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Geral

08/11/2018 13h46

Madri 2018

"No encalço" dos melhores, Brasil encerra participação no kata por equipe

Time feminino perdeu na segunda rodada para a forte equipe da Turquia. No masculino, derrota para a Rússia, atual vice-campeã europeia

Sabrina, Carolaini e Izabel são sincronizadas até para entrevistas. Uma pega carona e completa o pensamento da outra. Pudera. Há nove anos as jovens treinam juntas o kata por equipe, modalidade que exige um misto de características que parecem até antagônicas, como leveza e força, equilíbrio e agressividade. E muita, muita sinergia entre as atletas. 

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Meninas do Brasil em ação: sincronia e habilidade no kata por equipe. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

Nesta quinta-feira, no Mundial de Caratê de Madri, elas fizeram o que sabem melhor. Na estreia, bateram a seleção dos Emirados Árabes, que fez final recententemente em etapa da Premier League, por 5 x 0. Na sequência, tiveram pela frente o tradicional time da Turquia, frequentador assíduo de pódios no circuito internacional. Escolheram o kata mais ousado, o mais difícil. Fizeram tudo na sintonia certa, mas ainda faltou algo para encantar os árbitros. O resultado foi 4 x 1 para as adversárias.

"A gente fez um papel muito bom. Se o Brasil fosse um pouquinho mais conhecido no cenário internacional, a gente poderia ir até mais longe", avaliou Carolaini Zefino. "Nossa equipe é nova. Tem tempo pela frente para agregar. Aqui tem os melhores de cada país. O que a gente treinou, a gente fez", completou Sabrina Zefino, irmã de Carolaini. "Usamos nosso melhor kata, com maior grau de dificuldade. É um kata explosivo e com delicadeza, sutileza. Exige muito equilíbrio", emendou Izabel Cardoso.

"Nossa equipe é nova. Tem tempo pela frente para agregar. O que a gente treinou, a gente fez"
Sabrina Zefino

Para o técnico Klemerson Chagas, a própria feição das atletas turcas depois da competição contra as brasileiras indica que o trabalho nacional está no caminho correto. "Essas meninas da Turquia sobem ao pódio em muitos eventos internacionais. Hoje saíram até um pouco perdidas, reclamando uma com a outra. A arbitragem foi justa, mas elas sabem que a gente está no encalço", afirmou o treinador, que elogiou o trabalho realizado pelas atletas no estado e no período de trabalho com a seleção.

"Elas fazem o trabalho no dia a dia, no estado delas. Quando chegam para a seleção, tentamos colocar tudo num formato mais profissional de trabalho. Começamos a empregar um sistema tático, estratégico de competição. E isso não é só na escolha do que vão fazer, mas no ritmo. Onde coloca mais força, onde tira. A avaliação do kata se divide na parte técnica (oito critérios) e na parte atlética (quatro critérios). Elas absorveram muito rápido. Com maturidade em cima disso, podem ir ainda mais longe", avaliou.

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Isabela, Sabrina e Carolaini logo depois da apresentação: muito trabalho para as adversárias. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

Filmar para superar

Na primeira fila da arquibancada lateral do Wizink Center, um trio de brasileiros filmava de pertinho toda a atividade no tatame 1 do Mundial. Klemerson Chagas, Brendon Almeida e Guilherme Augusto da Silva captavam cada movimento de atletas e arbitragem não com olhar de fãs, mas de quem quer voltar logo ao Brasil e estudar cada movimento para superar os adversários. O trio que representou o Brasil no kata por equipes caiu na primeira rodada, superado pela equipe da Rússia, vice-campeã europeia, por 5 x 0.

Foram eliminados, mas não perderam tempo. "Na verdade, a gente tem de analisar o nível atlético, o nível técnico de cada equipe, para a gente melhorar e ultrapassar. Por isso a gente grava, não para copiar, mas para sentir a diferença entre uma equipe e outra, o que a arbitragem está gostando mais, qual está se destacando, qual mais forte, mais técnica. Tem todo um contexto", afirmou Guilherme.

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Brendon, Lucas e Guilherme: filmando no celular e mentalmente os adversários para superá-los. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

"Este é o meu segundo Mundial. Estava com o Guilherme em 2016. De lá para cá, muita coisa mudou. Teve equipes que a gente viu há dois anos e os caras estavam em outro nível. Apareceram aqui batendo mais forte, mais rápidos. Esse é o nosso objetivo: observar para ser superior. Corrigir o que houve de errado. E sempre pensar em evoluir", disse Brendon.

Estreante em mundiais, Lucas Santos também captava cada detalhe para não deixar a chance escapar. "É meu primeiro Mundial adulto. Tudo é diferente. É alto demais o nível. Um outro universo. Demos o nosso melhor, mas não deu dessa vez", afirmou o atleta, que treina com os outros dois em Jaboticabal (SP). A definição dos campeões por equipe, no masculino e no feminino, será no domingo.

Galeria do kata no Mundial de Caratê Madri 2018: imagens disponíveis em alta resolução para uso editorial gratuito (crédito obrigatório: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Kata - Mundial de Caratê Madri 2018  

Infográfico - Mundial de Caratê Madri 2018


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lickr do Ministério do Esporte: imagens disponíveis em alta resolução para uso editorial gratuito (crédito obrigatório: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Mundial de Caratê Madri 2018

Ca

Gustavo Cunha, de Madri, na Espanha - rededoesporte.gov.br