Natacao paralímpica
TORONTO 2015
Natação fecha terceiro dia de Parapan com 18 medalhas e um pódio 100% Brasil
Pelo terceiro dia consecutivo, a natação do Brasil não deu espaço aos adversários no Parapan de Toronto. Nesta segunda-feira (9.08), 25 atletas entraram na piscina em 16 provas e voltam para casa com mais 18 medalhas, sendo seis ouros, três pratas e nove bronzes. A jornada reservou espaço para quebra de recordes e um pódio 100% brasileiro: Matheus Silva, Vanilton Nascimento e Ruiter Silva foram ouro, prata e bronze nos 50m livre S9.
“A gente conversou antes da prova e pensamos: 'Imagina se fechamos esse pódio'. Falei com o Matheus: 'Vamos pra cima'”, disse Vanilton que baixou o tempo que fez no Mundial disputado em Glasgow, na Escócia, em julho. “A gente vem há um tempo disputando essa prova e termos subido juntos ao pódio é só a confirmação de que o Brasil está no rumo certo”, afirmou Matheus.
O dia foi de satisfação também para Phelipe Melo, que fez dobradinha no pódio com André Brasil nos 50m livre na categoria S10. O ouro de Phelipe veio no dia do aniversário dele. “Tinha confiança de que iria brigar. Eu comi água, dei braçadas e queria chegar quebrando a parede”, brincou o atleta que completou 25 anos. “Este é um ótimo presente. Hoje fiquei em quarto no borboleta, não dei 100%, pois estava pensando na prova desta tarde”.
Quem também esteve no pódio foi Daniel Dias, que conquistou o 22o segundo ouro de sua carreira no torneio continental, desta vez nos 50m borboleta S5. “Estou feliz com meu tempo na prova e o resultado. Sempre é uma emoção grande ganhar um ouro para o Brasil”, comentou o nadador, que ainda compete em dois revezamentos e em duas provas individuais.
Além de Matheus, Phelipe e Daniel, quem também ganhou medalha dourada foi André Brasil, nos 100m borboleta S10, Guilherme Batista, nos 100m peito SB13 e Joana Silva, nos 50m borboleta S5.
O Brasil também foi destaque com a prata de Raquel Viel, nos 100m peito SB13, e os bronzes de Letícia Lucas, nos 50m borboleta S5, Vanilton Nascimento, nos 100m borboleta S9, Talisson Glock, nos 50m livre S6, Italo Gomes e Veronica Almeida, ambos no 50m livre S7, Camille Rodrigues nos 50m livre S9 e Mariana Gesteira, nos 50m livre S10.
Recordes
Não só de ouro vive o Brasil no Parapan, mas também de recordes. “No fim de semana eu estava apenas torcendo pelos meus colegas. Começar com o ouro quebrando recorde é sempre bom”, comentou André Brasil, que bateu a marca dos Jogos com o tempo de 56s72. Brasil já havia quebrado o recorde Mundial e americano em 2010, com o tempo de 55s99, ainda não superado.
Joana Silva foi mais uma nadadora brasileira com recorde Pan-Americano. A atleta bateu superou a marca nos 50m borboleta S5, com 47s55. “É uma sensação maravilhosa. No meu primeiro Parapan, há quatro anos, ganhei quatro medalhas. Neste já estou com três ouros e, quem sabe, sairei daqui com as cinco medalhas que pretendo e com os melhores tempos da minha vida”, disse Joana que competiu em Guadalajara, em 2011.
Guilherme Batista, por sua vez, fez o tempo de 1min14s30 nos 100m peito SB13, quebrando o recorde das Américas (computa todos os resultados disputados em torneios no continente). Daniel Dias, por sua vez, fechou com 34s79 nos 50m borboleta S5, Phelipe Melo com o tempo de 23s42, nos 50m livre S10, e Matheus Silva com 27s07, nos 50m livre S9, todos batendo recordes dos Jogos Parapan-Americanos.
Investimentos
O governo federal mantém convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) que repercutem diretamente na qualidade da preparação nacional. O primeiro, no valor de R$ 1,8 milhão, vai direto para a participação do Brasil no Parapan. Outros dois são destinados à preparação para os Jogos Rio 2016 e chegam a R$ 40 milhões. Desde 2010, foram celebrados 16 convênios com o CPB que, somados, chegam a R$ 62,8 milhões.
Além dos convênios, o governo federal investe diretamente nos atletas. “Os investimentos, como o Bolsa Pódio, ajudam bastante. É um apoio importante tanto para nós atletas quanto para o CPB. Essa ajuda é mais do que necessária, é essencial para a nossa preparação”, diz Joana Silva.
No total, 241 nadadores da natação paraolímpica do Brasil são beneficiados pelos programas bolsa-atleta e bolsa pódio que, somados, resultam em um investimento de R$ 6 milhões anuais. Todos os atletas que competiram nesta segunda-feira são beneficiados pelos programas: 17 deles são bolsistas pódio e oito são bolsa-atleta.
Leonardo Dalla, de Toronto - Brasil2016.gov.br