralímpico da distância, Daniel Dias cumpriu os 50m costas, classe S5, em 35s84. O tempo é 11 centésimos mais rápido do que os 35s95 por ele estabelecidos na etapa de Indianápolis (Estados Unidos) da World Series do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), em junho. Marca que o deixou satisfeito e otimista para o caminho que o levará à capital mexicana.

"Os 50m costas foram muito bons. Houve pouco tempo de treino, porque tirei algumas folgas depois dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Mas, de qualquer forma, já pude fazer marcas próximas às que fiz no ano passado, então fico feliz com o desempenho", disse Daniel, que ainda voltou à piscina e venceu os 200m livre em 2min34s79.

Bom precedente

Nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, a natação paralímpica brasileira conquistou 19 medalhas - quatro de ouro, sete de prata e oito de bronze. A modalidade foi a segunda que mais contribuiu com pódios para a delegação do Brasil.

"Minha avaliação é de que foi uma competição muito boa, após uma fase dura pós-Jogos Rio 2016, até de incerteza sobre continuar ou não no esporte. Engrenei um pouco melhor no treino e daria nota 7 para a minha participação, por causa dos resultados. Há ajustes a serem feitos e temos sete, oito semanas para corrigir até a viagem ao México", disse Andre Brasil, que viajará para o quinto Mundial de Natação.

Halterofilismo

Maria Rita Martins de Oliveira foi o destaque no halterofilismo neste domingo. A mineira de 18 anos bateu o recorde brasileiro júnior da categoria até 79kg duas vezes e garantiu o ouro. Ela, que levantou 63kg na terceira tentativa, é uma das oito atletas convocadas para o Mundial Júnior da modalidade, que será disputado no fim de setembro, na Cidade do México.

Atletismo

Treze quebras de recorde marcaram a competição. Sete deles (cinco no campo e dois nas provas de pista) foram conquistados na manhã deste domingo. Caio Vinicius (Inclusivo/SP) alcançou 15,68m no arremesso de peso, classe F12. A melhor marca da carreira do atleta de Limeira, no interior de São Paulo, também o consagrou como recordista das Américas.

"Eu já estava engasgado para fazer essa marca há muito tempo. Venho fazendo-a nos treinos e faltava alcançar em competição. Agora, vamos iniciar um ciclo de base e já focar no ano que vem para melhorar cada vez mais", disse. Todos os recordes das Américas ainda serão submetidos à homologação do IPC (sigla em inglês do Comitê Paralímpico Internacional).

Pódio da disputa por equipes da esgrima, com Rio Grande do Sul em primeiro, seguido de São Paulo e Paraná. Foto: Leandro Martins/MPIX/CPB

Esgrima em cadeira de rodas

O Rio Grande do Sul e o Paraná sagraram-se campeões da disputa por equipes do florete na II Copa Brasil de esgrima em cadeira de rodas. O resultado marcou o encerramento da competição, realizada desde a sexta-feira, 4.08, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Cerca de 40 atletas de seis Estados participaram da etapa.

Os gaúchos levaram a melhor no masculino, na manhã deste domingo. Vanderson Chaves, Fabio Damasceno, Rhamon Fernandes e Maurício Stempaniak formaram a equipe do Rio Grande do Sul. Na final, eles bateram São Paulo por 45 a 33. Os paulistas contaram com Maicon Martins, Marcelo Mota, Lenilson Oliveira e Alex Souza.

No feminino, o Paraná foi campeão. Compuseram o time paranaense Patrícia Berlim, Karina Maia, Scheila Mattik e Suelen Rodolpho. Elas derrotaram a equipe do Rio Grande do Sul, que era formada por Paula Lubianca, Rudneia Manica, Ana Elisa Paz e Mônica Santos.

Esta foi a última oportunidade de a comissão técnica da Seleção avaliar os atletas em um evento no país. O calendário reserva-lhes somente a participação na etapa da Copa do Mundo de Atlanta (EUA), no início de setembro. O Campeonato Brasileiro ocorrerá no fim de novembro, após o término do Mundial de Roma.

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro