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14/08/2016 03h23

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No vôlei masculino, Brasil perde para a Itália e se complica nas Olimpíadas

Equipe encara a França nesta segunda-feira e precisa vencer para se garantir nas quartas de final e evitar uma eliminação precoce em casa

Depois de se apresentar com vitórias diante do México (3 x 1) e Canadá (3 x 1) e de perder para os Estados Unidos (1 x 3), a Seleção Brasileira masculina de vôlei voltou à quadra do Maracanãzinho na noite deste sábado (13.8) para seu quarto compromisso nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e o resultado complicou a vida da equipe na competição.

Do outro lado da rede estava um velho conhecido do Brasil, um time contra o qual a Seleção já havia jogado oito vezes em Olimpíadas e triunfado em todas as ocasiões, mas que, no Rio, estava disposto a mudar essa escrita. E ao final do duelo foi exatamente isso o que aconteceu.

O italiano Simone Buti encara o bloqueio de Lucão. Foto: Getty Images

A Itália, que antes de enfrentar o Brasil vinha de três triunfos nas Olimpíadas – sobre França, Estados Unidos e México – sendo a única equipe invicta no grupo A, segue sem perder no Rio 2016. Nesta madrugada, a equipe venceu por 3 x 1, de virada, com parciais de 23/25, 25/23, 25/22 e incríveis 25/15 no último set, e já garantiu a classificação antecipada para as quartas de final. Wallace, com 17 acertos, e Lucarelli, com 15, foram os maiores pontuadores do Brasil. Pela Itália, Ivan Zaytsev (20) e Osmany Juantorema (15) foram os que mais marcaram.

O Brasil, por outro lado, volta ao Maracanãzinho nesta segunda-feira (15.8), às 22h35, contra a França, em um jogo determinante para o futuro da equipe nos Jogos Olímpicos. “Temos que pensar agora é o seguinte: é reagrupar e segunda-feira é decisão. É vida ou morte. Estamos com as costas na parede”, afirmou o técnico Bernardinho.

Para o treinador, o mais importante é que a equipe trabalhe unida para que o time possa ter serenidade para suportar a pressão e vencer a França de modo a garantir uma vaga na próxima fase.

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Lipe e Serginho: união do grupo será determinante para o duelo contra a França. Foto: Getty Images

“Mais do que nunca nós temos que estar juntos, lutarmos juntos, trabalharmos e acharmos soluções juntos. Já vimos tantas equipes passarem por situações dessa natureza e reverterem. Então a gente tem que ter essa força. Alguns jogadores vão ter importância enorme nesse processo. O Sérgio, o próprio Bruno, o Éder, que não tem experiência olímpica, mas é um jogador de grande experiência. É uma decisão na segunda-feira e temos 48 horas para nos preparar individual e coletivamente para essa decisão”, prosseguiu o treinador.

Para o levantador e capitão Bruninho, o Brasil atuou abaixo do que a equipe é capaz. “A gente não conseguiu desempenhar aquilo que a gente sabe fazer”, reconheceu. Para ele, há um nervosismo incomum na equipe que precisa ser controlado. “A gente não precisa jogar mais do que a gente jogava, do que a gente jogou na Liga Mundial (quando o time foi vice-campeão). Acho que esse peso e esse nervosismo a gente está carregando uma coisa que a gente não precisa”, analisou.

Bruninho admitiu que deixou a quadra decepcionado com o que a Seleção apresentou no quarto set contra os italianos, mas ressaltou que é preciso deixar tudo isso para trás e olhar para frente. “Acho que os três primeiros sets foram sets jogados, mas a gente tem cometido erros bobos, muitas redes, muitas coisas infantis de certa forma. E o quarto set houve uma perda total de lucidez e eu falo da minha parte. Acho que errei a distribuição total ali. Foi um momento complicado. Perdemos mesmo a cabeça, o foco, a lucidez, e agora a gente só tem uma chance. Esse quarto set foi muito frustrante e a gente fica decepcionado. De certa forma, todo o nosso trabalho, todo o nosso sacrifício, hoje a gente traiu tudo aquilo que a gente fez. A gente não colocou em prática tudo aquilo que a gente pode, que a gente sabe, só que acabou. A gente tem uma chance e tem que ir com tudo nessa chance”, desabafou.

O jogo

Em um ginásio totalmente lotado, o  primeiro set foi marcado por muitos saques errados. Foram 15 saques na rede ou para fora, oito do Brasil e sete da Itália. Para se ter uma ideia de como as equipes começaram sacando mal, dos sete primeiros pontos da Seleção, cinco foram de erros nos saques dos rivais.

Na reta final da primeira etapa, o Brasil se viu em uma situação delicada quando a Itália estampou 23/21 no placar. Mas com os italianos errando no saque e o Brasil tendo se acertado na parte defensiva, a Seleção conseguiu virar e fechou em 25/23 para incendiar a torcida que lotou o Maracanãzinho.

No segundo set, o equilíbrio se manteve até o 9/9, quando a Itália fez quatro pontos seguidos e abriu a maior vantagem da partida até então, com 13/9. O Brasil, entretanto, não se abalou e com Lipe no saque tirou a diferença e virou o placar em 15/14. A partir daí, o jogo seguiu equilibrado até o 23/23, quando a Itália, sacando bem, conseguiu quebrar o passe do Brasil e fechou o set em 25/23 igualando tudo no placar.

No terceiro set, o Brasil fez seu melhor início de jogo. Com Lipe no saque, a Seleção abriu 3/0 e, depois, ampliou a vantagem para 5/1. A Itália, contudo, não se abalou. Ajustando o sistema defensivo e melhorando o saque, os adversários empataram em 10/10 e abriram 15/12. A Seleção igualou o placar em 17/17 e o jogo seguiu empatado até o 20/20, quando os italianos abriram dois pontos de vantagem e pressionaram o Brasil. Com pouco tempo de reação para os brasileiros, a Itália só teve que administrar a vantagem para fechar o set em 25/22 e virar o placar no Maracanãzinho, complicando a partida para os donos da casa.

Abalado, o Brasil fez, no quarto set, sua pior apresentação no jogo. Os italianos rapidamente abriram 18/10 e a vantagem cresceu ainda mais até o final do confronto, quando eles cravaram 25/15, selaram o triunfo sobre a Seleção Brasileira e confirmaram a invencibilidade nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Na segunda-feira, no fechamento da fase classificatória do Grupo A, além de Brasil x França, os Estados Unidos enfrentam o México às 11h35 e a Itália encara o Canadá, às 20h30.

Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br